O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

30 de março de 2013

Um pequeno estudo sobre a páscoa


UM PEQUENO ESTUDO SOBRE A PÁSCOA

Pr. Gilson Soares dos Santos

I – Breve histórico da Páscoa

A.    O povo de Israel era escravo no Egito.
B.    Depois de procurar convencer Faraó a libertar o povo por meio de pragas e sinais, Deus resolve dar um basta nessa história.
C.    Ordena que todo o povo de Israel mate um cordeiro, sem mácula, passe o seu sangue nos umbrais das portas.
D.    À noite o “anjo da morte” passa e, na casa onde não foi encontrado o sangue, matou o primogênito daquela casa.
E.    Os primogênitos de Faraó e do seu povo morreram.
F.    Naquela mesma noite o povo de Deus foi liberto do Egito, essa foi a primeira páscoa.
G.    A páscoa era sacrifício de expiação (Ex 12.27; 34.25).
H.    Além de ser um sacrifício, estava relacionada com o santuário (Dt 16.2).
I.      Os levitas imolavam o cordeiro e os sacerdotes faziam uso do sangue para expiação (II Cr 30.16; 33.11; Ed 6.19).
J.     A páscoa era também uma refeição. Os judeus comiam o cordeiro assado, com pães asmos e ervas amargas (Ex 12.8-10).

II – O Significado da Páscoa

A.    A palavra Páscoa, vem da palavra hebraica pessach significa “passar por cima”
B.    A páscoa é um tipo do sacrifício expiatório de Cristo, ou seja, o Cordeiro simbolizava Cristo, o sangue na porta simbolizava seu sangue na cruz, o povo de Israel sendo livre da morte pelo sangue do cordeiro simboliza a nós que fomos libertados da morte pelo sangue de Cristo.
C.    Exatamente por isso, muito tempo depois, Jesus morreu na semana da páscoa para nos livrar da morte e da escravidão.
D.    O seu sangue passado na cruz do Calvário nos livrou do pecado e da morte.

III – Para quem foi instituída a páscoa

A Páscoa foi instituída, exclusivamente, para os judeus, isso não inclui gentios. Vejamos o que está em Êxodo 12.

1 – Deus se dirigiu ao povo de Israel (V3)
2 – É uma celebração perpétua entre Deus e Israel (VV 14, 24-27);
3 – O estrangeiro (o não judeu) não pode participar dela (v 44,45)
4 – Qualquer estrangeiro (não judeu) que quisesse participar da páscoa seria circuncidado (vv 44, 48, 49).
5 – A páscoa tinha essa significação nacional, como um memorial da libertação de Israel.

Portanto, pelos textos acima, compreendemos que a páscoa é uma festa perpétua dos judeus, foi para eles que Deus instituiu a páscoa.

IV – Símbolos pagãos da páscoa

A páscoa virou uma celebração mercantilista e antibíblica.  Foram incluídos nas comemorações da páscoa símbolos e crendices que nada têm que ver com a celebração, tais como, coelho, ovos de chocolate, abstinência de carne, etc.

1 – A Bíblia mostra que o símbolo da páscoa é o cordeiro e não um coelho (Ex 12.3,5,21.)
2 – O coelho, segundo a Bíblia, faz parte dos animais imundos (Lv 11.5)
3 – O coelho é símbolo de promiscuidade sexual (está estampado nas revistas pornográficas, como a Playboy)
4 – Ovo nada tem a ver com páscoa, nem com coelho. Coelho não bota ovo.
5 – Cristo é nosso cordeiro pascoal, não nosso coelho pascoal (I Jo 1.29; I Co 5.7,8)
6 – Não há nenhuma proibição bíblica sobre comer carne próximo à páscoa, ao contrário, os judeus comiam carne, e era a carne do próprio cordeiro sacrificado (Ex 12.8,9).

V – Jesus e a páscoa

Jesus celebrou a páscoa com os discípulos, porque ele era judeu.
    
Mas, naquela mesma reunião, instituiu a Ceia do Senhor a ser celebrada em memória dele (Mc 14.12-25; I Co 11.23-32). Utilizando elementos presente na páscoa, Jesus efetuou uma transição muito natural para a santa ceia.

Jesus também disse que, no Reino de Deus, participaria da Ceia conosco, não da páscoa.

 Como conclusão, lembremos o seguinte: A Santa Ceia já nos lembra a morte e a ressurreição de Jesus. Ele é o real cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

27 de março de 2013

Aprendendo sobre o batismo com água


APRENDENDO SOBRE O BATISMO COM ÁGUA

Pr. Gilson Soares dos Santos

INTRODUÇÃO

 “O batismo cristão, que tem a forma de uma lavagem cerimonial (como o batismo pré-cristão) de João Batista, é um sinal de Deus para significar purificação interior e remissão de pecados, regeneração operada pelo Espírito e uma nova vida, e a permanente presença do Espírito Santo, como selo de Deus testificando e garantindo que aquele que o recebe está seguro em Cristo para sempre.”

