O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

25 de novembro de 2013

Aprendendo sobre o Batismo com o Espírito Santo

APRENDENDO SOBRE O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Pr. Gilson Soares dos Santos

INTRODUÇÃO

A Bíblia Sagrada nos mostra, para o cristão, o Batismo com água e o Batismo com o Espírito Santo ou no Espírito Santo.

No momento em que alguém confessa a Jesus como Senhor de sua vida e nasce de novo, essa pessoa recebe o Espírito Santo, pois a Bíblia diz que “Se alguém não tem o Espírito de Cristo esse tal não é dele” (Rm 8.9). É por meio do Batismo com o Espírito Santo que o crente recebe os dons e a capacitação para o ministério.
    
O batismo com o Espírito Santo é cumprimento de promessas: Jl 2.28,29; Mt 3.11; Mc 1;8; Lc 3.16; Jo 1.33; At 1.5.

01 O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?

É preciso, em primeiro lugar, fazermos uma distinção entre a regeneração pelo Espírito Santo e o batismo com o Espírito Santo.

A - A Regeneração com o Espírito Santo: Refere-se ao Espírito Santo dando nova vida aos crentes.

B - O Batismo com o Espírito Santo: Refere-se ao Espírito Santo concedendo dons e capacitação para o ministério, para edificação da Igreja.

02 QUANDO ACONTECE O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?

Existem duas linhas de pensamento a respeito do momento em que a pessoa é batizada com o Espírito Santo.

2.1 – O batismo com o Espírito Santo como experiência na conversão

Para muitos, o batismo com o Espírito Santo acontece no momento da conversão. Os dons surgirão com o passar do tempo.

Vejamos os argumentos daqueles que adotam esta linha doutrinária:

Argumento 1:

O Apóstolo Paulo diz em I Co 12.13 “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”.
    
Notem-se particularidades muito importantes da afirmação de Paulo: Todos e fomos. Na primeira estão incluídos todos os crentes, mesmo os mais fracos, como era o caso de muitos em Corinto, a quem Paulo estava escrevendo; na segunda, o tempo verbal é passado, indicando ação completa.

Argumento 2:

“Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva" - João 7:38-39.
    
Se alguém disser que conhece uma pessoa crente, mas que não é batizada com o Espírito Santo, deve-se entender que esta pessoa nunca foi um crente genuíno, pois todos os que creem são ou foram batizados com o Espírito Santo (pois o batismo com o Espírito Santo ocorre no ato da conversão ou um pouco antes. Há de se considerar ainda o caso de João Batista, que desde o ventre de sua mãe era cheio do Espírito Santo).
   
Creio que, sem dúvida alguma, uma das passagens mais usadas e citadas é Atos 2. Nesse capítulo nos vemos diante do relato do início da Igreja, quando o Espírito Santo veio para habitar conosco e em nós. Contudo, o que Pedro afirma? Quais são os pré-requisitos que Pedro apresenta para alguém receber o batismo com o Espírito Santo, para receber o "dom do Espírito"? Vejamos: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo". - Atos 2:38
    
Portanto, se alguém disser que fulano de tal não recebeu o dom do Espírito Santo, a promessa derramada por Jesus, o batismo com o Espírito Santo, será o mesmo que dizer que tal pessoa não se arrependeu dos seus pecados, e ainda está no mundo sem Deus e sem esperança.

Argumento 3:

"Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar" - Atos 2:39
    
Sim, é para TODOS QUANTOS DEUS CHAMAR. Todos aqueles que foram verdadeiramente chamados por Deus, receberam o dom do Espírito Santo, do qual Pedro fala em Atos 2.

2.2 – O batismo com o Espírito Santo como uma experiência pós-conversão

Para muitos, o batismo com o Espírito Santo é uma experiência que acontece algum tempo após a conversão, podendo também acontecer no ato da conversão. Essa experiência é chamada por este grupo de Segunda Experiência da Salvação. Para este grupo, o batismo acontece conforme a ilustração a seguir.
“Um homem chamado Nicodemus aceita a Cristo como seu salvador. No momento que ele confessa a Jesus como Senhor de sua vida ele nasce de novo, e recebe o Espírito Santo. Pois a Bíblia diz que “Se alguém não tem o Espírito de Cristo esse tal não é dele” (Rm 8.9).
    
