O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

30 de outubro de 2015

95 teses para uma reforma na igreja de hoje

95 TESES PARA UMA REFORMA NA IGREJA DE HOJE

Pr. Gilson Soares dos Santos


Hoje fala-se muito na necessidade de uma nova Reforma na igreja. Principalmente na igreja brasileira.

Há dez anos, o site monergismo.com lançou as 95 teses para a igreja de hoje, organizadas por José Barboza Júnior

Aproveito a Semana da Reforma para republicar aqui essas 95 teses. Abaixo você tem acesso ao link.

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95 Teses para a Igreja de Hoje


1 – Reafirmamos a supremacia das Escrituras Sagradas sobre quaisquer visões, sonhos ou novas revelações que possam aparecer. (Mc 13.31) 

2 – Entendemos que todas as doutrinas, ideias, projetos ou ministérios devem passar pelo crivo da Palavra de Deus, levando-se em conta sua total revelação em Cristo e no Novo Testamento do Seu sangue. (Hb 1.1-2)

3 – Repudiamos toda e qualquer tentativa de utilização do texto sagrado visando a manipulação e domínio do povo que, sinceramente, deseja seguir a Deus. (2 Pe 1.20) 

4 – Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que contém TODA a revelação que Deus julgou necessária para todos os povos, em todos os tempos, não necessitando de revelações posteriores, sejam essas revelações trazidas por anjos, profetas ou quaisquer outras pessoas. (2 Tm 3.16) 

5 – Que o ensino coerente das Escrituras volte a ocupar lugar de honra em nossas igrejas. Que haja integridade e fidelidade no conhecimento da Palavra tanto por parte daqueles que a estudam como, principalmente, por parte daqueles que a ensinam. (Rm 12.7; 2 Tm 2.15)

6 – Que princípios relevantes da Palavra de Deus sejam reafirmados sempre: a soberania de Deus, a suficiência da graça, o sacrifício perfeito de Cristo e Sua divindade, o fim do peso da lei, a revelação plena das Escrituras na pessoa de Cristo, etc. (At 2.42)

7 – Cremos que o mundo jaz no maligno, conforme nos garantem as Escrituras, não significando, porém, que Satanás domine este mundo, pois “do Senhor é a Terra e sua Plenitude, o mundo e os que nele habitam”. (1 Jo 5.19; Sl 24.1) 

8 – Cremos que a vitória de Jesus sobre Satanás foi efetivada na cruz, onde Cristo “expôs publicamente os principados e potestades à vergonha, triunfando sobre eles” e que essa vitória teve como golpe final a ressurreição, onde o último trunfo do diabo, a saber, a morte, também foi vencido. (Cl 2.15; 1 Co 15.20-26) 
9 – Acreditamos que o cristão verdadeiro, uma vez liberto do império das trevas e trazido para o Reino do Filho do amor de Deus, conhecendo a verdade e liberto por ela, não necessita de sessões contínuas de libertação, pois isso seria uma afronta à Cruz de Cristo. (Cl 1.13; Jo 8.32,36) 

10 – Cremos que o diabo existe, como ser espiritual, mas que está subjugado pelo poder da cruz de Cristo, onde ele, o diabo, foi vencido. Portanto, não há a necessidade de se “amarrar” todo o mal antes dos cultos, até porque o grande Vencedor se faz presente. (1 Co 15.57; Mt 18.20)

11 – Declaramos que nós, cristãos, estamos sujeitos à doenças, males físicos, problemas relativos à saúde, e que não há nenhuma obrigação da parte de Deus em curar-nos, e que isso de forma alguma altera o seu caráter de Pai amoroso e Deus fiel. (Jo 16.33; 1 Tm 5.23) 

12 – Entendemos que a prosperidade financeira pode ser uma benção na vida de um cristão, mas que isso não é uma regra. Deus não tem nenhum compromisso de enriquecer e fazer prosperar um cristão. (Fp 4.10-12) 

13 – Reconhecemos que somos peregrinos nesta terra. Não temos, portanto, ambições materiais de conquistar esta terra, pois “nossa pátria está nos céus, de onde aguardamos a vinda do nosso salvador, Jesus Cristo”. (1 Pe 2.11) 

14 – Nossas petições devem sempre sujeitar-se à vontade de Deus. “Determinar”, “reivindicar”, “ordenar” e outros verbos autoritários não encontram eco nas Escrituras Sagradas. (Lc 22.42) 

15 – Afirmamos que a frase “Pare de sofrer”, exposta em muitas igrejas, não reflete a verdade bíblica. Em toda a Palavra de Deus fica clara a ideia de que o cristão passa por sofrimentos, às vezes cruéis, mas ele nunca está sozinho em seu sofrer. (Rm 8.35-37) 