01 O QUE É O BATISMO?

 É o ato no qual a pessoa que reconheceu seus pecados, se arrependeu e aceitou a Cristo como seu Salvador pessoal, faz confissão de continuar na vida cristã sendo fiel à Cristo e à Igreja. Em seguida, recebe água sobre a cabeça, como símbolo da aspersão do sangue de Jesus (Ex 24.8; Ez 36.25; Hb 9.19,20; I Pe 1.2).

02 QUAL A FÓRMULA DO BATISMO?

Jesus Cristo expressou em Mt 28.19: em nome do Pai, Filho e Espírito Santo.

03 QUEM DEVE SER BATIZADO?

Os que creem e têm a convicção do novo nascimento.

04 É CORRETO O BATISMO DE CRIANÇAS?

Não. A Bíblia diz “Quem crê” (Mc 16.16); “Quem se arrepender” (At 2.38). Quando falamos de crianças, nos referimos àquelas que ainda não estão na idade da razão

05 QUAL A FORMA CORRETA DE BATISMO?

Jesus não determinou a forma de batismo. Existem três formas de batismo, todas elas são corretas. Vejamos:

A - Imersão: o candidato ao batismo é imerso nas águas de um tanque batismal ou rio.

B - Aspersão: o candidato recebe apenas água sobre a cabeça, deixando-a escorrer pelo corpo.

C - Afusão: o candidato entra num tanque ou rio com água à altura da cintura e em seguida recebe água sobre a cabeça.

06 QUAL A FORMA DE BATISMO ADOTADA PELOS CONGREGACIONAIS?

A forma de batismo adotada pelos congregacionais é a aspersão.

07 POR QUE A IGREJA CONGREGACIONAL BATIZA POR ASPERSÃO?

Jesus não determinou forma de batismo.

08 ONDE ENCONTRAMOS BATISMO POR ASPERSÃO NA BÍBLIA?

A - No dia de Pentecostes, foram batizadas quase três mil pessoas. O batismo delas foi por aspersão, observe em Atos 2:

A1 - Os discípulos faziam suas reuniões no Cenáculo (At 1.12,13);

A2 - Certa vez, eles estavam reunidos no mesmo lugar (At 2.1). Que lugar? O Cenáculo.

A3 - Veio sobre eles o Espírito Santo (At 2.4);

A4 - Pedro começou a pregar (At 2.14); As pessoas após ouvir a pregação de Pedro perguntaram: “Que faremos irmãos?” (At 2.37)

A5 - Pedro respondeu que deveriam arrepender-se, ser batizados e receber o dom do Espírito Santo;

A6 - As pessoas creram, receberam a Palavra e foram batizadas quase três mil pessoas (At 2.41)

B - Como sabemos que as pessoas de Atos 2 foram batizadas por aspersão?

É simples, vejamos:

B1 - Não dava para batizar três mil pessoas por imersão naquele dia, pois o dia para os judeus termina às 6 horas da tarde, e quando Pedro começou pregar já eram 9 horas da manha (At 2.15), provavelmente o batismo começou às 10 horas da manha, e a Bíblia diz que todos foram batizados naquele mesmo dia (At 2.41).

B2 - Isso aconteceu no Cenáculo (At 1.13; At 2.1). Lá não havia tanque para batizar três mil pessoas, nem passava algum rio por ali.

B3 - O único método prático e eficiente seria a aspersão.

C - O eunuco de At 8.26-40 foi batizado por aspersão.

C1 - O local era um deserto (At 8.26) e em deserto não existe rios nem tanque batismal.

C2 - A expressão “desceram às águas” não quer dizer mergulharam, pois se assim fosse, então Filipe também tinha se rebatizado, pois ele também desceu. A expressão “desceram às águas” implica em dizer que eles encontraram água (obviamente pouca por ser deserto) em uma parte baixa.

D - Paulo foi batizado por aspersão.

D1 - A expressão “E ao levantar-se foi batizado” (At 9.18), deixa claro.

E - O carcereiro de Filipos foi batizado por aspersão (At 16.32-34)

E1 - Sendo altas horas da noite, eles não saíram para nenhum rio, pois foram batizados em casa. É do conhecimento de todos que antigamente as cisternas das casas eram muito fundas e a água era tirada com uma grande corda. Portanto, não havia possibilidade de Paulo entrar nesse poço e depois fazer mergulhar toda a família do carcereiro e o próprio carcereiro.

São esses alguns exemplos de batismos por aspersão, encontrados na Bíblia.

09 A PALAVRA BATISMO SIGNIFICA IMERSÃO?

Significa muito mais que imersão. Aqueles que afirmam que batismo significa somente imergir são desconhecedores do uso dos termos bapto e baptizo no grego clássico. Vejamos algumas orientações:

A - Bapto significa: 1) mergulhar, 2) tingir mergulhando, 3) tingir sem levar em consideração o método, 4) embelezar, 5) molhar, umedecer ou lavar, 6) temperar, 7) embeber. (CHARLES HODGE).