Nicodemus vai sempre à igreja, está sempre nos cultos buscando a face do Senhor. Um dia ele está num culto muito abençoado, de repente sente uma alegria imensa, uma vontade de glorificar alto, e, sem nada planejado, começa a falar uma língua desconhecida, sente algo inundando o seu coração como se um rio tivesse transbordando dentro de si. A partir desse momento a vida de Nicodemus ganha uma nova dinâmica, ele começa a ter dons que antes não tinha, sente que sua vida espiritual está mais ativa, está disposto a envolver-se mais e mais na obra do Senhor. Podemos afirmar, então, que Nicodemus foi batizado com o espírito Santo.”
Vejamos os argumentos usados por esta linha doutrinária:

Argumento 1:

Em Atos 1.4,5 encontramos “4  E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse ele, de mim ouvistes. 5  Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias.”
Os discípulos de Jesus eram crentes, nascidos de novo, já haviam recebido o Espírito Santo em João 20.22. Porém ainda não eram batizados com o Espírito Santo.

Argumento 2:

Em Atos 2.1-13 encontramos os crentes tornando-se “cheios do Espírito”.
    
A Bíblia chama essa ocorrência de Batismo com o Espírito Santo. Veja Atos 1.5 e Atos 11.15,16.

Argumento 3:

Em Atos 8.12-17, encontramos os ouvintes de Samaria aceitando a Palavra pregada por Filipe. Se tornaram crentes salvos, foram batizados com água (VV 12,13). Porém só receberam o batismo com o Espírito Santo quando os apóstolos impuseram as mãos (VV 14-17).
    
As pessoas já eram salvas e batizadas com água. Certamente tinham o Espírito Santo. Mas o batismo com o Espírito Santo somente veio depois.

Argumento 4:

Em Atos 19.3-7 encontramos outra prova que as pessoas, mesmo crentes, precisavam do batismo com o Espírito Santo.
    
Note que essas pessoas já haviam se arrependido (At 19.3,4). Foram batizadas por Paulo (V 5). Mas somente receberam o batismo com o Espírito Santo quando Paulo impôs sobre elas as mãos. (VV 6,7).

Observação: No grupo daqueles que afirmam ser o batismo com o Espírito Santo uma experiência pós-conversão,  há uma divisão: 1) Os que defendem que somente é batizado com o Espírito Santo aqueles que falam em línguas. 2) Os que afirmam que não é preciso falar em línguas para confirmar que houve o batismo com o Espírito Santo. O segundo grupo mostra que: a) Variedades de línguas é um dom. Sendo um dom do Espírito, nem todos têm. Se todos tiverem, deixa de ser um dom. b) Há textos que mostram com clareza que nem todos os que são batizados com o Espírito Santo falam em línguas. Em I Co 12.10 diz que “... há um é dado variedade de línguas”. O texto não diz que é dado a todos. Em I Co 12.30 o apóstolo pergunta: “Falam todos em línguas?”.

CONCLUSÃO

As duas correntes doutrinárias, citadas acima, usam muitos outros argumentos, bíblicos ou lógicos, para defenderem seus pontos de vista.

Uma coisa é certa: todo nascido de novo tem o Espírito Santo, pois, é pelo Espírito Santo que somos regenerados.

21 de novembro de 2013

Sobre o Adventismo do Sétimo Dia: O Pastor Gilson Responde

SOBRE O ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA: O PASTOR GILSON SOARES RESPONDE
 
Pr. Gilson Soares dos Santos
 
Entre as inúmeras seitas religiosas que se autodenominam cristãs está os Adventistas do Sétimo Dia. Uma denominação religiosa, travestida de igreja cristã, que alega seguir os ensinamentos de Cristo, mas busca base para sua sustentação nas palavras da sua profetisa, Ellen G. White, uma mulher considerada por muitos como hebefrênica e cheia de contradições em suas supostas visões.
 
Estarei, nesse post, respondendo a perguntas feitas por pessoas que encontro no dia a dia e que me indagam sobre os ensinos dos sabatistas. Os nomes das personagens interlocutoras são fictícios, mas as interrogações são verdadeiras.
 
