O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

22 de abril de 2014

Avivamento nos dias de Jonathan Edwards: relevância atual


AVIVAMENTO NOS DIAS DE JONATHAN EDWARDS: RELEVÂNCIA ATUAL

Alderi Souza de Matos


Introdução

Jonathan Edwards, um pastor congregacional que viveu no século XVIII, é hoje considerado pelos historiadores um dos maiores teólogos e pensadores da história dos Estados Unidos. Ele foi não somente um dos instrumentos do primeiro grande reavivamento ocorrido naquele país, mas o maior estudioso e intérprete desse fenômeno.

Através de vários livros que escreveu, ele analisou os eventos cuidadosamente, em seus diferentes aspectos. Em essência, Edwards apoiou alegremente o reavivamento, vendo nele a manifestação genuína do Espírito de Deus, mas também foi um crítico severo dos desvios, exageros e impropriedades que por vezes ocorreram. Uma de suas principais preocupações foi mostrar em seus escritos quais os critérios pelos quais se pode reconhecer a autenticidade de uma experiência religiosa dessa natureza.

1.   Contexto Religioso

Quando Jonathan Edwards iniciou o seu ministério, a sua região, a Nova Inglaterra, já havia sido colonizada pelos ingleses há cem anos. Os colonizadores foram os famosos puritanos, calvinistas que lutaram por uma igreja mais pura no seu país de origem e que eventualmente foram para o Novo Mundo a fim de viverem sem impedimentos de acordo com as suas convicções.

Ao chegarem a Massachusetts, primeiro a Plymouth in 1620 e depois a Salem e Boston em 1629-30, eles procuraram edificar uma comunidade verdadeiramente cristã e uma igreja composta de pessoas convertidas e consagradas a Deus. Apesar de alguns problemas, e de certa intolerância para com outras pessoas e grupos que pensavam de maneira diferente, eles conseguiram realizar esse ideal por algum tempo.

Eventualmente, depois de um período inicial de sofrimentos e provações amargas, os colonos prosperaram materialmente na nova terra cheia de tantas oportunidades. No final do século XVII, a vida na Nova Inglaterra era em grande parte pacífica e confortável. A maioria das pessoas pertencia à classe média e quase não havia pobreza. O nível educacional também era relativamente alto.

Todo esse progresso havia sido alcançado por causa dos valores religiosos e éticos dos puritanos, como o seu amor ao trabalho, sua disciplina de vida, sua rejeição de vícios e a preocupação em serem bons mordomos das bênçãos de Deus.

Porém, juntamente com a prosperidade material, ocorreu um declínio no fervor religioso entre as novas gerações. O cristianismo de muitos se tornou meramente nominal; o mundanismo e a apatia espiritual tornaram-se generalizados. Além disso, novas ideologias vindas da Europa, o racionalismo e o iluminismo, com sua ênfase na razão e na capacidade humana, também estavam influenciando muitas pessoas.

Nesse ambiente desanimador, pastores e membros das igrejas oravam por um reavivamento das energias espirituais do povo de Deus. E isto ocorreu através do Grande Despertamento (1720s-40s), o primeiro evento da história norte-americana a atingir pessoas das diferentes colônias com um interesse religioso comum.

2.   Jonathan Edwards

Jonathan Edwards nasceu em 1703, sendo filho de um consagrado ministro congregacional. Precoce e piedoso desde a sua meninice, aos 12 anos ele escreveu a uma de suas irmãs: “Pela maravilhosa misericórdia e bondade de Deus, tem ocorrido neste lugar uma extraordinária atuação e derramamento do Espírito de Deus… tenho razões para pensar que isso diminuiu em certa medida, mas espero que não muito. Cerca de treze pessoas uniram-se à igreja num estado de plena comunhão”. Depois de dar os nomes dos convertidos, ele acrescentou: “Acho que muitas vezes mais de trinta pessoas se reúnem às segundas-feiras para falar com o Pai acerca da condição das suas almas”.

Edwards obteve o seu grau de bacharel no Colégio de Yale em 1720, onde deu continuidade aos seus estudos teológicos e trabalhou como professor assistente por algum tempo. Após um breve pastorado numa igreja presbiteriana de Nova York, em 1726, aos 23 anos de idade, ele foi auxiliar o seu avô, Salomão Stoddard, o famoso pastor da igreja de Northampton, Massachusetts.

No ano seguinte, Jonathan casou-se com Sarah Pierrepont, então com 17 anos de idade, filha de um pastor bem conhecido e bisneta do primeiro prefeito de Nova York. Os historiadores destacam a harmonia, amor e companheirismo que sempre caracterizou a vida do casal. Eles gostavam de andar a cavalo ao cair da tarde para poderem conversar e antes de se deitarem sempre tinham juntos os seus momentos devocionais.