16 – Reafirmamos que, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, sendo os mesmos livres de quaisquer maldições passadas, conhecidas ou não, pelo poder da cruz e do sangue de Cristo, que nos livra de todo o pecado e encerra em si mesmo toda a maldição que antes estava sobre nós. (Rm 8.1)

17 – Entendemos que a natureza criada participa das dores, angústias e consequências da queda do homem, e que aguarda com ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus. (Rm 8.19-23) 

18 – Reconhecemos a suficiência e plenitude da graça de Cristo, não necessitando assim, de quaisquer sacrifícios ou barganhas para se alcançar a salvação e favores de Deus. (Ef 2.8-9) 

19 – Reconhecemos também a suficiência da graça em TODOS os aspectos da vida cristã, dizendo com isso que não há nada que possamos fazer para “merecermos” a atenção de Deus. (Rm 3.23; 2 Co 12.9) 

20 – Que nossos cultos sejam mais revestidos de elementos de nossa cultura. Que a brasilidade latente em nossas veias também sirva como elemento de adoração e liturgia ao nosso Deus. (1 Co 7.20) 

21 – Que entendamos que vivemos num “país tropical, abençoado por Deus, e bonito por natureza”. Portanto, que não seja mais “obrigatório” aos pastores e líderes o uso de trajes mais adequados ao clima frio ou extremamente formais. Que celebremos nossa tropicalidade com graça e alegria diante de Deus e dos homens. (1 Co 9.19-23)

22 – Que nossa liturgia seja leve, alegre, espontânea, vibrante, como é o povo brasileiro. Que haja brilho nos olhos daqueles que se reúnem para adorar e ouvir da Palavra e que Deus se alegre de nosso modo brasileiro de cultuá-LO. (Salmo 100)

23 – Que as igrejas entendam que Deus pode ser adorado em qualquer ritmo, e que a igreja brasileira seja despertada para a riqueza dos vários sons e ritmos brasileiros e entenda que Deus pode ser louvado através de um baião, xote, milonga, frevo, samba, etc... (Sl 150) 

24 – Que retornemos ao princípio bíblico, vivido pela igreja chamada primitiva, de que “ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” (At 4.32)

25 – Que não condenemos nenhum irmão por ter caído em pecado, ou por seu passado. Antes, seguindo a Palavra, corrijamos a ovelha ferida com espírito de brandura, guardando-nos para que não sejamos também tentados. (Gl 6.1)

26 – Que ninguém seja culpado por duvidar de algo. Que haja espaço em nosso meio para dúvidas e questionamentos. Que ninguém seja recriminado por “falta de fé”. Que haja maturidade para acolher o fraco e sabedoria para ensiná-lo na Palavra. A fé vem pelo ouvir, e o ouvir da Palavra de Deus. (Rm 14.1; Rm 10.17) 

27 – Que a igreja reconheça que são as portas do inferno que não prevalecerão contra ela e não a igreja que tem que se defender do “exército inimigo”. Que essa consciência nos leve à prática da fé e do amor, e que isso carregue consigo o avançar do Reino de Deus sobre a terra. (Mt 16.18) 

28 – Cremos na plena ação do Espírito Santo, mas reconhecemos que em muitas situações e igrejas, há enganos em torno do ensino sobre dons e abusos em suas manifestações. (Hb 13.8; 1 Co 12.1) 

29 – Que nossas estatísticas sejam mais realistas e não utilizadas para, mentindo, “disputarmos” quais são as maiores igrejas; o Reino é bem maior que essas futilidades. (Lc 22.24-26) 

30 – Que os neófitos sejam tratados com carinho, ensinados no caminho, e não expostos aos púlpitos e à “fama” antes de estarem amadurecidos na fé, para que não se ensoberbeçam e caiam nas ciladas do diabo. (1 Tm 3.6)

31 – Que saibamos valorizar a nossa história, certos de que homens e mulheres deram suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós. (Hb 12.1-2) 

32 – Que sejamos conhecidos não por nossas roupas ou por nossos jargões linguísticos, mas por nossa ética e amor para com todos os homens, refletindo assim, a luz de Cristo para todos os povos. (Mt 5.16)

33 – Que arda sempre em nosso peito o desejo de ver Cristo conhecido em todas as culturas, raças, tribos, línguas e nações. Que missões seja algo sempre inerente ao próprio ser do cristão, obedecendo assim à grande comissão que Jesus nos outorgou. (Mt 28.18-20)

34 – Reconhecemos que muitas igrejas chamam de pecado aquilo que a Bíblia nunca chamou de pecado. (Lc 11.46)