BARTH: A Igreja Adventista do Sétimo Dia é uma igreja evangélica?
 
PR. GILSON: Não. Não é considerada uma igreja evangélica.
 
BARTH: Por quê?
 
PR. GILSON: Seus ensinos estão muito distantes do que poderíamos considerar como ensinos evangélicos.
 
MARILENA: Ela é uma denominação nova?
 
PR. GILSON: Não. A Igreja Adventista tem sua origem no século XIX.
 
MARILENA: É possível fazer um resumo histórico, e rápido, sobre as origens dos adventistas?
 
PR. GILSON: Podemos. Então, vejamos o seguinte:
 
A – Tem início quando um pastor, de origem Batista, chamado Guilherme William Miller tenta calcular quando se dará a segunda vinda de Cristo, a partir de interpretações de textos no livro do profeta Daniel.
 
B – Com base em cálculos, no ano de 1818, ele previu que Cristo voltaria em 1843.
 
C – Isso teve um impacto muito grande sobre as pessoas que o ouviram, de tal maneira que muitos crentes, de diferentes igrejas, doaram suas propriedades, abandonaram os seus afazeres e se prepararam para aguardar a volta de Cristo no dia 21 de Março de 1843.
 
D – Cristo veio? Claro que não. Então Miller admite que houve um pequeno erro de cálculo e remarca a volta de Cristo para o ano seguinte, 1844.
 
E – Aconteceu a volta de Cristo? Nada aconteceu. Miller remarca para 22 de Outubro de 1844. Outra vez, se decepciona e causa decepção e revolta naqueles que confiaram em seus cálculos.
 
F – Guilherme Miller admite seu erro, nas seguintes palavras: “Acerca da falha da minha data, expresso francamente o meu desapontamento... esperamos naquele dia a chegada pessoal de Cristo; e agora, dizer que não erramos, é desonesto! Nunca devemos ter vergonha de confessar nossos erros abertamente”.
 
G – Miller desistiu da empreitada, mas alguns de seus seguidores estavam dispostos a continuar remarcando a volta de Cristo. Um dos seus seguidores, Hiram Edson, afirmou que Miller não havia errado a data, mas sim o local onde Cristo voltaria. Segundo Hiram Edson, na data marcada por Miller, Cristo voltou, mas sua volta se deu no santuário celestial, para fazer uma obra de purificação ali.
 
H – Miller aceitou a nova interpretação? Não. Contrariando Hiram Edson, Miller disse: “Não tenho confiança alguma nas novas teorias que surgiram no movimento”. Guilherme Miller morreu como cristão humilde e consagrado, tendo abandonado o movimento.
 
I – Três grupos deram continuidade à seita, mas apenas dois se destacou: o primeiro, liderado por Joseph Bates; o segundo, pela senhora Ellen White, que afirmava ter o dom de profecia e que por mais de meio século exerceu influência sobre os adventistas, e ainda exerce.
 
FRANCISCO: O principal ensino dos adventistas é a guarda do sábado, eles estão errados nesse ensino?
 
PR. GILSON: Vejamos o seguinte: 1) Como essa doutrina se originou; 2) Porque ela não tem sustentação.
 
1) Como se originou: A observância do sábado tomou força quando a senhora White disse ter tido uma “revelação”, segundo a qual Jesus descobriu a arca do concerto e ela pôde ver dentro as tábuas da lei. Diz ela que viu o quarto mandamento, que é a observância do sábado, no centro da arca, rodeada por uma auréola de luz.
 
2) A guarda do sábado não tem sustentação: Os adventistas tentam ensinar que a guarda do sábado é importante para nossa salvação. Porém não há sustentação bíblica para isso.
 
a.     Porque a guarda do sábado é um pacto eterno entre Deus e o povo de Israel. A igreja não está incluída nesse pacto (Vejamos Ex 31.12-17).
 