Jonathan e Sarah tiveram 11 filhos, todos os quais chegaram à idade adulta, fato raro naqueles dias. Em 1900, um repórter identificou 1400 descendentes do casal Edwards. Entre eles houve 15 dirigentes de escolas superiores, 65 professores, 100 advogados, 66 médicos, 80 ocupantes de cargos públicos, inclusive 3 senadores e 3 governadores de estados, além de banqueiros, empresários e missionários.

Em 1729, com a morte do seu avô, Jonathan tornou-se o pastor titular da igreja de Northampton, na qual, através de sua poderosa pregação, ocorreu um grande avivamento cinco anos mais tarde (1734-35). O Grande Despertamento tivera os seus primórdios alguns anos antes entre os presbiterianos e reformados holandeses na Pensilvânia e Nova Jérsei, cresceu com as pregações de Edwards e atingiu o seu apogeu no ano de 1740, com o trabalho itinerante do grande avivalista inglês George Whitefield (1714-1770). [Sobre o avivamento entre os presbiterianos, ver o artigo do Rev. Frans Leonard Schalkwijk, “Aprendendo da História dos Avivamentos”,Fides Reformata II:2 (1997).]

Em 1750, após 23 anos de pastorado, Jonathan Edwards foi despedido pela sua igreja, a razão principal sendo a sua insistência em que somente pessoas convertidas deviam participar da Ceia do Senhor, em contraste com a prática anterior do seu avô. No seu sermão de despedida, depois de advertir a igreja sobre as contendas que nela havia e os perigos que isto representava, ele concluiu: “Portanto, eu quero exortá-los sinceramente, para o seu próprio bem futuro, que tomem cuidado daqui em diante com o espírito contencioso. Se querem ver dias felizes, busquem a paz e empenhem-se por alcançá-la (1 Pe 3:10-11). Que a recente contenda sobre os termos da comunhão cristã, por ter sido a maior, seja também a última. Agora que lhes prego o meu sermão de despedida, eu gostaria de dizer-lhes, como o apóstolo disse aos coríntios, em 2 Co 13:11: “Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco”.

No ano seguinte, Edwards foi para Stockbridge, uma região remota da colônia de Massachusetts, onde trabalhou como pastor e missionário entre os índios. Em 1757, a sua excelência como educador e sua fama como teólogo e filósofo fez com que ele fosse convidado para ser o presidente do Colégio de Nova Jersey, a futura Universidade de Princeton. Um mês após a sua posse, Edwards faleceu devido a complicações resultantes de uma vacina contra varíola.

3.   Jonathan Edwards e o Avivamento

A maior contribuição de Jonathan Edwards para a igreja evangélica está nos importantes livros que escreveu como teólogo e intérprete do avivamento. Curiosamente, sua obra mais conhecida é pouco representativa do seu pensamento como um todo. Trata-se do célebre sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, que ele pregou na cidade de Enfield em 1741. A ênfase maior dos seus escritos e sermões não está na ira de Deus, e sim na sua majestade, glória e graça.

Além de muitas conversões e santificação de vidas, o Grande Despertamento também aprofundou uma divisão entre os líderes que eram favoráveis ao avivamento e aqueles que não eram. O problema ficou mais sério quando, após a obra de pregadores sérios e equilibrados com Edwards e Whitefield, surgiram imitadores sensacionalistas que manipulavam emocionalmente as pessoas. O Dr. Lloyd-Jones diz que Edwards lutou em duas frentes: contra os adversários do avivamento e contra os extremistas; contra o perigo de extinguir o Espírito e contra o perigo de deixar-se levar pela carne e ser iludido por Satanás.

Nesse contexto, Edwards se propôs a defender o avivamento como obra do Espírito de Deus, ao mesmo tempo em que combateu os excessos e desvios que muitas vezes ocorriam. Foi nesse sentido que ele escreveu vários livros de grande valor, o primeiro deles sendo a Narrativa Fiel da Surpreendente Obra de Deus (1736-37), em que descreveu o recente despertamento em sua cidade e regiões vizinhas. Alguns anos depois, ele escreveu Alguns Pensamentos sobre o Atual Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra (1742), analisando o movimento mais amplo. Esta obra baseia-se parcialmente em algumas profundas experiências espirituais da sua esposa Sarah.

Em 1746, Edwards publicou a sua obra mais amadurecida sobre o assunto, o seuTratado sobre as Afeições Religiosas (resultou de uma série de sermões sobre 1 Pedro 1:8), no qual argumentou que o cristianismo verdadeiro não se evidencia pela quantidade ou intensidade das emoções religiosas, mas por um coração transformado que ama a Deus e busca o seu prazer. Ele faz uma análise rigorosa das diferenças entre a religiosidade carnal, que produz muita comoção, e a verdadeira espiritualidade, que toca o coração com a visão da excelência de Deus e o liberta do egocentrismo.