35 – A participação de cristãos e pastores em entidades e sociedades secretas é perniciosa e degradante para a simplicidade e pureza do evangelho. Não entendemos como líderes que dizem servir ao Deus vivo sujeitam-se à juramentos que vão de encontro à Palavra de Deus, colocando-se em comunhão espiritual com não cristãos declarando-se irmãos, aceitando outros deuses como verdadeiros. (Lv 5.4-6,10; Ef 5.11-12; 2 Co 6.14) 

36 – Rejeitamos a ideia do messianismo político, que afirma que o Brasil só será transformado quando um “justo” (que na linguagem das igrejas significa um membro de igreja evangélica) dominar sobre esta terra. O papel de transformação da sociedade, pelos princípios cristãos, cabe à Igreja e não ao Estado. O Reino de Deus não é deste mundo, e lamentamos a manipulação e ambição de alguns líderes evangélicos pelo poder terreal. (Jo 18.36) 

37 – Que os púlpitos não sejam transformados em palanques eleitorais em épocas de eleição. Que nenhum pastor induza o seu rebanho a votar neste ou naquele candidato por ser de sua preferência ou interesse pessoal. Que haja liberdade de pensamento e ideologia política entre o rebanho. (Gl 1.10) 

38 – Que as igrejas recusem ajuda financeira ou estrutural de políticos em épocas de campanha política a fim de zelarem pela coerência e liberdade do Evangelho. (Ez 13.19)

39 – Que os membros das igrejas cobrem esta atitude honrada de seus líderes. Caso contrário, rejeitem a recomendação perniciosa de sua liderança. (Gl 2.11)

40 – Negamos, veementemente, no âmbito político, qualquer entidade que se diga porta-voz dos evangélicos. Nós, cristãos evangélicos, somos livres em nossas ideologias políticas, não tendo nenhuma obrigação com qualquer partido político ou organização que se passe por nossos representantes. (Mt 22.21) 

41 – O versículo bíblico “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor” não deve ser interpretado sob olhares políticos como “Feliz a nação cujo presidente é evangélico” e nem utilizado para favorecer candidatos que se arroguem como cristãos. (Sl 144.15) 

42 – Repugnamos veementemente os chamados “showmícios” com artistas evangélicos. Entendemos ser uma afronta ao verdadeiro sentido do louvor a participação desses músicos entoando hinos de “louvor a Deus” para angariarem votos para seus candidatos. (Ex 20.7)

43 – Cremos que o Reino também se manifesta na Igreja, mas é maior que ela. Deus não está preso às paredes de uma religião. O Espírito de Deus tem total liberdade para se manifestar onde quiser, independente de nossas vontades. (At 7.48-49)

44 – Nenhum pastor, bispo ou apóstolo (ou qualquer denominação que se dê ao líder da igreja local) é inquestionável. Tudo deve ser conferido conforme as Escrituras. Nenhum homem possui a “patente” de Deus para as suas próprias palavras. Portanto, estamos livres para, com base nas Escrituras, questionarmos qualquer palavra que não esteja de acordo com as mesmas. (At 17.11)

45 – Ninguém deve ser julgado por sua roupa, maquiagem ou estilo. As opiniões pessoais de pastores e líderes quanto ao vestuário e estilo pessoal não devem ser tomadas como Palavras de Deus e são passíveis de questionamentos. Mas que essa liberdade pessoal seja exercida como servos de Cristo, com sabedoria e equilíbrio. (Rm 14.22)

46 – Que nenhum pastor, bispo ou apóstolo se utilize do versículo bíblico “não toqueis no meu ungido” para tornarem-se inquestionáveis e isentos de responsabilidade por aquilo que falam e fazem no comando de suas igrejas. (Ez 34.2; 1 Cr 16.22) 

47 – Que ninguém seja ameaçado por seus líderes de “perder a salvação” por questionarem seus métodos, palavras e interpretações. Que essas pessoas descansem na graça de Deus, cientes de que, uma vez salvas pela graça estão guardadas sob a égide do sangue do cordeiro, de cujas mãos, conforme Ele mesmo nos afirma, nenhuma ovelha escapará. (Jo 10.28-29)

48 – Que estejamos cada vez mais certos de que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Que a febre de erguermos “palácios” para Deus dê lugar à simplicidade e humildade do bebê que nasce na manjedoura, e nem por isso, deixa de ser Rei do Universo. (At 7.48-50) 

49 – Que nenhum movimento, modelo, ou “pacote” eclesiástico seja aceito como o ÚNICO vindo de Deus, e nem recebido com a “solução” para o crescimento da igreja. Cremos que é Deus quem dá o crescimento natural a uma igreja que se coloca sob Sua Palavra e autoridade. (At 2.47; 1 Co 3.6) 