B -  Baptizo significa 1) Imergir ou submergir, 2) Inundar ou cobrir com água, 3) Molhar completamente ou umedecer, 4) Derramar sobre, 5) Encharcar, 6) ser dominado ou ser apoderado. (CHARLES HODGE)

Outra prova que o termo batismo não significa somente imersão, está nos próprios textos bíblicos:

A - O Batismo com o Espírito não pode significar um mergulho no Espírito, pois a Bíblia diz que o Espírito Santo é derramado sobre o crente (At 1.5; At 1.8; At 2.17);

B - O povo de Israel foi batizado debaixo de uma nuvem, eles não mergulharam na nuvem (I Co 10.1,2)

C - A crucificação de Jesus é chamada na Bíblia de batismo. Jesus não mergulhou na cruz. (Mt 10.37,38)

D - É por isso que não devemos afirmar que batismo significa somente imergir, pois tem muitos significados.

10 O BATISMO SALVA?

Não. O batismo é para os que já estão salvos. O ladrão lá na cruz não foi batizado, mas partiu salvo (Lc 23.42,43)

CONCLUSÃO

Alguém que recebe o batismo está consciente de seu compromisso com o Reino de Deus, pois ele faz parte desse Reino. Deve estar consciente de suas responsabilidades para com o Evangelho.

20 de março de 2013

Um pequeno estudo sobre o "Quietismo"


UM PEQUENO ESTUDO SOBRE “O QUIETISMO”

Pr. Gilson Soares dos Santos

O Quietismo é uma doutrina que se originou na Espanha, em 1675, com a publicação do Guia Espiritual, de Miguel Molinos. Consiste em uma passividade absoluta diante de Deus. A fim de conhecer melhor esta doutrina faz-se necessário buscar suas origens, o que ela ensina, sua disseminação e como é vista por teólogos e estudiosos.

Origem do Quietismo

Como foi dito, o Quietismo teve início com a publicação do Guia Espiritual de Miguel Molinos, nascido em Zaragoza (Saragoça), na Espanha, que obteve o título de Doutor em Teologia na Universidade de Coimbra. Seus seguidores o chamavam de “santo”, pois aparentava uma autoridade em sua própria pessoa. Já seus opositores o chamavam de “charlatão”.

O Guia Espiritual e o Tratado da comunhão cotidiana, este escrito posteriormente, eram considerados escritos heréticos por alguns, porém, por outros, eram considerados a mais elevada doutrina espiritual cristã.

O que ensina o Quietismo

O Quietismo consistia em uma passividade absoluta diante de Deus. O crente deve desaparecer, deixar morrer seu próprio “eu” e se perder em Deus. Nenhum ativismo, seja do corpo ou do espírito, é admitido. Toda contemplação deve ser espiritual e todos os meios físicos e visíveis são rejeitados. O crente deve ficar quieto, nada fazer pela sua santidade cristã porque Deus fará tudo. É um estado de perfeita quietude no qual a alma se perde em Deus.

Sua disseminação

As principais pessoas engajadas em disseminar esse movimento religioso foram: Miguel Molinos, Madame Guyon e o arcebispo Fénélon. O Quietismo foi disseminado e aceito por muitos. Molinos teve muitos seguidores que o defendiam, mesmo contrariando o próprio ensino de “quietude”. Até a inquisição espanhola chegou a ver com bons olhos o molinismo. Quando os perseguidores de Molinos o acusaram perante a inquisição espanhola, eles, os acusadores, é que foram condenados. Essa tendência mística e espiritual passou por sobre a maior parte da Europa, sendo mais forte na Itália e Espanha. Molinos, por apresentar piedade e mansidão, desfrutou da amizade das mais altas autoridades da igreja e do papa Inocêncio XI. Porem, este mesmo papa o condenou à prisão.

Assim Justo L. González descreve a prisão e condenação de Molinos:

“Molinos foi preso por ordem papal em 1685. Vários de seus discípulos o seguiram às prisões da Inquisição. Quando o processo se iniciou, ele se negou a defender-se e aceitou até as mais ridículas acusações. Seus seguidores diziam que isso se devia ao fato de realmente praticar o quietismo que ensinava. Seus inimigos o tinham como culpado. Quando ordenaram que se retratasse, o fez com tanta humildade que essa mesma retratação podia se interpretar como uma afirmação de suas doutrinas”.

Molino morreu na prisão. Gonzáles diz que “Molinos passou os onze anos restantes de sua vida encarcerado, sempre dando mostras de continuar na contemplação que antes propusera”.

Como ela foi vista por teólogos e estudiosos

São fortes as controvérsias apontadas para essa doutrina. Uns diziam que tal doutrina parecia-se mais com o misticismo muçulmano, outros viam nela um privatismo, fazendo que a igreja perdesse importância e autoridade. Porque, a partir do momento que o crente entra numa inércia, esperando que Deus faça tudo, ele abre mão de sua participação em qualquer atividade, seja religiosa, política ou social. Os que combatiam os ensinos de Molinos afirmavam que o Quietismo levava a uma frouxidão moral.