Como bom calvinista que era, Edwards também escreveu algumas obras em defesa das convicções reformadas acerca da incapacidade moral e espiritual dos seres humanos e sua profunda necessidade da graça transformadora de Deus: A Liberdade da Vontade (1754) e O Pecado Original (1758).

4.   A Genuína Experiência Religiosa

Nos seus escritos, Jonathan Edwards avaliou a experiência religiosa à luz das Escrituras e das suas convicções reformadas. O ponto de partida da sua pregação e da sua teologia foi o Deus soberano, em sua majestade, graça e glória. Esse Deus criou o universo e o ser humano para manifestar a sua grandeza e o seu amor. A majestade e a graça de Deus também se revelam de modo supremo no envio de Cristo para redimir os pecadores.

Nenhum avivamento ou experiência religiosa é genuína se não realçar esse Deus sublime em sua soberania, graça e amor. O critério principal é este: se quem está no centro das atenções é Deus ou o ser humano. Para que Deus esteja no centro é necessário, em primeiro lugar, que haja nos corações um profundo senso de incapacidade, de dependência de Deus, e de convicção da nossa pecaminosidade. Além disso, é preciso que haja a consciência de que toda genuína experiência religiosa é fruto da atuação do Espírito de Deus, que transforma e santifica os pecadores, capacitando-os a amar e honrar a Deus em suas vidas.

Portanto, todas as teorias de salvação que dão ênfase às obras humanas ou à capacidade humana só desmerecem a grandeza do amor de Deus revelado a nós em Cristo Jesus e tornado real em nossos corações somente pela iluminação do Espírito Santo.

Edwards crê na necessidade de transformação do ser humano. A moralidade externa não é suficiente, daí a importância da conversão. Por outro lado, para aqueles que já são crentes, uma fé simplesmente racional ou intelectual não basta. É preciso que a pessoa se aproxime de Deus não só com o entendimento, mas com os sentimentos. Cabeça e coração (luz e calor) devem funcionar juntos na vida conduzida pelo Espírito. O próprio Edwards era um exemplo disso. [Ver D.M. Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a Crucial Importância de Avivamento, PES, p. 12-18.]

Em todas as suas obras Edwards insistiu na importância dos afetos profundos na vida espiritual. Por “afetos” ou “afeições” ele se referia às disposições do coração que nos inclinam para certas coisas e nos afastam de outras. Todas as nossas ações derivam dos nossos desejos: ou nos comprazemos no Deus vivo e buscamos servi-lo e honrá-lo, ou somos cativos de desejos voltados para alvos menores.

Edwards advertiu contra dois grandes erros no avivamento. Primeiro, o mero emocionalismo: os avivalistas podem simplesmente excitar as emoções das pessoas e produzir falsas conversões. Emoções intensas não são uma evidência clara acerca de uma experiência religiosa. No seu grande tratado sobre as Afeições Religiosas, Edwards delineou cuidadosamente testes bíblicos quanto a uma experiência religiosa genuína; eles incluíam uma ênfase na obra graciosa de Deus, doutrinas consistentes com a revelação bíblica, e uma vida marcada pelos frutos do Espírito.

O segundo erro é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas a Ele, algo muito comum hoje com toda a celebração do eu, as experiências pessoais, os testemunhos autocongratulatórios. Edwards insistiu em que a essência da verdadeira espiritualidade é ser dominado pela visão da beleza de Deus, ser atraído para a glória das suas perfeições, sentir o seu amor irresistível.

Portanto, na verdadeira experiência cristã, o conhecimento de Deus é algo sensível, experimental. A verdadeira experiência cristã consiste não somente em conhecer e afirmar doutrinas cristãs verdadeiras, por importantes que sejam, mas é um conhecimento afetivo, ou a consciência das verdades que a doutrina descreve. Difere do conhecimento especulativo, assim como o sabor do mel difere do mero entendimento de que o mel é doce. O cristão, diz Edwards, “não apenas crê racionalmente que Deus é glorioso, mas tem em seu coração o senso da majestade de Deus”.

Se nossos corações são transformados pelo amor de Deus, assim devem ser transformadas as nossas ações. Se somos mudados ao contemplarmos a beleza do amor de Deus, então amaremos de maneira especial todo ato de virtude que reflete o caráter amoroso de Deus.

Conclusão

Jonathan Edwards acreditava na importância e necessidade do avivamento. Ele viu o Grande Despertamento como uma obra do Espírito de Deus, revitalizando e capacitando a igreja para a sua missão no mundo. Ao mesmo tempo, ele estava consciente de desvios, excessos e até mesmo atuações satânicas que produziam excentricidades, descontrole emocional, ostentação e escândalos.