50 – Que nenhum grupo religioso julgue-se superior a outro pelo NÚMERO de pessoas que aderem ao seu “mover”. Nem sempre crescimento numérico representa crescimento sadio. (Gl 6.3)

51 – Que a idolatria evangélica para com pastores, apóstolos, bispos, cantores, seja banida de nosso meio como um câncer é extirpado para haver cura do corpo. Que a existência de fã-clubes e a “tietagem” evangélica sejam vistos como uma afronta e como tentativa de se dividir a glória de Deus com outras pessoas. (Is 42.8; At 10.25-26) 

52 – Reafirmamos que o véu que fazia separação entre o povo e o lugar santo, foi rasgado de alto a baixo quando da morte de Cristo. TODO cristão tem livre acesso a Deus pelo sangue de Cristo, não necessitando da mediação de quem quer que seja. (Hb 4.16; 2 Tm 2.15) 

53 – Que os pastores, bispos e apóstolos arrependam-se de utilizarem-se de argumentos fúteis para justificarem suas vidas regaladas. Carro importado do ano, casa nova e prosperidade financeira não devem servir de parâmetros para saber se um ministério é ou não abençoado. Que todos nós aprendamos mais da simplicidade de Cristo. (Mt 8.20) 

54 – Não reconhecemos a autoridade de bispos, apóstolos e líderes que profetizam a respeito de datas para a volta de Cristo. Ninguém tem autoridade para falar, em nome de Deus, sobre este assunto. (Mc 13.32)

55 – “O profeta que tiver um sonho, conte-o como sonho. Mas aquele a quem for dado a Palavra de Deus, que pregue a Palavra de Deus.” Que sejamos sábios para não misturar as coisas. (Jr 23.28)

56 – Que o ministério pastoral seja reconhecidamente um dom, e não um título a ser perseguido. Que aqueles que exercem o ministério, sejam homens ou mulheres, o exerçam segundo suas forças, com todo o seu coração e entendimento, buscando sempre servir a Deus e aos homens, sendo realmente ministros de Deus. (1 Tm 3.1; Rm 12.7) 

57 – Que os cânticos e hinos sejam mais centralizados na pessoa de Deus no que na primeira pessoa do singular (EU). (Jo 3.30)

58 – Que ninguém seja obrigado a levantar as mãos, fechar os olhos, dizer alguma coisa para o irmão do lado, pular, dançar... mas que haja liberdade no louvor tanto para fazer essas coisas como para não fazer. E que ninguém seja julgado por isso. (2 Co 3.17)

59 – Que as nossas crianças vivam como crianças e não sejam obrigadas a se tornarem como nós, adultos, violentando a sua infância e fazendo com que se tornem “estrelas” do evangelho ou mesmo “produtos” a serem utilizados por aduladores e pastores que visam, antes de tudo, lotarem seus templos com “atrações” curiosas, como “a menor pregadora do mundo”, etc. (Lc 18.16; 1 Tm 3.6)

60 – Que as “Marchas para Jesus” sejam realmente para Jesus, e não para promover igrejas que estão sob suspeita e líderes questionáveis. Muito menos para promover políticos e aproveitadores desses megaeventos evangélicos. (1 Co 10.31)

61 – Nenhuma igreja ou instituição se julgue detentora da salvação. Cristo está acima de toda religião e de toda instituição religiosa. O Espírito é livre e sopra onde quer. Até mesmo fora dos arraiais “cristãos”. (At 4.12; Jo 3.8) 

62 – Que as livrarias ditas “cristãs” sejam realmente cristãs e não ajudem a proliferar literaturas que deturpam a palavra de Deus e que valorizam mais a experiência de algumas pessoas do que o verdadeiro ensino da Palavra. (Mq 3.11; Gl 1.8-9)
 
63 – Cremos que “declarações mágicas” como “O Brasil é do Senhor Jesus” e outras equivalentes não surtem efeito algum nas regiões celestiais e servem como fator alienante e fuga das responsabilidades sociais e evangelísticas realmente eficazes na propagação do Evangelho. (Tg 2.15-16) 

64 – Consideramos uma afronta ao Evangelho as novas unções como “unção dos 4 seres viventes”, “unção do riso”, etc. pois além de não possuírem NENHUM respaldo bíblico ainda expõem as pessoas a situações degradantes e constrangedoras. (2 Tm 4.1-4) 

65 – Cremos, firmemente, que todo cristão genuíno, nascido de novo, já possui a unção que vem de Deus, não necessitando de “novas unções”. (1 Jo 2.20,27) 

66 – Lamentamos a transformação do culto público a Deus em momentos de puro entretenimento “gospel”, com a presença de animadores de auditório e pastores que, vazios da Palavra, enchem o povo de bobagens e frases de efeito que nada tem a ver com a simplicidade e profundidade do Evangelho de Cristo. (Rm 12.1-2) 