Charles Hodge escreve o seguinte sobre o Quietismo:

Tal estado deve ser alcançado pela forma prescrita pelos místicos mais antigos; primeiro pela negação ou abstração; isto é, a abstração da alma de tudo o que está fora de Deus, da criatura, de todo interesse, preocupação ou impressão dos objetos sensíveis. Daí a conexão entre o misticismo, nessa forma, e o ascetismo. Não só deve a alma tornar-se assim abstraída da criatura, mas deve estar morta para si mesma. Deve perder todo e qualquer respeito pelo ego. Não pode haver nenhuma oração, pois a oração é a busca de algo para o ego; nenhuma ação de graça, pois a ação de graça implica gratidão pelo bem feito ao ego.”.

Hodge apresenta em sua Teologia Sistemática que o Quietismo abrigava graves erros.

John Macarthur define o Quietismo como uma oposição ao Pietismo. Assim afirma Macarthur:

“O quietismo afirma que o cristão deve ser passivo no crescimento espiritual. Devemos deixar que Deus faça tudo, pois nosso frágil esforço só faz atrapalhar a ação de Deus. Devemos apenas “render-nos” ao Espírito Santo, e Ele nos dará a vitória... O oposto do quietismo é o “pietismo”, que ensina que os crentes devem trabalhar muito e praticar uma autodisciplina extrema para conseguirem piedade pessoal. Devemos fazer estudos bíblicos enérgicos, ser auto-disciplinados, obedientes, diligentes para conseguirmos vidas santas. Mas não pára aí; adota padrões legalistas no seu modo de vestir, de comer, no seu estilo de vida, etc.”.

Para Macarthur, tanto o Quietismo quanto o Pietismo são posições extremadas. É preciso o equilíbrio adequado. Ele conclui:

“Muitos quietistas e pietistas concordam em que a salvação é pela graça, por meio da fé, mas a discordância deles é na área da santificação. Os quietistas desprezam o esforço do crente e arriscam-se a promover a irresponsabilidade, a apatia espiritual. Os pietistas exageram o esforço humano e tendem a provocar o orgulho e a cair no legalismo.”.


Uma busca mais aprofundada faz-se necessária, pois o Quietismo, naquela época, foi confundido com reavivamento religioso, à semelhança do Misticismo, do Pietismo, do Quacrerismo, do Jansenismo, e outros.




BIBLIOGRAFIA

GONZÁLES, Justo L. História Ilustrada do Cristianismo. Vol 2. São Paulo: Vida Nova. 2011. p. 304-307.

HODGE, Charles. Teologia sistemática. São Paulo: Hagnos, 2001, p. 63-66.

Qual o papel do crente na santificação? Artigo de John Macarthur: encontrado em http://www.monergismo.com/textos/santificacao/santificacao_mac.htm acesso em 19/03/2013.

15 de março de 2013

Pedro, Paulo e Francisco


PEDRO, PAULO E FRANCISCO

Pr. Gilson Soares dos Santos

A igreja católica apostólica romana está feliz. Após a renúncia do papa Bento XVI, que deixou o papado no dia 28 de fevereiro de 2013, a igreja católica agora tem novo papa: Francisco I. Até pensei em escrever algo sobre o assunto, mas temos tanta gente boa escrevendo sobre o tema que fica até difícil escolher qual texto é melhor.

Estou postando aqui um link que levará nossos queridos leitores e leitoras ao blog do Rev. Augustus Nicodemus Lopes, "O Tempora, o Mores", onde encontra-se um post sobre o assunto.

Confira:

14 de março de 2013

Kant e a religião



KANT E A RELIGIÃO

Gilson Soares dos Santos

Muita gente, até estudantes de filosofia, desconhece que Immanuel Kant (1724-1804) tratou sobre religião. Certamente, por desconhecerem sua obra A religião nos limites da simples razão, publicada em 1794. Porém ninguém deve imaginar que o tratado de Kant sobre religião é algo superficial, pois ele a coloca dentro da filosofia crítica. Por isso, o filósofo aborda em sua obra a metafísica, os limites da razão, Deus, imortalidade, liberdade, principalmente as figuras predominantes na religião, ou seja, o dualismo "bem e mal", entre outros.

De cara, é preciso perceber que Kant transmigra o lugar da discussão para o domínio prático da razão, de modo que tudo o que envolve a religião deve ser visto a partir da exigência prático-moral. A religião torna-se dependente da moral. A intenção de Kant é submeter a religião ao exame racional. Deus, a alma, a liberdade, o bem, o mal, o culto, a igreja, a fé, tudo deve ser tomado a partir dos recursos da simples razão. O projeto do filósofo é colocar a razão como faculdade capaz de orientar a busca, orientando a ação moral e a fé.