Veja que a palavra é dirigida aos “filhos de Israel”. Deus disse que a guarda do sábado seria um sinal entre Deus e o povo de Israel.
 
b.     Porque os discípulos não guardaram o sábado (Mc 2.23-28)
 
Veja que, ao colherem espigas, os discípulos estavam trabalhando. Estavam fazendo tarefa semelhante ao rapaz que apanhava lenha e foi castigado por isso (Nm 15.32-36). Se o rapaz foi apedrejado porque estava apanhando lenha no dia de sábado, por que os discípulos não foram?
 
c.     Porque Jesus, como Senhor da Igreja, não guardou o sábado (Jo 5.16-18).
 
- Veja que o texto diz que Jesus foi acusado de violar o sábado e de ser chamado Filho de Deus. Ele realmente dizia que era filho de Deus e também trabalhava nos sábados.
 
d.     Porque de todos os mandamentos do decálogo, somente o sábado não foi repetido como mandamento no Novo Testamento. (Veja o Decálogo em Êxodo 20.1-17). Vejamos:
 
·         Sobre ter outros deuses (Mt 6.24; Jo 4.24; Rm 1.21-24).
·         Sobre imagem de escultura (Mt 4.10; Ap 14.9).
·         Sobre o Nome de Deus (Mt 7.21; Lc 4.46; I Co 12.3).
·         Sobre honrar pai e mãe (Mt 15.4; Ef 6.2; Mc 10.19).
·         Sobre matar (Mt 5.21; Rm 13.9; Tg 2.11).
·         Sobre o adultério (Mt 5.27; Mt 19.18; Tg 2.11)
·         Sobre o furto (Rm 2.21; Rm 13.9; Ef 4.28).
·         Sobre falso testemunho (Mt 19.18; Mc 10.19; Lc 18.20).
·         Sobre a cobiça (Rm 7.7; I Co 10.6; Rm 13.9)
 
e.     Porque os primeiros cristãos se reuniam no domingo (Leiamos Jo 20.19,26; At 20.7; I Co 16.2).
 
f.      Porque guardar o sábado de forma desordenada sempre foi uma abominação (Is 1.13)
 
- Muitos quando estão guardando o sábado dirigem carro. Dirigir carro é trabalho.
- Outros, não estudam, como se estudar fosse um trabalho maior que dirigir carro.
 
g.     A Bíblia diz que guardar dias, meses e anos são rudimentos fracos e pobres, e recomenda que ninguém deve julgar os outros por causa de guardar dias ou não (Vejamos os seguintes textos: Gl 4.9-11; Rm 14.5,6; Cl 2.16).
 
FRANCISCO: Certa vez, um sabatista me mostrou os textos de Lc 4.16; At 17.1,2  e Lc 23.55,56  para provar que Jesus, Paulo e as mulheres guardavam o sábado. Esses textos estão afirmando isso?
 
PR. GILSON: Vejamos o seguinte:
 
a.     O texto de Lc 4.16 diz que Jesus tinha o costume de ir à sinagoga, não diz que ele tinha o costume de guardar o sábado. A mesma coisa diz o texto de At 17.1,2 sobre Paulo.
 
b.     Os judeus só se reuniam aos sábados nas sinagogas, porque eram judeus e guardavam o sábado. É por isso que Jesus e Paulo só podiam ir às sinagogas aos sábados.
 
c.     Com relação às mulheres que descansaram no sábado, conforme o mandamento, elas ainda estavam presas ao pacto entre Deus e o povo de Israel, porém, não as encontramos com tais praticas em todo o restante do Novo Testamento.
 
RUBEM: Quais são outros ensinos heréticos dos adventistas?
 
PR. GILSON: Vejamos:
 
a.     A psicopaniquia: os adventistas ensinam que uma pessoa quando morre, sua alma fica dormindo “um sono da alma”, totalmente inconsciente. A Bíblia refuta isto: 1) Em Ec 12.7 a Bíblia nos diz: “E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que o deu”. Se o espírito volta a Deus, então ele volta consciente. Por quê? Porque todo espírito é consciente. Vejamos o seguinte: Os anjos são espíritos e são conscientes. Eles não têm cérebro como os humanos, mas são conscientes. Deus é espírito e é consciente. Em Lc 23.34 Jesus disse ao ladrão: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Se o ladrão fosse morrer e ficar inconsciente, como poderia perceber que estava no Paraíso? 2) Em I Pe 3.19 a Bíblia nos diz que Jesus após sua morte foi e pregou aos espíritos em prisões. Isso implica em dizer que o espírito do homem pode ouvir e entender, porque está consciente. 3) Em Ap 6.9-11 a Bíblia nos mostra as almas dos servos de Deus em perfeito estado de consciência, pedindo justiça. 4) Na parábola do rico e Lázaro é possível percebermos o total estado de consciência do homem após a morte (Lc 16.19-31)
 