67 – É necessário uma leitura equilibrada do livro de Cantares de Salomão. A poesia, muitas vezes erótica e sensual do livro tem sido de forma abusiva e descontextualizada atribuída a Cristo e à igreja. (Ct 1.1) 

68 – Não consideramos qualquer instrumento, seja de que origem for, mais santo que outros. Instrumentos judaicos, como o shophar, não têm poderes sobrenaturais e nem são os instrumentos “preferidos” de Deus. Muitas igrejas têm feito do shophar “O” instrumento, dizendo que é ordem de Deus que se toque o shophar para convocar o povo à guerra. Repugnamos essa ideia e reafirmamos a soberania de Deus sobre todos os instrumentos musicais. (Sl 150) 

69 – Rejeitamos a ideia de que Deus tem levantado o Brasil como o novo “Israel” para abençoar todos os povos. Essa ideia surge de mentes centralizadoras e corações desejosos de serem o centro da voz de Deus na Terra. O SENHOR reina sobre toda a Terra e ama a todos os povos com Seu grande amor incondicional. (Jo 3.16) 

70 – Lamentamos o estímulo e o uso de “amuletos” cristãos como “água do rio Jordão”, “areia de Israel” e outros que transformam a fé cristã numa fé animista e necessitada de “catalisadores” do poder de Deus. (Hb 11.1) 

71 – Que o profeta que “profetizar” algo e isso não se cumprir, seja reconhecido como falso profeta, segundo as Escrituras. (Ez 13.9; Dt 18.22) 

72 – Rejeitamos as músicas que consistem de repetições infindáveis, a fim de levar o povo ao êxtase induzido, fragilizando a mente de receber a Palavra e prestar a Deus culto racional, conforme as Escrituras. (Rm 12.1-2; 1 Co 14.15) 

73 – Deixemos de lado a busca desenfreada de títulos e funções do Antigo Testamento, como levitas, gaditas, etc... Tudo se fez novo em Cristo Jesus, onde TODOS nós fomos feitos geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. (1 Pe 2.9)
 
74 – Que então os ministros e dirigentes de música sejam simplesmente ministros e dirigentes de música, exercendo talentos e dons que Deus livremente distribuiu em Sua igreja, não criando uma “classe superior” de “levitas”, até porque os mesmos já não existem entre nós. (Rm 12.3-5)
 
75 – Que haja consciência sobre aquilo que se canta. Que sejamos fiéis à Palavra quando diz “cantarei com o meu espírito, mas também cantarei com meu entendimento”. (1 Co 14.15)
 
76 – Não consideramos que “há poder em nossas palavras” como querem os adeptos dessa teologia da “confissão positiva”. Deus não está sujeito ao que falamos e não serão nossas palavras capazes de trazer maldição ou benção sobre quem quer que seja, se essa não for, antes de tudo, a vontade expressa de Deus através de nossas bocas. (Gl 1.6-7)
 
77 – Rejeitamos a onda de “atos proféticos” que, sem base e autoridade nas Escrituras, confundem e desvirtuam o sentido da Palavra, ainda comprometendo seriamente a sanidade e a coerência das pessoas envolvidas. (Mt 7.22-23) 

78 - Apresentar uma noiva pura e gloriosa, adequadamente vestida para o seu noivo, não consiste em “restaurar a adoração” ou apresentar a Deus uma falsa santidade, mas em fazer as obras que Jesus fez — cuidar dos enfermos e quebrantados de coração, pregar o evangelho aos humildes, e viver a cada respirar a vontade de Deus revelada na Sua palavra — deixando para trás o pecado, deixando para trás o velho homem, e nos revestindo no novo (Tg 1.27) 

79 – Discordamos dos “restauradores das coisas perdidas” por não perceberem a mão de Deus na história, sempre mantendo um remanescente fiel à Palavra e ao Testemunho. Dizer que Deus está “restaurando a adoração”, “restaurando o ministério profético”, etc... é desprezar o sangue dos mártires, o testemunho dos fiéis e a adoração prestada a Deus durante todos esses séculos. (Hb 12.1-2) 

80 – Lamentamos a transformação da fé cristã em shows e mega-eventos que somos obrigados a assistir nas TVs, onde a figura humana e as ênfases nos “milagres” e produtos da fé sobrepujam as Escrituras e a pregação sadia da Palavra de Deus. (Jo 3.30)
 
81 – Deus não nos chamou para sermos “leões que rugem”, mas fomos considerados como ovelhas levadas ao matadouro, por amor a Deus. Mas ainda assim, somos mais que vencedores por Aquele que nos amou. (Lc 10.3; Rm 8.36) 