Kant, em sua obra, reconhece que a religião tem um efeito poderoso na formação da moral do indivíduo, bem como na coletividade. Chegou até a defender que o ensino do catecismo tivesse função moral. Porém a religião que ele apresenta e que serve para nortear-nos em todas questões é a "religião subjetivamente considerada" que é o conhecimento de todos os nossos deveres como mandamentos divinos.

Para Kant, razão e fé são cúmplices, e esta cumplicidade é necessária. A razão quer reconhecer o núcleo racional da religião. A religião deve manter-se no domínio dos limites da razão, pois, somente assim, haverá um estreitamento entre o âmbito religioso e o ético.

A Religião nos limites da simples razão é o escrito principal de Kant sobre a religião, porém, não é o único, pois, Deus sempre ocupou um lugar privilegiado na filosofia kantiana.


12 de março de 2013

Calvino se importou com Missões?


CALVINO SE IMPORTOU COM MISSÕES?

Pr. Gilson Soares dos Santos

É preocupante que ainda tenha gente pensando que o protestantismo primitivo excluiu missões. Preocupa saber que tem crente afirmando que os reformadores fizeram o povo perder a ação missionária. E mais ainda, é motivo de preocupação ouvir gente afirmando que Calvino pregou que a igreja não tem obrigação de enviar missionários. Por que digo que é preocupante? Porque isto caracteriza uma falsa acusação contra a tradição reformada, e todo falso testemunho é pecado. Porque isso demonstra o quanto as pessoas desconhecem o trabalho dos reformadores. Por isso, quero postar aqui um link que levará nossos queridos leitores e leitoras a um estudo de Scott J. Simmons sobre João Calvino e Missões.

Clique no link abaixo e aprenda o quanto o reformador João Calvino preocupou-se com missões.

Deus nos abençoe.


9 de março de 2013

Aprendendo sobre a frequência ao templo


APRENDENDO SOBRE A FREQUÊNCIA AO TEMPLO

Pr. Gilson Soares dos Santos

INTRODUÇÃO

Inúmeras pessoas têm interrogado: por que os crentes só vivem na Igreja? Há crente que tem o seguinte raciocínio: “Não precisa ir a todos os cultos”. Outros adotam a seguinte filosofia: “Eu posso ser crente em casa”.
    
Algumas pessoas, compreendendo estes fatos, chegam à conclusão que a vida cristã não tem nada a ver com a igreja. Pode frequentar uma, se quiser, mas também pode usar o tempo igualmente bem, recebendo amigos em casa, passeando no shopping ou indo pescar. Pode comunicar-se com Deus em qualquer lugar.
    
Será que é assim? Não necessitamos ir ao templo?
  
01 É MESMO NECESSÁRIA A ASSIDUIDADE AO TEMPLO E A AOS CULTOS?

Sim. Um verdadeiro cristão sabe o quanto isso é necessário.

Todo salvo sente a necessidade de procurar outros salvos para compartilhar sua fé. Onde ele vai encontrar? Na igreja, ou seja, no lugar onde a igreja se reúne.

Uma pessoa que não sente vontade de ir ao templo, de fazer parte de uma igreja, obviamente é uma pessoa que tem algum problema contra a igreja ou contra alguém da igreja. Certamente essa pessoa precisa nascer de novo, pois em I João 1.7 a Bíblia diz que se andamos na luz, então temos comunhão uns com os outros.

A igreja local é como uma família. Cada membro nasce de novo pelo Espírito e se torna coparticipante da natureza de Deus. Todos são membros da família de Deus, que é a igreja.

02 O QUE A BÍBLIA DIZ A RESPEITO?

Vejamos o que a Bíblia nos diz sobre a frequência ao templo:

A - O salmista disse que era melhor um dia na casa do Senhor, do que mil em outro lugar (Sl 27.4).

B - Davi pediu para morar na casa do Senhor (Sl 27.4).

C - Davi sentia alegria quando era chamado a ir à casa do Senhor (Sl 122.1).

D - A profetiza Ana, com quase 84 anos, estava todos os dias no templo (Lc 2.36, 37).

E - Os crentes dos primeiros tempos da igreja estavam todos os dias no templo (At 2.46).

F - Jesus deu exemplo, estava todos os dias no templo (Mc 14.49).

G - A Bíblia diz que não devemos abandonar nossa Congregação, isto é, a reunião com os irmãos (Hb 10.25).

03 COMO DEVE SER O CULTO NA IGREJA?

A Bíblia nos dá um modelo de culto. Vejamos:

A - Em I Co 14.26: salmo, doutrina, revelação, língua, interpretação. Tudo deve ser para edificação.

B - Cl 3.16: Salmos, hinos, cânticos espirituais.

C - At 2.42-47: Doutrina, comunhão, santa ceia, orações.

D - Sl 150: Louvor com vozes e instrumentos.