Porém, ele entendia que tais problemas não invalidavam os aspectos positivos do avivamento e, mais ainda, que alguns dos “fenômenos” ou “manifestações”, ainda que inusitados, eram admissíveis diante das experiências profundas da graça de Deus que muitas pessoas estavam tendo, inclusive a sua esposa. Tais coisas, em si mesmas, nada provavam.

Os critérios que realmente indicavam se as conversões e o despertamento eram genuínos ou não eram os frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais, preocupação suprema com a glória de Deus, apego profundo às Escrituras, mudanças no comportamento ético, relacionamentos pessoais transformados e influência transformadora na comunidade.

Só esse tipo de avivamento será uma bênção para as nossas vidas, nossas igrejas e nosso país.

Bibliografia

D. M. Lloyd-Jones, Jonathan Edwards e a Crucial Importância de Avivamento (São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas).

Mark A. Noll, A History of Christianity in the United States and Canada (Grand Rapids: Eerdmans, 1992).

Paul Helm, “Edwards, Jonathan (1703-1758)”, em New International Dictionary of the Christian Church.

“Jonathan Edwards and the Great Awakening”, Church History IV, no. 4, especialmente os artigos “Colonial New England: An Old Order, A New Awakening”, de J. Stephen Lang e Mark A. Noll; “My Dear Companion”, de Elisabeth S. Dodds; “Edwards’ Theology: Puritanism Meets a New Age”, de Richard Lovelace; e “Jonathan Edwards Speaks to our Technological Age”, de George M. Marsden.

Luiz Roberto França de Mattos, “Jonathan Edwards and the Criteria for Evaluating the Genuineness of the ‘Brazilian Revival’”, Tese de Mestrado em Teologia, Centro de Pós-Graduação A. Jumper, 1997.

Alderi S. Matos, “Jonathan Edwards: Teólogo do Coração e do Intelecto”, Fides Reformata III:1 (1998).


Disponível em: http://www.mackenzie.com.br/7078.html (Acesso em 22/04/2014).

9 de abril de 2014

Origens da música Gospel

ORIGENS DA MÚSICA GOSPEL

Hoje em dia, é muito comum ouvirmos a palavra “Gospel”. É um tal de “caderno gospel”, “CD Gospel”, “Lanchonete Gospel” e até “brinquedo Gospel”! Todo mundo está usando a linguagem do “Gospel”! Mas o que será isso? De onde surgiu e o que significa?

1 – Explicando a Palavra “Gospel”

A utilização atual está tão diversificada, que pode criar uma certa dúvida a quem não conhece a origem da palavra. “Gospel” vem da língua inglesa e quer dizer “Evangelho”. Pode também ser traduzido como Credo e Evangelizar. É a junção de duas outras palavras: God (Deus) e Spell (palavra soletrada), com o sentido de “Palavra de Deus”.

A popularização deste termo, fez com que hoje ele estivesse relacionado a qualquer estilo musical, que tenha letras e compositores cristãos. Entretanto, o início da música Gospel foi desenvolvido por negros norte-americanos, a partir do séc. 17.

2 – Tudo Começou na América do Norte

Durante o século 16, os norte-americanos tentaram colocar os índios para trabalhar na lavoura como escravos. Não tiveram resultado positivo. Buscando solucionar este problema, no início do séc. 17 os americanos trouxeram negros da África e estes se adaptaram melhor ao trabalho das lavouras, mesmo sob condição de escravidão.

Os negros eram sequestrados de suas tribos na África, separados de suas famílias e trazidos em condições subumanas em navios negreiros, para a América. Os que sobreviviam à viagem eram vendidos como animais de carga para os donos das fazendas. Eram obrigados a trabalhar o dia todo, sendo chicoteados a todo o momento, tendo uma ração de água e comida limitada, apenas para que se mantivessem vivos.

Por causa da escravidão, os negros cantavam e dançavam nas poucas horas de descanso (as “Dance Songs”) ou cantavam uma música mais ritmada, para marcar a velocidade do trabalho que faziam na lavour (as “Work Songs” ou “Labor”). A princípio a música era cantada em dialeto africano. Depois com o ensino do inglês, muitas vezes feito por igrejas protestantes, para evangelizarem os negros, estes passaram a cantar também no idioma dos americanos.

Muitos desses escravos que foram evangelizados se converteram. Mas o fato de serem convertidos a Jesus, não lhes dava o direito de estarem libertos do trabalho escravo. Era estranho e incoerente, pois o cristianismo é contra a acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; Tg 2.1,9; I Pe 1.17). A Bíblia é clara em dizer que, diante de Deus não pode haver “escravo ou livre, mas Cristo deve ser tudo em todos” (Cl 3.10,11). Continuaram sofrendo, sendo maltratados por seus patrões e, vários deles, só viam a possibilidade do fim deste sofrimento quando morressem e estivessem com Jesus.