82 – Entendemos como abusivas as cobranças de “cachês” para “testemunhos”. Que fique bem claro que aquilo que é recebido de graça, deve ser dado de graça, pois nos cabe a obrigação de pregar o evangelho. (Mt 10.8) 

83 – Que movimentos como “dança profética”, “louvor profético” e outros “moveres proféticos” sejam analisados sinceramente segundo as Escrituras e, por consequência, deixados de lado pelo povo que se chama pelo nome do Senhor. (2 Tm 4.3-4) 

84 – Que a cruz de Cristo, e não o seu trono, sejam o centro de nossa pregação! (1 Co 2.2) 

85 – Reafirmamos que, quaisquer que sejam as ofertas e dízimos, que sejam entregues por pura gratidão, e com alegria. Que nunca sejam dados por obrigação e nem entregues como troca de bênçãos para com Deus. Muito menos sejam dados como fruto do medo do castigo de Deus ou de seus líderes. Deus ama ao que dá com alegria! (2 Co 9.7)
 
86 – Que a igreja volte-se para os problemas sociais à sua volta, reconheça sua passividade e volte à prática das boas obras, não como fator para a salvação, mas como reflexo da graça que se manifesta de forma visível e encarnada. “Pois tive fome... e me destes de comer...” (Mt 25.31-46; Tg 2.14-18) 

87 – Cremos, conforme a Palavra que há UM SÓ MEDIADOR entre Deus e os homens – Jesus Cristo. Nenhuma igreja local, ou seu líder, podem arrogar para si o direito de mediar a comunhão dos homens e Deus. (1 Tm 2.5) 

88 – Lamentamos o comércio que em que se transformou a música evangélica brasileira. Infelizmente impera, por exemplo, a “máfia” das rádios evangélicas, que só tocam os artistas de suas respectivas gravadoras, alienam o nosso povo através da massificação dos “louvores” comerciais, e não dão espaço para tanta gente boa que há em nosso meio, com compromisso de qualidade musical e conteúdo poético, linguístico e, principalmente, bíblico. (Mc 11.15-17).

89 – Que os pastores ajudem a diminuir a indústria de testemunhos e a “máfia” das gravadoras evangélicas. Que valorizem a simples pregação da Palavra ao invés do espetáculo “gospel” a fim de terem igrejas “lotadas” para ouvirem as “atrações” da fé. (1 Pe 5.2) 

90 – Que sejamos livres para “examinarmos tudo e retermos o que é bom”. (1 Ts 5.21) 

91 – Somente as Escrituras. (Jo 14.21;17.17) 

92 – Somente a Graça. (Ef 2.8-9)
 
93 – Somente a Fé. (Rm 1.17) 

94 – Somente Cristo. (At 17.28) 

95 – Glória somente a Deus (Jd 24-25)



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20 de outubro de 2015

Os primeiros filósofos

OS PRIMEIROS FILÓSOFOS

Gilson Soares dos Santos

Na postagem de hoje, vamos aprender um poucos sobre os primeiros filósofos.

1 – Os filósofos pré-socráticos (antes de Sócrates)

            Os primeiros filósofos são chamados de pré-socráticos ou filósofos da natureza, porque tinham grande interesse pela natureza e pelos processos naturais.

1.1 – Tales de Mileto (séc. VII a séc. VI a.C): É considerado o primeiro filósofo. Natural da colônia grega de Mileto, na Ásia Menor. Ele considerava a água a origem de todas as coisas. Com isso, talvez, ele quisesse dizer que toda forma de vida surge na água e a ela retorna quando se desfaz. Ele afirmou que “todas as coisas estão cheias de deuses”. É claro, ele não pensava aqui nos deuses da mitologia grega.

1.2 – Anaximandro (séc. VII a.C. séc. VI. a. C.) : Provavelmente discípulo de Tales. Ele sustenta que a água já é algo derivado e que, ao contrário, o "principio" (arché) é o infinito, ou seja, uma natureza (physis) in-finita e in-definida, da qual provém todas as coisas que existem. O termo usado por Anaximandro é a-peiron, que significa aquilo que está privado de limites.

1.3 – Anaxímenes (séc. VI a.C.): Também viveu em Mileto. Para ele, o elemento que deu origem a todas as coisas é o ar. Mas esse ar é o ar infinito. Ele disse que: “Exatamente como a nossa alma (ou seja, o principio que dá a vida), que é ar, se sustenta e se governa, assim também o sopro e o ar abarcam o cosmo inteiro.”.