b.     O aniquilacionismo ou extincionismo: os adventistas ensinam que os ímpios serão aniquilados completamente, ou seja, serão extintos. Para eles, o inferno não é um lugar onde os ímpios padecerão eternamente, mas o lugar onde eles serão aniquilados e deixarão de existir. A Bíblia refuta isto, mostrando que o inferno não é a aniquilação de alguém, mas um lugar de tormento eterno. Basta ver o seguinte: 1) A Bíblia declara a existência do inferno nos seguintes textos: Mt 5.29,30; Mc 9.42-50; Mt 23.33; Mt 10.38. 2) A Bíblia descreve a realidade do sofrimento no inferno nos seguintes textos: Mc 9.43-48; Ap 14.9-11; Ap 20.10,15. 3) A Bíblia diz para quem o inferno foi feito nos seguintes textos: Mt 25.41,46; Ap 20.15. 4) A Bíblia nos mostra que aqueles que forem lançados no inferno não poderão, jamais, passar para o céu no seguinte texto: Lc 19.23-26. Portanto, negar a existência de um tormento eterno é desconhecer os textos sagrados.
 
c.     A devoção e fidelidade às revelações de Ellen White: os adventistas têm a senhora Ellen White, já falecida, como sua profetiza, chegando a equiparar suas profecias com a revelação bíblica. Eles chegaram a afirmar que Apocalipse 19.10 que fala sobre “o testemunho de Jesus é o espírito de profecia” seria uma referência aos escritos de Ellen White. Todos sabemos que as profecias e os escritos de Ellen White foram desmascarados nos Livros: “A mentira branca” (The White Lie) e “A igreja de vidro”, ficando provado que quase todos os seus escritos são plágios.
 
d.     E muitos outros ensinos que são incompatíveis com o que a Sagrada Escritura apresenta.
 
 
Para aqueles que desejam aprender mais sobre esta seita, recomendo uma visita ao site apologético C.A.C.P. (Centro Apologético Cristão de Pesquisa), que pode ser acessado no http://www.cacp.org.br/category/seitas/adventismo/. 

18 de novembro de 2013

Karl Barth e o relacionamento entre fé e razão

KARL BARTH E O RELACIONAMENTO ENTRE FÉ E RAZÃO

Pr. Gilson Soares dos Santos

Karl Barth foi um teólogo alemão (1886-1968), tendo estudado em Berna, Berlim, Tübingen e Marburgo. Foi professor em Genebra de 1901 a 1911. Sofreu influência de Immanuel Kant, Soren Kierkgaard, Fiodor Dostoievski e outros. Sobre a questão “fé e razão”, Barth assumiu a posição que admite a superioridade da revelação sobre a razão.

Nesta postagem, quero transcrever o que escrevem Norman Geisler e Paul D. Feinberg, na obra Introdução à Filosofia Cristã: Uma perspectiva cristã, sobre a posição de Karl Barth. Veja o texto a seguir, transcrito das páginas 203-204.

Eis o Texto de Geisler e Feinberg:

Um dos teólogos mais famosos da Igreja Cristã contemporânea é Karl Barth. Como Kierkegaard, Barth argumentava que Deus é “Totalmente Outro” e que pode ser conhecido somente pela revelação divina.