04 NA IGREJA EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE CULTOS. QUAIS SÃO?

Vejamos:

A - Escola Dominical: Nessa escola os crentes se reúnem para aprender sobre a Palavra de Deus (A Bíblia), estudando pontos teológicos, ética cristã, etc. Ela é dividida em classes, por faixa etária.

B - Culto Domingo à Noite: Os crentes se reúnem para louvar a Deus e anunciar a Palavra de salvação para os visitantes.

C - Culto de Oração: A igreja se reúne para orar e testemunhar os milagres que Deus tem feito em suas vidas.

D - Culto de Doutrina: A igreja se reúne para aprender as doutrinas das Sagradas Escrituras.

E - Culto dos Departamentos: A igreja é formada por departamentos Adolescentes, Jovens, Mulheres, Homens, Crianças. Esses departamentos, chamados de Uniões, têm cultos realizados por eles.

Um verdadeiro cristão sabe o valor de estarmos na Casa do Senhor constantemente.

05 SE ALGUÉM PREFERIR ASSISTIR CULTOS EM DIVERSAS IGREJAS, ESTÁ ERRADO?

Sim. É preciso ter um local para se congregar.

Vejamos os erros cometidos por aqueles que não querem compromisso com uma igreja local:

A - Desobediência à Palavra.

·         Em Hb 10.25 a Bíblia nos diz que não devemos deixar a nossa congregação como é costume de alguns

·         Uma pessoa que não congrega, apenas vive visitando igrejas, erra porque não tem compromisso.

B - Insubmissão

·         Em Hb 13.17 a Bíblia diz que devemos ser submissos aos nossos guias, ou seja, aos nossos líderes, pois velam por nossas almas.

·         Uma pessoa que vive de visitar igrejas não tem um líder. Não tem a quem ser submisso, portanto está errada.

C - Negação da presença de Jesus nas reuniões

·         Jesus disse que onde estivessem dois ou três reunidos em Seu Nome, Ele estaria presente (Mt 18.20). Quando vivemos de igreja em igreja dá a ideia que não encontramos Jesus ainda nas reuniões.

D - Negligência

·         Jesus nos salva e nos ordena a trabalharmos em sua seara. Precisamos dar frutos.

·         O crente que só vive visitando igrejas, não trabalha. Portanto está errado, pois está negligenciando o trabalho do Senhor.

06 QUANTO ÀQUELES QUE NÃO PODEM IR À IGREJA, COMO FICA A SITUAÇÃO DESSAS PESSOAS?

Existem pessoas que não podem ir à igreja. Não pode frequentar os cultos. Porém essas pessoas podem pedir para seus irmãos em Cristo visitá-los, realizando culto em seus lares.

A igreja precisa ter grupos especializados para isso.

CONCLUSÃO

     Assim como precisamos alimentar nosso corpo todos os dias, da mesma forma precisamos alimentar nossa alma com a Palavra de Deus. O melhor lugar para que alimentemos nosso espírito é na igreja, nos cultos, estudando a palavra e orando, sempre buscando a comunhão com nossos irmãos.

5 de março de 2013

Igreja sem nome ou igreja local de Witness Lee


IGREJA SEM NOME OU IGREJA LOCAL DE WITNESS LEE

Pr. Gilson Soares dos Santos

Witness Lee”, “Igreja Local”, “Igreja Sem Nome”, “Editora Árvore da Vida”, todos esses termos estão ligados a uma religião que insiste em dizer que é pecado a igreja ter um nome, que é pecado a igreja ter templos para suas reuniões, que é pecado a existência de denominações. Para eles somente deve existir a igreja local, pois foi para a liderança da igreja local que o Senhor deu a revelação das Sagradas Escrituras.

Quero transcrever aqui um estudo do Pr. Natanael Rinaldi, que pode ser encontrado na página do ICP (Instituto Cristão de Pesquisas).

A SEDUÇÃO DA IGREJA LOCAL


O crescimento da fé evangélica no Brasil, publicado em 2002 pelos órgãos de pesquisas, rendeu comentários na televisão, nos jornais e até em capas de revista. É do conhecimento de todos que essa “massa evangélica” é constituída de várias denominações que compartilham dos mesmos conceitos doutrinários, o que promove uma comunhão sincera entre as mesmas. Assim, é muito comum nos depararmos com circunstâncias em que identificamos um irmão em Cristo e perguntamos: qual é a sua denominação?

Para os membros da Igreja Local, isso é antibíblico. Eles têm aversão a esse tipo de pergunta. De fato, uma indagação como essa, quando direcionada aos membros da Igreja Local, é interpretada como uma ofensa. O indagador recebe deles uma pronta resposta: “As igrejas locais não têm nome. O único nome que ostentamos e honramos é o nome do Senhor Jesus [...] O termo igreja local não é um nome [...] Imprimir as palavras igreja local com letras maiúsculas é um erro sério, pois isto dá a impressão de que o nome é igreja local”.1

O que é o localismo?