1.4 – Heráclito de Éfeso (séc. VI ao V a.C.): Heráclito indicou o fogo como "principio" fundamental, e considerou todas as coisas como transformações do fogo. Também é evidente por que Heráclito atribuiu ao fogo a "natureza" de todas as coisas: o fogo expressa de modo exemplar as características de mudança continua, do contraste e da harmonia. Entre os principais ensinos de Heráclito estão: 1) Tudo escorre, tudo se move, tudo flui (muda): para ele, tudo está em movimento e nada dura para sempre. Por esta razão, dizia ele, “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio”. Porque quando entramos pela segunda vez no rio, tanto nós quando o rio já estamos mudados. 2) A harmonia dos contrários: Para ele, o mundo está impregnado por constantes opostos. Se nunca ficássemos doentes, não saberíamos o que significa saúde. Se nunca houvesse guerra, não saberíamos o valor da paz. O devir é a passagem de um contrário a outro. as coisas frias se aquecem, as quentes se resfriam, as úmidas secam, as secas tornam-se úmidas, o jovem envelhece, o vivo morre.

1.5 – Pitágoras (séc. V): Nasceu em Samos. Com clara mudança de perspectiva, Pitágoras e os Pitagóricos indicaram o numero (e os componentes do numero) como o "principio", ao invés da agua, do ar ou do fogo. Todas as coisas derivam dos números. Os números são o princípio de todas as coisas.

            Outros filósofos pré-socráticos de grande importância foram: Xenófanes de Cólofon, Parmênides, Zenão, Melisso de Samos, Empédocles, Anáxagoras, etc.

2 – Sócrates, Platão e Aristóteles

2.1 – Sócrates: Nasceu em Atenas em 470/469 a.C. e morreu em 399 a.C. Era filho de um escultor e de uma obstetra. Nunca fundou uma escola, nunca escreveu algo. Realizava seu ensinamento em locais públicos. O que sabemos sobre ele vem dos escritos de Platão e de outros filósofos. Seus principais ensinos: 1) Liberdade: Entendida como liberdade interior, e, em última análise como “autodomínio”. “Uma vez que a alma é racional, ela alcança sua liberdade quando se livra de tudo o que é irracional, ou seja, das paixões e dos instintos. 2) Felicidade: “A felicidade assume valência espiritual e se realiza quando na alma prevalece a ordem. Tal ordem se realiza justamente mediante a virtude. Dessa forma, afirma-se o principio ético que a virtude é prêmio para si mesma, e deve ser buscada por si mesma” (Reale & Antiseri, 2007, p. 92). 3) Teologia: Sócrates também teve uma particular concepção de Deus, deduzida da constatação de que o mundo e o homem são constituídos de modo tal - isto é, segundo tal ordem e tal finalidade - que exige uma causa adequada. Esta Causa é justamente Deus, entendido como inteligência ordenadora e providência. 4) O método socrático: O método usado por Sócrates no seu ensinamento foi o do diálogo articulado em dois momentos: o irônico-refutatório e o maiêutico. Sócrates foi condenado à morte, acusado de não crer nos deuses da cidade, e de corromper os jovens, teve que tomar um cálice de cicuta.

2.2 – Platão: Nasceu em Atenas, em 428 a.C.  Seu verdadeiro nome era Arístocles. Foi discípulo de Sócrates. Seus principais ensinos: 1) Ideias inatas: Platão acreditava em ideias inatas, que a mente contemplara no mundo das Formas, antes do nascimento. Elas foram contempladas pela alma no estado pré-encarnado, só era necessário recordá-las. 2) Eternidade do universo: Acreditava que o universo é eterno. O mundo físico é um mundo de sombras, o mundo real é o mundo espiritual das formas puras. 3) Metempsicose: Defendia a metempsicose, ou seja, a transmigração das almas, que conhecemos por reencarnação. 4) Sobre Deus: Deus não era a Forma absoluta (agathos), mas o Formador (o demiurgo). O formador não pode fazer boas formas sem uma Forma do bem como padrão. 5) Imortalidade da alma: Platão defendeu o que todo cristão ortodoxo acredita, a imortalidade da alma, ou seja, que os seres humanos têm uma dimensão espiritual em sua composição, que é imortal.

2.3 – Aristóteles: Nascido em Estagira (384-322 a.C.). Entrou para a Academia de Platão em 367 a.C. Foi instrutor de Alexandre, o grande. As obras principais de Aristóteles podem ser divididas em: lógica, estudos físicos, psicologia e filosofia. Seus principais ensinos: 1) Epistemologia (teoria do conhecimento): Era um empirista e acreditava que todo conhecimento começa nos sentidos. Quando um objeto é percebido por um ou mais dos cinco sentidos, a mente começa a agir sobre ele com seus poderes de abstração. Ele via três ações do intelecto: apreensão (entendimento), predicação (declarações) e raciocínio logístico (lógica). 2) Sobre Deus: O conceito de Deus em Aristóteles não é o mesmo do Deus do judaísmo. Para ele, Deus é o motor imóvel. Mas esse motor imóvel também não era um deus pessoal que amava e se preocupava com a criação. Na verdade, o deus de Aristóteles não tem significado religioso ou de adoração. Sua concepção sobre Deus está nos seus estudos sobre metafísica. Para ele, a física estuda a realidade que pode ser experimentada pelos sentidos. A metafísica estuda a realidade fora da percepção sensorial. 3) Sobre a alma: Ao contrário de Platão, Aristóteles negou a imortalidade da alma ou vida após a morte. Para ele, a alma morre junto com o corpo. Ele era monista, enquanto Platão era dicotomista.

