O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

13 de dezembro de 2018

Quem eram os magos que foram visitar Jesus? Comentaristas respondem


QUEM ERAM OS MAGOS QUE FORAM VISITAR JESUS? COMENTARISTAS RESPONDEM

Pr. Gilson Soares dos Santos

No Capítulo Dois do Evangelho de Mateus encontramos a história da visita dos magos a Jesus. Certamente você já ouviu dizer que eram três, que eram reis, e seus nomes eram Baltazar, Melchior e Gaspar e, por tradição, um deles era negro.

Hoje vou entrevistar alguns comentaristas do Novo Testamento (fazendo uso de seus escritos) e saber deles quem eram os magos que fizeram uma visita a Jesus.

PERGUNTA FEITA A RUSSEL NORMAN CHAMPLIN (1)

PR. GILSON SOARES: Quem eram os magos que foram visitar Jesus?

CHAMPLIN:Em termos modernos, os magos – cuja fama foi maior entre 500 A.C. e 200 D.C. – eram eruditos que se distinguiam no campo da matemática, da astronomia, da astrologia, da alquimia e da religião. Com frequência eram conselheiros de cortes reais, e um dos deveres era estudar as estrelas a fim de antecipar o nascimento de qualquer novo governante, que eventualmente ameaçasse os poderes correntes. O recém nascido surgiria como comandante de exércitos, como um mestre, como um sábio ou como um legislador? Seria ele dominado pela sabedoria beneficente de Júpiter ou pela tutela guerreira de Saturno? O estabelecimento de tal horóscopo não era tarefa para um dia só.”

PR. GILSON SOARES: Quantos eram, na verdade?

CHAMPLIN: “O registro da Bíblia não diz quantos magos vieram ver o bebê em Belém. As igrejas primitivas argumentavam sobre esse ponto. Os cristãos orientais tem uma tradição de doze sábios, cada um dos quais representaria uma das doze tribos. Alguns antigos mosaicos mostram apenas dois magos, ao passo que outros exibem sete ou mesmo onze. O numero onze teve apoiadores especiais, porquanto diz que o numero onze é um número espiritual, podendo também predizer o numero dos fiéis discípulos de Cristo. Entretanto, desde o século VI D.C., a igreja ocidental estabeleceu o numero de magos como três, que representariam ou as três raças principais ou a Trindade.”

PERGUNTA FEITA AO PROFESSOR R. V. G. TASKER (2)

PR. GILSON SOARES: Quem eram os magos que foram visitar Jesus?

TASKER: “Ao registrar a historia dos magos, o objetivo do evangelista pareceria ter sido o de mostrar que a criança, nascida da linhagem de Davi para cumprir o ideal de realeza associado com o nome do maior rei de Israel, foi reconhecida ainda na infância por representantes do mundo “não judeu” como sendo o “Rei dos Judeus” por excelência. [...] Estes astrólogos especializados, com a sua característica curiosidade cientifica, tinham visto um notável fenômeno astrológico cuja exata natureza não é revelada. Familiarizados com a crença contemporânea generalizada de que o tempo estava propício para o aparecimento de um rei que nasceria na Judeia, o qual reivindicaria homenagem universal e introduziria um reino de paz, eles partiram para tal país a fim de testar a veracidade de sua conjectura.”

PR. GILSON SOARES: Mas podemos afirmar que eram três e que eram reis?

TASKER: “Não se diz que os visitantes do Cristo nascido eram reis, embora os cristãos posteriores viessem a considera-los como tais, dando-lhes até nomes: Belquior, Gaspar e Baltasar. A Palavra “magos”, de origem persa, quase certamente significa, no presente contexto, “astrólogos”. [...] “Magos” é a tradução de “magoi”, palavra usada tanto no bom sentido de astrólogos eruditos, como no mau sentido, dos que praticavam magia. É curioso que alguns dos Pais Primitivos entenderam este texto no segundo sentido, considerando a história como símbolo do triunfo do cristianismo sobre a magia e a bruxaria.”

PERGUNTA FEITA A JOHN MACARTHUR (3)

PR. GILSON SOARES: Quem eram, e quantos eram, os magos que foram visitar Jesus?

MACARTHUR: O número de magos não é declarado. A ideia tradicional de que eram três baseia-se no número de presentes levados. Eles não eram reis, mas magos, mágicos ou astrólogos – provavelmente sábios do zoroastrismo da Pérsia, cujo conhecimento da Escritura hebraica podia ser remontado ao tempo de Daniel (Cf. Dn 5.11).