A necessidade da revelação sobrenatural

Barth, também, acreditava que o homem caído é incapaz de conhecer um Deus transcendentemente santo. Barth sustentava que todas as tentativas de se chegar a Deus mediante a razão eram fúteis. É por isso que Barth se sentia confortável ao escrever uma introdução a um livro escrito pelo ateu Ludwig Feuerbach (1804-1872), que argumentava que Deus não é nada mais que uma projeção da imaginação humana. Barth, no entanto, sustentava que aquilo que o homem não pode fazer “de baixo para cima” mediante a razão, Deus fez “de cima para baixo” mediante a revelação sobrenatural. Para Barth, a Bíblia é a localidade da revelação de Deus. É o instrumento através do qual Deus fala. De si só, a Bíblia é apenas o registro proposicional da revelação pessoal de deus ao Seu povo, mas a Bíblia fica sendo a Palavra de Deus para nós à medida em que Deus fala através das suas palavras humanas.

O “não” de Barth à revelação natural

Deus não nos fala através da natureza, porque o homem está caído e, portanto, obscureceu e distorceu completamente a revelação de Deus na natureza. Até mesmo a “imagem de Deus” no homem não é um “ponto de contato”mas, sim, um ponto de conflito entre Deus e o homem. Barth era enfático no sentido de a mente não ter capacidade alguma para conhecer a Deus. Na realidade, Barth respondeu à pergunta de se o homem porventura tem a capacidade para receber a revelação sobrenatural de Deus, com um livro chamado Nein [Não!]. A razão humana não tem a capacidade ativa nem passiva para a revelação divina. Deus tem de dar sobrenaturalmente a capacidade de entender sua revelação, assim como dá a própria revelação.

(GEISLER, Norman L. FEINBERG, Paul D. Introdução à Filosofia – uma perspectiva cristã.São Paulo: Vida Nova, 1989. p. 203-204.)

11 de novembro de 2013

A razão somente: o relacionamento entre fé e razão, em Kant

A RAZÃO SOMENTE: O RELACIONAMENTO ENTRE FÉ E RAZÃO, EM KANT

Gilson Soares dos Santos

Para Immanuel Kant (1774-1804), filósofo nascido em Konigsberg, Prússia Oriental, homem de vida altamente regrada, a função e o papel da fé proporcionam um conjunto de temáticas dignas de serem avaliadas, tanto na reflexão filosófica quanto na teológica, mas somente no domínio da razão. Para ele, em se tratando de qual método é uma fonte fidedigna da verdade, a razão somente é suficiente. Toda a verdade pode ser descoberta pela razão humana. Conscientemente, Kant transporta a religião para o domínio da razão prática. Nesse sentido, todos os elementos pertencentes à religião devem ser submetidos à razão.

Transcrevemos, nessa postagem, o que Norman Geisler e Paul D. Feinberg expõem sobre a posição de Kant a respeito deste tema: fé e razão ou religião e razão.

Acompanhe o texto:

Kant [...] era de tradição luterana, devota e piedosa. Na sua famosa Crítica da Razão Pura, que lançou os alicerces para boa parte do agnosticismo moderno, Kant alegou que estava criticando a razão especulativa (teorética) a fim de “criar um lugar para a fé”.

A razão exige que vivamos “como se existisse um Deus”.

A despeito do fato de que não podemos saber (mediante a razão especulativa) se Deus existe, devemos viver como se houvesse um Deus, porque nossa razão prática (moral) assim exige. Ou seja: a razão exige que postulemos a existência de Deus a fim de que o nosso dever moral nesta vida faça sentido. A não ser, pois, que vivamos como se Deus existisse, não há maneira de cumprir o mandamento no sentido de galgar o bem supremo.

A razão exige que vivamos “como se os milagres não ocorressem”

A essência daquilo que Kant realizou, no entanto, é retratada no título do seu livro, A religião dentro dos limites da simples razão somente. Pelo emprego daquilo que Kant chamava de “razão prática”, acreditava, que não houvesse revelação sobrenatural da parte de Deus na Bíblia. Insistia, no entanto, que devemos julgar toda a alegada revelação sobrenatural por meio da “razão prática somente”. Sustentava, por exemplo, que a razão exige que abramos mão da crença na ressurreição de Cristo e, de fato, em qualquer ensinamento bíblico contrário a esta “razão”. A respeito desta abordagem racional, Kant reconheceu que “frequentemente esta interpretação pode, à luz do texto [da revelação], parecer forçada – talvez muitas vezes realmente seja forçada.” Quanto a qualquer milagre bíblico, Kant insistiu que se o milagre “diretamente contradiz a moralidade, não pode, a despeito de todas as aparências, ser da parte de Deus (por exemplo, quando um pai é ordenado a matar seu filho [como no caso de Abraão em Gênesis 22]).”