Os negros convertidos compunham e cantavam músicas com teor bíblico, mostrando suas esperanças de uma vida melhor no céu. Expressavam suas angústias e o amargor da escravidão. Estes eram os “Spirituals Songs” ou “Negro Spiritual”.

New Orleans tornou-se o centro de importação de escravos e berço da música folclórica negra americana de 1600 a 1800. Em 1970, a Universidade Fisk levou os cantores negros do coral jubilee a fazer exibições por cidades dos EUA e da Europa. A partir de então, a música Gospel começou a se tornar popular.

3 – A Música Usada em Movimentos Evangelísticos (século 19)

Os brancos também dera a sua contribuição para a música Gospel naquela época. Em 1857, após um dos maiores pânicos econômicos dos EUA, com grandes quebras financeiras, aconteceu um fervor evangelístico, que se denominou O Grande Despertamento. Conferências em todo o país, realizadas pelo grande evangelista D. L. Moody e as composições de I. D. Sankey, divulgaram e fortaleceram as Gospel Songs.

Algumas características dessas músicas: eram músicas simples, para serem cantadas pelas massas, em Campanhas Evangelísticas; músicas fáceis de aprender, com refrão repetitivo; a linha melódica, apoiada por uma simples progressão harmônica, com o menor número possível de mudanças de acordes; textos leves e claros, sem muita profundidade doutrinária, atendendo-se à necessidade de comunicar a salvação em Cristo. Muitos dos hinos compostos para estes avivamentos, fazem parte dos hinários evangélicos de muitas denominações evangélicas, até hoje.

4 – Influência da Música Gospel

A musicalidade negra influenciou fortemente toda a música americana, seja ela cristã ou secular. Vários estilos musicais começaram a aparecer nos EUA a partir do século 19, dando origem ao que hoje conhecemos como “Música Pop” (popular): “Ragtime” (música fortemente sincopada), “Blues” (música triste e lenta), “Country and Western” (música caipira americana”, “Rhythm and Blues” (blues mais ritmado), “Soul Music” (música carregada de emoções), “Gospel e Spirituals” (adaptação mais ritmada de hinos tradicionais), “Jazz” (música cheia de improvisações) e outros ritmos.

No séc. 20, com o evento das gravações, do Rádio e posteriormente da TV, houve a multiplicação de ritmos e de intérpretes. A Igreja então, tornou-se o berço de grandes astros da música americana. Muitos tinha carreiras paralelas (secular e gospel) e outros optavam por uma das linhas. Tornaram-se sucessos reconhecidos, a partir de 1940: Mahalia Jackson, Bessie Smith, Aretha Franklin, Sam Cooke.

5 – Avivamento Entre os Hippies

O início do século 20 é marcado por duas Guerras Mundiais e vários outros conflitos, onde jovens são obrigados a ir lutar e morrer por seus países. A segunda metade do século, parece manter o mesmo quadro, quando os EUA envolvem-se na Guerra da Coreia e depois do Vietnã, a partir dos anos 60.

Jovens começam a se levantar, principalmente nos EUA e Europa, protestando contra as Guerras e pregando a não violência, através da “Paz e amor”. Foi o chamado “Movimento Hippie”. Para alcançar estas qualidades, revoltavam-se contra muitos dos valores usados até aquele momento, como a religião, os estilos musicais tradicionais, contra o capitalismo que visava o lucro e o acúmulo de bens, etc. E para fugir das dificuldades momentâneas, pregavam a liberação sexual e a utilização das drogas. O grito dos jovens dessa época foi: “Drogas, Sexo e Rock’n Roll”.

Em pouco tempo, alguns deles viram que “a vida continuava vazia”, mesmo com as drogas, com o sexo livre e o Rock. Deus foi levantando pastores e outros cristãos, que passaram a se aproximar desses hippies ao invés de criticá-los. Ao serem evangelizados demonstravam-se interessados, abertos à discussão e quando chegavam à conversão, logo tornavam-se “missionários” saindo a levar outros hippies a Cristo.

Resultado: houve um “Avivamento entre os Hippies”, chamado de “O Movimento de Jesus”, no início dos anos 70 nos EUA. Foi chamado pelos jornais e revistas da época (“Life”, “Newsweek” e “Look”), de “A revolução de Jesus, onde milhares de hippies convertidos eram batizados.

Os reflexos da conversão destes hippies, começou a acontecer nas igrejas americanas. Algumas denominações históricas, tornaram-se um pouco menos formais nos cultos. Surgiram novas igrejas e denominações com cultos mais descontraídos, bem ao gosto dos hippies convertidos, mas com grandes desejos de alcançar o mundo para Cristo. A musica usada nos cultos passou a ser composta com base nos estilos mais cantados por eles. Tinham um estilo jovem, popular, com letras claras e objetivas ao relatar a necessidade de conversão a Jesus.