PERGUNTA FEITA A D. A. CARSON (4)

PR. GILSON SOARES: Fale-me sobre os magos que foram visitar Jesus.

CARSON:Os “magos” (magoi) não são fáceis de identificar com precisão. Diversos séculos antes, o termo era usado para uma casta sacerdotal dos medos que desfrutava de poder especial para interpretar sonhos. Daniel 1.20; 2.2; 4.7; 5.7 refere-se aos magoi no Império Babilônio. Em séculos posteriores aos tempos do Novo Testamento, o termo cobria indistintamente uma ampla variedade de homens interessados em sonhos, astrologia, mágica, livros tidos como contendo referencias misteriosas em relação ao futuro e semelhantes. Alguns magos buscavam honestamente a verdade; muitos eram patifes e charlatães. Aparentemente, esses homens foram a Belém estimulados por cálculos astrológicos. Mas é provável que tenham aumentado suas expectativas de uma figura real labutando em vários livros judeus.

PR. GILSON SOARES: Quer dizer que eram mágicos? Não eram reis?

CARSON: “A tradição de que os magos eram reis pode ser traçada até a época de Tertuliano (morto em c. 225). É provável que essa tradição tenha se desenvolvido sob a influência de passagens do Antigo Testamento que dizem que reis viriam e adorariam o Messias (cf. SI 68.29,31; 72.10,11; Is 49.7; 60.1-6).”

PR. GILSON SOARES: Podemos dizer que eram três? E quanto a seus nomes?

CARSON: “A teoria de que houve três “homens sábios” provavelmente é uma dedução a partir dos três presentes (2.11). No final do século VI, os homens sábios foram chamados de Melcon (depois Melquior), Baltasar e Gaspar. Mateus não fornece nomes. Seus magoi foram a Jerusalém (que, como Belém, tem fortes conexões davídicas [2Sm 5.5-9]), aparentemente vindos do Oriente — é provável que do leste — possivelmente da Babilônia, onde havia um assentamento judaico de tamanho considerável e que exercia considerável influência, mas possivelmente da Pérsia ou do deserto da Arábia. O local mais distante, Babilônia, pode ser sustentado pelo tempo de viagem aparentemente exigido (veja em 2.16).”

PERGUNTA FEITA A WARREN W. WIERSBE (5)

PR. GILSON SOARES: Quem eram os magos que foram visitar Jesus? Quantos eram?

WIERSBE: “Esses "magos" eram astrólogos orientais que estudavam as estrelas e tentavam entender os tempos. Eram gentios que Deus chamou especialmente para reverenciar o Rei recém-nascido. Talvez seja uma referência à estrela milagrosa da profecia de Balaão, relatada em Números 24:1-7. Não sabemos quantos eram os magos, de onde vinham ou qual era o nome deles. Nem sempre as tradições cristãs conhecidas têm fundamento bíblico.”.

PERGUNTA FEITA A D. L. MOODY - PFEIFFER (6)

PR. GILSON SOARES: Quem eram os magos que foram visitar Jesus?

MOODY:(magoi) indicava originariamente a casta sacerdotal entre os persas e babilônios (veja Daniel 2:2, 48; 4:6, 7; 5:7). Mais tarde o nome foi aplicado pelos gregos a qualquer feiticeiro ou charlatão (Atos 8:9;13:18). Mateus usa o termo no sentido bom para designar homens respeitados de uma religião oriental. É inteiramente aceitável que esses homens tivessem contato com os judeus exilados, ou com as profecias e a influência de Daniel, e assim possuíssem as profecias do V. T. relativamente ao Messias.”

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

(1)_ CHAMPLIN. Russel Norman, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vol. 1. Mateus e Marcos. São Paulo: Candeia. p.273.

(2)_  TASKER, R. V. G. Mateus: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova. 2006. P.31-32.

(3)_ MACARTHUR, John. Bíblia de Estudo Macarthur. Barueri: SBB. 2010. P.1209.

(4)_ CARSON, D. A. O Comentário de Mateus. São Paulo: Shedd Publicações. 2010. P. 111-112.

(5)_ WIERSBE, Warren W.  Comentário Bíblico Wiersbe. Volume II – Novo Testamento. Santo André: Geográfica Editora. 2008. P.18.

(6)_ PFEIFFER, Charles F.  Comentário Bíblico Moody.  P.9