(GEISLER, Norman L. FEINBERG, Paul D. Introdução à Filosofia – uma perspectiva cristã. São Paulo: Vida Nova, 1989. p. 204.).

6 de novembro de 2013

O dom de línguas na visão de John Piper e o dom de línguas na visagem do Padre Jonas Abib

O DOM DE LÍNGUAS NA VISÃO DE JOHN PIPER E O DOM DE LÍNGUAS NA VISAGEM DO PADRE JONAS ABIB
Pr. Gilson Soares dos Santos

Queridos e queridas, leitores e leitoras, seguidores e seguidoras deste blog. Há muito se discute na igreja sobre o dom de línguas. A questão é: o dom de línguas ainda é para o nosso tempo? O dom de línguas se restringe apenas aos dias do Novo Testamento? Como o dom de línguas se manifesta?

Estou trazendo hoje dois vídeos: o primeiro é uma entrevista com o Pastor e Teólogo Reformado, John Piper, que nos presenteia com uma visão bíblica sobre o dom de línguas. O segundo, trata-se de um vídeo do Padre Católico Carismático Jonas Abib, que nos faz rir, ao ensinar como falar em línguas (estranhas).

Vejam primeiro a entrevista com John Piper, que transcrevo em seguida, conforme as legendas do vídeo:



ENTREVISTADOR
Talvez, falar em línguas seja o dom espiritual mais polêmico de todos. E ao longo do seu ministério pastoral na igreja Bethlehem você sempre estimulou as pessoas a buscar todos os dons espirituais. Como você define o “falar em línguas”, e como ”línguas” tem operado ou não no seu pastorado?

JOHN PIPER
Nós passamos por diferentes fases na Bethlehem, em que nós enfatizamos esses dons, ora mais, ora menos. Parece que se você não fala a respeito disso no púlpito e não ensina sobre isso, ao menos no contexto, esses dons tendem a desvanecer. Por isso nós passamos por diferentes fases, e eu diria que na maior parte do tempo eles não estão em evidência. Me refiro aos dons sobrenaturais como o “falar em línguas”.

Não tenho problemas com isso porque entendo que Paulo não desejava colocar esse dom em destaque. Na verdade, ele estava um pouco aborrecido pela evidência que o dom havia ganhado quando escreveu I Coríntios 12. Ele teve que colocar limites ao invés de promover o dom. Ele disse: “Eu prefiro falar cinco ou dez mil palavras com minha boca e com minha mente do que cinco palavras com minha mente e dez mil palavras em línguas.”. Isso parece dizer: “Ok, não se preocupe demasiadamente se essa experiência não for muito evidente”.

Não acredito na doutrina histórica dos pentecostais de que você tem que falar em línguas como sinal de que você está cheio do Espírito ou até mesmo de que você é um cristão. O papel desse fenômeno é o seguinte: é um dom, ele está ali, e não vejo nenhuma razão para afirmarmos que algo mudou na história da Redenção e que entre a era dos apóstolos e a nossa era esse dom tenha desaparecido. Se Deus quiser que ele desapareça, ele o fará desaparecer, mas não vejo nenhum mandamento para que não o busquemos. Na verdade, vejo versículos que nos encorajam a fazê-lo. De modo que há, pelos menos, dois tipos de manifestações: a primeira é a elocução, uma língua inteligível. Já ouvi testemunhos de pessoas que, sem saber o que estavam fazendo, falaram coisas em uma outra língua que foi compreendida por alguém de outra nacionalidade. Esse é um ensinamento.