O empenho deles é notório em esclarecer que Igreja Local não é um nome denominacional. Para eles, tal “expressão” está relacionada a “um grupo de crentes, membros vivos de Cristo”,1 que “não pertencem a nenhuma denominação”. Entretanto, os fatos testificam que eles possuem registro de pessoa jurídica, como qualquer outra denominação ou instituição religiosa. E eles mesmos confirmam isso: “No que diz respeito às questões financeiras, as igrejas locais estão legalmente registradas com relação ao governo”.2

Novamente, perguntamos aos membros desse grupo: “Qual é o nome de sua denominação?”. Quando a insistência da indagação exige um parecer, a resposta é indefinida, informando o nome da cidade em que a igreja se localiza: “A igreja que está em São Paulo” ou “a igreja que está em Belo Horizonte” e, caso sejam interrogados sobre o porquê da ausência do nome denominacional (o que quase sempre acontece) a resposta que se obtém é que as denominações são divisões e, como tais, geram divisões, por isso, segundo eles, só deve existir uma igreja em cada cidade com o nome da própria cidade. E, segundo ainda afirmam, todo cristão genuíno deve unir-se a essa igreja local com o nome da cidade.

A explicação é a seguinte: se você está em Santos e necessita mudar para São Paulo, por exemplo, não precisa se preocupar quanto a que igreja deve congregar, como ocorreria com todos os membros das divisões, ou seja, das denominações. Ensinam os líderes da Igreja Local: “Você irá à igreja daquela cidade, à igreja local”. E o que estará fazendo a pessoa que entrar em qualquer outra igreja que não seja a local? Deixemos o fundador da Igreja Local, Witness Lee, responder: “Se você entrar em qualquer outra coisa afora a igreja local daquela cidade, entrará numa divisão”.3 Desta forma, os líderes advertem aos membros da Igreja Local a não manterem relações com os crentes denominacionais, mas fidelidade incondicional à sua igreja.

Mas o ataque às igrejas evangélicas não para, e atinge também os católicos. “Hoje em dia há principalmente dois tipos de crentes: um deles é formado pelas denominações, incluindo a Igreja Católica Romana, e o outro é composto daqueles que estão fora das divisões (leia-se denominações, grifo nosso) e sobre a base correta”.4 E como os localistas enxergam aqueles que fazem vista grossa a esta doutrina? Vejamos: “Não tente ser neutro. Não procure reconciliar as denominações com a igreja local. Você nunca conseguirá reconciliá-los. Você consegue reconciliar branco com preto? Sim, mas serão cinza; nem preto nem branco”.5 

Qual é o principal alvo da Igreja Local?

Arrebanhar os membros das denominações evangélicas. O alvo dos localistas são os evangélicos. É essa a tática de evangelização empregada pela Igreja Local. E, (atenção!) para obterem êxito nesse propósito, lançam mão de acentuado proselitismo: “Damos boas-vindas a todos os verdadeiros crentes e buscamos comunhão com eles como nossos irmãos e irmãs em Cristo”.6

Quando o objetivo é desarraigar o evangélico de sua “divisão” (ou seja, denominação), os localistas são amáveis, não dá para acreditar que por trás de tanta simpatia se esconde a intenção de nos tornar membros de sua igreja.

Superficialmente, a afirmação deles é afável: “buscamos comunhão com eles como nossos irmãos em Cristo”. Mas acrescentamos: “essa comunhão, porém, só é possível se os irmãos abandonarem suas denominações e ingressarem na Igreja Local”.

A dissimulação dos membros da Igreja Local permite que penetrem nas igrejas evangélicas para vender a literatura de Witness Lee, editado pela Árvore da Vida. Isso ocorre principalmente com a permissão de pastores evangélicos que desconhecem o movimento, e, infelizmente, não são poucos.

Um passado desfavorável

Parece antagônico, mas é possível definir a Igreja Local como uma facção antidenominacional. Não obstante a toda essa repulsa em relação às denominações evangélicas, a própria Igreja Local nada mais é do que uma dissidência de outras igrejas. 

Witness Lee foi grandemente influenciado pelo pastor Watchman Nee. Membro da Igreja dos Irmãos de Plymouth, Watchman Nee separou-se dessa igreja para criar o seu próprio grupo: “O Pequeno Rebanho”. Witness Lee chegou a presidir algumas comunidades da igreja do pastor Nee. Os anos se passaram e, depois da prisão de Nee, Lee criou o seu próprio grupo com suas estranhas doutrinas, levando muitos membros da igreja com ele.

Ora, será que Lee não considerou seu próprio passado ao ensinar suas doutrinas? Historicamente, a Igreja Local é uma divisão de duas outras denominações. A própria história do grupo serve para combatê-la e reprová-la.