Vários grupos americanos do “Movimento de Jesus” vieram ao Brasil para evangelizar nas ruas, praças e praias. Usavam a informalidade e a facilidade de adaptação própria dos “hippies” para falar de Cristo. No meio da rua, valia tudo: teatro, solos, conjuntos musicais, conversa pessoal, etc. É claro que isso nos lembra o que o apóstolo Paulo disse: “Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (I Co 9.19-23). Muitas das conversões daquela época foram assimiladas pelas Igrejas em todo o país. A música jovem, no Brasil dos anos 70 e 80, também foi influenciada pelas músicas trazidas por eles.

6 – A Música Gospel no Brasil

Sandro Baggio, em seu livro “Revolução na Música Gospel” (Ed. Exodus, p. 69), diz: “Apesar de não ser um resultado direto do “Movimento de Jesus”, os primeiros acordes contemporâneos (no estilo jovem) a serem ouvidos no Brasil transportando uma mensagem do Evangelho, surgiram naquela época. Desde a década de 1970 grupos musicais cristãos estão desafiando as regras do tradicionalismo rígido e trazendo estilos e melodias contemporâneas para dentro das igrejas brasileiras. Isso tudo muito antes do termo Gospel ter se adotado pelos evangélicos deste país.”

“Na verdade, esse termo Gospel, pelo qual tem sido denominada a Música Cristã Contemporânea (MCC), brasileira, faz parte de uma estratégia de marketing elaborada no início dos anos 90. O fato de que durante estes anos não havia no Brasil revistas especializadas em MCC, torna as informações sobre os grupos e artistas brasileiros pouco documentadas e raramente divulgadas. Isso contribui para que muitos dos que hoje estão na onda do gospel, desconheçam totalmente alguns dos precursores dessa revolução musical neste país”.

Veja alguns acontecimentos importantes (não há espaço para detalhar mais) na “Música Jovem Cristã” daquela época:

·         A música jovem, ensinada nos Acampamentos de Juventude (a partir de 1950): através de ministérios internacionais, voltados para este público, como Mocidade para Cristo, Palavra da Vida e outros nacionais como Jovens da Verdade, Jovens em Cristo.
·         Grupos de evangelização em ruas e Igrejas (a partir dos anos 60): usando estratégias ousadas e inovadoras, como música jovem, teatro, pintura de quadros, bonecos, etc.: Jovens da Verdade, Jovens em Cristo, Vencedores por Cristo.
·         Gravação de músicas jovens (a partir dos anos 70): as igrejas tinham grande resistência às músicas jovens, até que elas foram popularizadas em gravações. Quase não existiam livrarias e pontos de vendas cristãos. A divulgação e a comercialização eram feitas na visita dos grupos às igrejas. Mas como um “sopro do Espírito”, elas se espalhavam rapidamente por todo o país. Um dos grandes fenômenos em gravações foi Vencedores por Cristo que lançou o 1º disco com composições e ritmos brasileiros, sob o título “De Vento em Popa”, marco na história cristã de nosso país.
·         Peregrinações musicais (a partir dos anos 70): os Grupos muscais jovens que visavam evangelização desta faixa etária, saiam utilizando o período de suas férias, para esse fim. Faziam contato com Igrejas de diversos estados, que lhes davam uma base para os trabalhos e cuidavam dos novos convertidos. Principais grupos: Vencedores por Cristo, Elo, Logos, MIlad, Rebanhão, Mensagem, Semente, Expresso luz, Banda Azul, Águas, Comunidade s-8, Cântaro, Etc.

A partir de 1990 houve uma preocupação maior quanto a profissionalização dos grupos musicais e no envolvimento comercial destes com grandes gravadoras. O resultado técnico foi positivo, embora muitos pontos negativos devam ser fruto de avaliação permanente.

Houve uma tentativa de copiar os sucessos da “Indústria Musical Americana” (de música Gospel ou não), que tornou-se uma potência, vendendo milhões de cópias e fazendo das Igrejas “mercados consumidores de material musical”. Enriqueceram a muitos músicos e produtores, o que tirou a “espontaneidade e inocência”, que existiam no início da música Gospel.

CONCLUSÃO

Que impressionante perceber que o choro de alguns irmãos, foi levado diante de Deus e transformado em um estilo de louvor e uma linguagem de adoração. O Senhor os encheu da sua Graça, mesmo em meio a tanto sofrimento! Foi isso o que aconteceu com os negros americanos! Este mesmo Deus respondeu às inquietações de alguns hippies, mostrando-lhes que a vida vazia que levavam poderia ser preenchida totalmente com a pessoa de Jesus! Depois disto, dá-lhes o sopro de um desejo missionário, que se espalha por todo o mundo!.

Este é o nosso Deus! Que estas lembranças possam alegrar o seu coração, enchendo-o do desejo de compartilhar a experiência que você já tem com Cristo aos jovens da sua geração.