Mas ao ler I Coríntios 12, penso que não era isso que estava acontecendo lá. Era mais uma expressão de êxtase que não tinha um significado comum aos homens. Eram línguas de homens e de anjos. O texto parece se referir a línguas de anjos. É um tipo de expressão que acontece quando o seu coração está cheio, transbordando no Espírito Santo. Ele solta sua língua para expressar estas sílabas com um valor espiritual para você, e se houver alguém com o dom de interpretação, elas adquirem um valor especial para os demais. Por isso Paulo ensina que se não houver intérprete presente, não fale em línguas em público. É justamente por isso que penso que as línguas não têm tanta proeminência em público. Eu encorajaria aqueles que creem ter esse dom que o usem nos pequenos grupos da igreja, para que as pessoas que têm o dom de interpretar possam operar.

Acho que a maneira como esse dom é normalmente usado em público, como uma espécie de êxtase coletivo, não tem base no Novo Testamento. Na verdade, acho que Paulo desencoraja tal prática, porque ele diz que as pessoas vão chegar e dizer: “vocês estão loucos!”. Mas se todos profetizarem, se estiverem proclamando uma Palavra de Deus, um de cada vez, dando testemunho de algo que Deus lhes revelou nas Escrituras, ou por meio de uma experiência, então as pessoas se prostrarão e dirão: “Deus está nesse lugar!”.

Quanto à minha experiência pessoal, não acredito que já tenha verdadeiramente falado em línguas algum dia. Lembro que em uma destas fases... é engraçado que você me pergunte isso hoje, dezembro... hoje mesmo pela manhã, eu estava caminhando pela sala de estar, memorizando algumas palavras de Judas 1.20-22, que diz: “Mantenham-se no amor de Deus” juntamente com esses três imperativos: edifiquem-se na sua santíssima fé, orando no Espírito Santo, mantenham-se no amor de Deus, esperem que a misericórdia do Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna. Esses três imperativos definem como você se mantém no amor de Deus. Por alguma razão, isso veio à minha mente. Não penso que “orar no Espírito” signifique falar em línguas. Talvez tenha sido por isso que lembrei da passagem. Acho que orar no Espírito é estar em sintonia com o Espírito Santo na nossa maneira de orar. Mas eu lembrei do dom de línguas, e pensei: “Há muito tempo não oro para receber o dom de línguas.” E então pausei. Eu estava caminhando de um lado para outro na minha sala de estar, não havia ninguém mais ali: A Talitha estava no quarto, o Noel estava na academia. E eu orei: “Senhor, eu ainda desejo muito falar em línguas. O Senhor me daria esse dom?”. Nessa hora você pode até tentar dizer “banana” de trás paz frente, se quiser. Eu costumava ficar no carro, no estacionamento da igreja, cantando em “línguas”. Mas eu sabia que não eram línguas, eu estava inventando. E eu dizia: “Não é isso”. Eu sabia que não eram línguas. Mas isso é o que eles querem que você faça em alguns grupos.

Eu fiz tudo o que podia para me abrir a esse dom, e Deus sempre me disse sem usar palavras: “Não.”. Mas Ele nunca disse somente “Não!”, Ele disse: “John Piper, eu te dei um dom: o de ensinar, de pregar, de pastorear. Pastoreie os profetas, pastoreie os que falam em línguas. Eu não vou lhe dar o dom de línguas. Não estou dizendo que essa seja sua última palavra, então, de vez em quando eu peço de novo, e como criança digo: “Muitos de meus irmãos e irmãs têm esse “brinquedo”, esse dom. Posso ter também?”. E se ele diz: “Não. Porque vai subir à sua cabeça” ou “Não. Você abusará do dom”. ou por qualquer outra razão, eu respeito a sua decisão.

Então não penso que o dom de línguas seja o dom mais proeminente ou o dom principal. Ele tende a ocupar esse lugar por ser tão estranho, tão raro, tão extraordinário. Mas não penso que seja algo normativo no Novo Testamento. Aliás, no final de I Coríntios 12, Paulo pergunta: “Todos vocês falam em línguas? Todos profetizam? Todos operam milagres?”. Não, nem todos fazem essas coisas. Então não me sinto mal por não possuir esse dom. Sinto que estou me submetendo ao meu Pai Celestial.

Agora vejam o Padre Jonas ensinando como falar em línguas:



Quem estuda a Bíblia sabe que essas "línguas estranhas" do Padre Jonas Abib não têm apoio na Sagrada Escritura.