Igrejas evangélicas: organizações de Satanás

Quando não conseguem margem para efetuar seu proselitismo, os membros da Igreja Local revelam seus julgamentos sobre os evangélicos, e declaram: “Visto que a ‘Mãe das Prostituições’ é a Igreja Apóstata, as prostitutas, suas filhas, devem ser todas as diferentes facções e grupos do cristianismo que mantêm, até certo ponto, o ensinamento e as práticas e tradições da Igreja Romana apóstata”.7

Ora, se a Igreja Católica é tida como a “Mãe das Prostituições”, quem são as “filhas prostitutas”? Segundo a lógica deles, são as igrejas evangélicas ou denominacionais. Perguntamos, então: como manter um clima de cordialidade e respeito mútuo com os localistas?

“Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3).

Sendo mais contundentes, escrevem no livro “Apocalipse, versão restaurada”: “O catolicismo romano e o protestantismo, assim como o judaísmo, estão todos nessa categoria, tornando-se uma organização de Satanás, como seu instrumento para danificar a economia de Deus”.8

Heresias de perdição

Como podemos observar em nossa última citação “As igrejas evangélicas são organizações de Satanás”. “Jesus foi corrompido por Satanás por meio de sua encarnação”. “Satanás habita no corpo do homem”.

Três contundentes e errôneas afirmações doutrinárias.

Assim, percebemos que a Igreja Local não pode, em nenhuma hipótese, ser considerada um movimento evangélico, pelo menos não genuinamente. O apóstolo Pedro já nos precavia sobre isso: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição” (2Pe 2.1).

Vejamos as declarações de Witness Lee:

“Por isso, o homem tem não só a vida e a natureza de Satanás, mas também o próprio Satanás como tal espírito maligno operando dentro de si”.9

“Agora, todos eles estão em nós. Adão, o ego, está na nossa alma; Satanás, o diabo, está em nosso corpo; e Deus, o Deus Triúno, está em nosso espírito”.10

Satanás habita dentro dos cristãos? Não. Diz a Bíblia: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).

Como Witness Lee pôde conceber tamanha heresia?! Se o corpo do cristão é o templo do Espírito Santo, como pode, ao mesmo tempo, ser habitação de Satanás? A Bíblia nos dá exemplos de homens que tinham relação com Satanás, mas esses homens não eram cristãos, absolutamente. Judas, o que traiu Jesus, era contado entre os doze apóstolos, mas, infelizmente, tornou-se habitação de Satanás: “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze” (Lc 22.3).

Como podemos ver, não é necessário muito esforço para percebermos os malefícios que os ensinamentos da Igreja Local podem causar na Igreja do Senhor. Mas o teor de heresias localistas consegue ser mais profundo. Declaram que o próprio Jesus estava na mesma situação que nós ao tornar-se homem (ou seja, ao tomar o corpo humano): “Quando Deus se encarnou como homem, o tipo de homem com que Ele se vestiu era um homem corrompido por Satanás. O homem, na época da sua encarnação, já não era mais um homem puro, mas um homem arruinado, corrompido por Satanás...”.11

Perguntamos: é esse Jesus que os evangélicos seguem? Não!

Obviamente, a Igreja Local serve a outro Jesus, completamente estranho ao que é apresentado nas Escrituras. A respeito do nosso Jesus, a Bíblia diz: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne, habitou entre nós, e vimos a sua glória como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.1,14).

O texto bíblico fala de um Jesus que não se corrompeu ao tornar-se humano. Fala de um Jesus santo, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os céus (Hb 7.26). Fala de um Jesus que, como nós, em tudo foi tentado, mas não pecou, era sem pecado (Hb 4.15).

Não se pode dar outra designação aos ensinos de Witness Lee: são “heresias de perdição”. Devemos nos afastar de tais ensinos!

Um alerta aos evangélicos

Que se previnam e tomem muito cuidado com as heresias da Igreja Local. Devemos nos aproximar deles apenas com o objetivo de lhes pregar o verdadeiro Cristo. Infelizmente, pelo uso que fazem do nome de Watchman Nee, muitos cristãos têm abandonado suas igrejas e ingressado no movimento de Witness Lee, acreditando que, desta vez, encontraram a “verdade”.

Os membros da Igreja Local possuem um sério compromisso com a organização a que pertencem. O exclusivismo que ostentam discrimina tudo e todos, mas eles ainda não conhecem o verdadeiro Jesus, o Jesus da Bíblia, aquele que é o caminho, a verdade e a vida (Jo14.6).

O apóstolo Paulo disse que a verdade está em Jesus (Ef 4.21), e não em uma organização religiosa que afirma que todas as igrejas apostataram e que ela, a organização, e somente ela, possui a “verdade”.

Amados irmãos, tomem muito cuidado!

Notas:

1 Idem.
2 Idem, p. 17.
3 A visão da igreja, pp 10,11.
4 A expressão prática da igreja, p. 128.
5 Idem, p. 115.
6 O que cremos e praticamos nas igrejas locais, p. 4.
7 Apocalipse (versão restaurada), p. 107.
8 Idem.
9 Lições da verdade, nível um, p. 13.
10 A economia de Deus, p. 190.
11 O homem e as duas árvores, p. 9.

O estudo pode ser encontrado no site do ICP