(LEOTO, Sérgio. MAGALI, Leoto. Revista Educação Cristã - Teen, Santa Bárbaro D’Oeste, Z3 Editora,  v. 5, 7ª Ed. p. 45-48, Junho 2013.)

1 de abril de 2014

No dia da mentira, Jesus confronta os relativistas


NO DIA DA MENTIRA, JESUS CONFRONTA OS RELATIVISTAS

O relativismo e a verdade

[...] Sempre tem havido pessoas que usam sua mente de outra maneira. Alguns afirmam que não há realidade objetiva e conhecível fora de nós mesmos. Dizem que nosso pensar não produz conhecimento confiável de Deus ou de qualquer outra coisa fora de nós. Em vez disso, nossas observações e pensamentos apenas fazem surgir expressões de preferências e perspectivas pessoais. Então, o pensar não nos leva à verdade, ou à beleza, ou à bondade válidas universalmente e definidas pela natureza e a vontade de Deus. O pensar nos leva apenas a expressões do que sentimos e percebemos. Mas essas expressões não correspondem à verdade universalmente válida, fora de nós mesmos.

Um nome para essa maneira de ver o mundo é relativismo. Nesse ponto de vista, a verdade, quando a palavra é usada de alguma maneira, não se refere a afirmações universalmente verdadeiras sobre Deus, o homem e a vida. Pode referir-se à integridade íntima de você mesmo – agir de acordo com o mundo como você o vê.

[...]

O que é relativismo?

Então, o que é a maneira relativa de pensar que comumente chamamos de relativismo? Estamos lidando com relativismo se uma pessoa diz uma destas quatro coisas:

• Não há nenhum padrão objetivo e externo de medir a veracidade ou a falsidade de uma afirmação.

• Pode existir um padrão externo, mas não podemos saber se ele existe.

• Há um padrão objetivo; sabemos que ele existe, mas ninguém pode descobrir o que ele significa; por isso, não pode funcionar como um padrão universalmente válido.

• Pode haver um padrão externo e objetivo, mas não me preocupo com o que ele é. Não me submeterei a ele. Não basearei minhas convicções nele. Criarei meus próprios padrões.

[...] Considere a afirmação: “Relações sexuais entre dois homens são erradas”. Duas pessoas podem discordar nisso e não ser relativistas. Ambas podem dizer: “Há um padrão externo e objetivo para avaliar essa afirmação, ou seja, a vontade revelada de Deus na Bíblia cristã, inspirada”. Um pode dizer que a Bíblia ensina que isso é errado; e a outra pode dizer que a Bíblia o permite. Isso não seria relativismo.

O relativismo entra em cena quando alguém diz: “Não há nenhum padrão objetivo, externo e conhecível que determina o certo e o errado e seja válido para todas as pessoas. Portanto, sua afirmação de que relações sexuais entre dois homens são erradas é relativa ao seu padrão de medida, mas você não pode afirmar que os outros devem se submeter a esse padrão de avaliação”. Isto é a essência do relativismo: nenhum padrão de verdadeiro e falso, certo e errado, bom e mau, bonito e feio pode prevalecer sobre qualquer outro padrão. Nenhum padrão é válido para todas as pessoas.

A essência do relativismo

O que isso sugere a respeito da verdade? Os relativistas podem inferir disso que não existe tal coisa como a verdade. A verdade é apenas uma categorização simplória, prejudicial e criadora de confusão, pois não existem padrões externos e objetivos que sejam válidos para todos. Ou eles podem continuar usando a palavra verdade, mas o fazem apenas significando aquilo que se conforma às suas preferências subjetivas. Você pode preferir a Bíblia, ou o Alcorão, ou o Livro de Mórmon, ou o Pequeno Livro Vermelho, de Mao Tsé-tung, ou os ditados de Confúcio, ou a filosofia de Ayn Rand, ou seus próprios desejos imediatos, ou qualquer outro de inúmeros padrões. Nesse caso, ouviremos a linguagem de “verdade para você, mas não para mim”. Sendo assim, estamos lidando como o relativismo.
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Jesus enfrenta os relativistas

O que devemos fazer com isso? Por que tenho admitido que essa é uma péssima maneira de ver o mundo? Comecemos nossa avaliação do relativismo com uma interação entre Jesus e alguns relativistas clássicos – não relativistas autoconscientes e experimentados, mas apenas relativistas práticos, que é o tipo mais comum que prevalece em qualquer época, e não somente nesta época. É proveitoso observar Jesus enfrentando os relativistas. Considere Mateus 21.23-27:

Tendo Jesus chegado ao templo, estando já ensinando, acercaram-se dele os principais sacerdotes e os anciãos do povo, perguntando: Com que autoridade fazes estas coisas? E quem te deu essa autoridade? E Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma pergunta; se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele? E, se dissermos: dos homens, é para temer o povo, porque todos consideram João como profeta. Então, responderam a Jesus: Não sabemos. E ele, por sua vez: Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas.

[...] Mateus 21.23-27 é um quadro do que se tornou a mente humana escravizada pelo pecado. Os anciãos e os principais sacerdotes não usaram sua mente para formular uma resposta verdadeira para a pergunta de Jesus. Como eles usaram sua mente? Oh! eles a usaram com muito cuidado! Nesta passagem bíblica, o que vemos não são homens que deviam usar sua mente no servir à verdade, mas não a usaram de modo algum. Não. Eles usaram a mente de maneira astuta. E Mateus nos faz ver as operações interiores da mente deles. Todos nós pensamos. A diferença é se pensamos a serviço da verdade ou se pensamos da maneira como os principais sacerdotes e os anciãos pensaram.

Raciocínio cuidadoso para ocultar a verdade

Eles raciocinam com cuidado: “Se dissermos isto, então aquilo nos acontecerá. Se dissermos esta outra coisa, então aquela outra coisa nos acontecerá”. Eles estavam raciocinando com cuidado. Por quê? Porque a verdade estava em jogo? Não, porque o ego e a vida deles estava em jogo. Não queriam ser envergonhados. Não queriam ser atacados.

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Então, o que aconteceu com a mente e sua auxiliadora, a linguagem, nesta passagem de Mateus 21.23-27? A mente se tornou o escravo sagaz e evasivo das paixões dos sacerdotes e anciãos. E a linguagem fez a obra astuciosa de encobrir a corrupção. No caso deles, a verdade era irrelevante em guiar o que diziam. Não importava se o batismo de João era do céu ou do homem. O que importava era que não fossem envergonhados, nem atacados. De modo semelhante, usamos nossa linguagem para encobrir nossa indiferença para com a verdade e nossa lealdade aos deuses do orgulho e do conforto. E dizemos: “Não sabemos”.

Esta conversa acabou

A resposta de  Jesus  é  categoricamente  relevante para sabermos como lidar com essa duplicidade. Ele disse: “Nem eu vos digo com que autoridade faço estas coisas”. Em outras palavras: “Esta conversa acabou. Não tenho conversas sérias com pessoas como vocês”. Jesus abomina esse tipo de prostituição arrogante e covarde dos gloriosos dons de pensar e de falar humanos.

Disse antes que esta passagem revela as sementes do relativismo. O que pretendia dizer era isto: uma semente do relativismo é o profundo desejo pecaminoso dos homens de não serem governados por Deus ou por qualquer padrão que afirma a autoridade de Deus. Essa rebelião estabelecida no ser mais profundo do homem pode se expressar de muitas maneiras. Uma delas é apenas dizer: “Deus, não me sujeito aos teus padrões. Eu crio o meu próprio padrão”. Outra maneira sutil e mais comum de rebelar-se é dizer: “Os padrões de Deus não existem”. Ou: “Os padrões de Deus não podem ser conhecidos. Ou seja, não há nenhum padrão válido universalmente para julgar meu comportamento. Portanto, estou livre de autoridade fora de mim mesmo. Posso fazer como eu quero”. Essas são as sementes do relativismo. São a fonte do relativismo.

Ninguém é relativista no banco

O relativismo não é um sistema filosófico coerente. Está crivado de contradições – tanto lógicas como experienciais. Os alunos de faculdade sabem que algo é suspeito quando alguém afirma que a verdade é que todas as verdades são relativas. Eles podem não citar a lei da não-contradição, mas estão envolvidos por ela e podem sentir seu cheiro no ar. Afirmar a verdade com uma afirmação que anula a verdade é autocontraditório. Mas, se você não está afirmando que a sua defesa do relativismo é verdadeira, por que espera que eu lhe dê ouvidos?

Todo homem de negócios sabe que os relativistas filosóficos deixam seu relativismo à porta quando vão ao banco e leem a linguagem do contrato que estão para assinar. As pessoas não abraçam o relativismo porque ele é filosoficamente satisfatório. Elas o abraçam porque ele é física e emocionalmente satisfatório. Provê a cobertura que elas necessitam em momentos cruciais de sua vida, para fazerem o que querem sem a intromissão dos absolutos.

Isso é o que vemos nos principais sacerdotes e nos anciãos. Eles não se preocupavam com a verdade. Preocupavam-se com sua vida. Portanto, usaram as criadas da verdade dadas por Deus – o pensamento e a linguagem e prostituíram-nas como servas de autoproteção. Racionaram uma maneira de escapar e usaram a linguagem para evitar vergonha e ferimentos. Auto-engrandecimento é a raiz mais profunda do relativismo.


Por: John Piper; Texto retirado do capítulo 7 do livro “Pense“, da Editora Fiel.

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FONTE: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2014/04/no-dia-da-mentira-jesus-confronta-os-relativistas/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29