3 – Outros filósofos importantes

            Vejamos outros nomes da Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea:

– Filosofia Medieval

a) Agostinho (bispo de Hipona – 354-430 d.C.). Teólogo e filósofo.
b) Anselmo de Cantuária.
c) Abelardo.
d) Tomás de Aquino. (1224-1274). Teólogo e filósofo.
e) João Duns Scotus.

– Filosofia Moderna

a) René Descartes.
b) Baruch Spinoza.
c) John Locke.
d) David Hume.
e) Blaise Pascal.
f) Immanuel Kant.

– Filosofia Contemporânea

a) Schleiemarcher.
b) Hegel.
c) Sören Kierkegaard.
d) Martin Heidegger.
f) Wittgenstein.
f) Karl Barth
g) Karl Marx.

     Esta é uma pequena lista de filósofos cristãos, agnósticos e ateus.


BIBLIOGRAFIA PARA APROFUNDAMENTO

ARANHA, Maria Lúcia A. MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3Ed. São Paulo: Moderna. 2005.

REALE, Giovane. ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Vol. 1. 3ed. São Paulo: PAULUS. 2007.




15 de outubro de 2015

O Educador Cristão

O EDUCADOR CRISTÃO

Pr. Gilson Soares dos Santos

            Queremos estudar um pouco sobre o educador cristão.

1 – A prática educacional do professor

            No Manual de Ensino para o Educador Cristão (GANGEL & HENCRICKS, 1999, p.282-283), encontramos três ingredientes que nos influenciam a ação no ensino:

Tem de estar atrelado ao processo. Os professores devem deixar de ser executores e tornarem-se alunos. Eles devem ser pessoas que fazem as coisas melhores, mas — e isto e o mais importante — devem ser os que equipam outros a fazer as coisas melhores. Quando o processo e a meta principal, o professor não limita os outros pelas limitações dele. Ele lança o aluno numa jornada que pode e, frequentemente, vai muito alem de sua própria jornada. [...].
Ensino de qualidade requer tempo. Na época do tudo instantâneo, os educadores ousam não entrar no sistema. Nossa tarefa como professor é equipar nossos alunos para esse processo perpetuo de aprendizagem. Os professores, na maioria das vezes erroneamente, veem-se como distribuidores de informação em vez de aperfeiçoadores de vida. Escolas não procriam lideres; a vida, sim.

Tem de estar atrelado às pessoas. A aprendizagem é um processo em sua maior parte intricadamente pessoal. Ela não pode ser produzida para as massas. Churchill expressou o conceito muito bem: “Amo aprender; odeio ser ensinado”. [...]. Visto que a aprendizagem e tão interativa, quem o professor é determina o que ele faz. Os alunos não estão meramente interessados no que você sabe e no modo como obteve o que aprendeu, mas principalmente em quem você é. [...] Modelar torna-se de importância vital na pratica do ensino. Mas a maioria dos professores encontra-se muito distante dos alunos a quem tentam causar impacto. Não ha comunicação quando existe um abismo entre o professor e os alunos. Você causa impacto na proporção direta do envolvimento. Ha muito tempo me convenci de que as quatro paredes são os maiores preventivos contra o ensino eficiente. Às vezes a melhor aprendizagem acontece fora da sala de aula em situações informais.

Tem de estar atrelada a vida. A vida e inacreditavelmente desordenada, impossível de predizer e em constante mutação. Não pode ser acondicionada em bonitos pacotes. Não se apresenta da maneira como somos ensinados na escola. Invariavelmente não concorre com os devaneios de castelos no ar com os quais somos confrontados. Às vezes nos, como professores, não apenas sabemos as respostas, mas nem mesmo conhecemos os problemas. Fomos treinados numa época que nem mais existe. Isto explica porque os estudantes frequentemente reclamam: “Minha educação respondeu perguntas que ninguém está fazendo, mas para as questões que estão destruindo as vidas das pessoas, nunca nos reunimos para discutir”.

2 – Perguntas que o professor deve fazer a si mesmo

PRIMEIRA: Por que ensino? Qual é o meu propósito? Que objetivo quero alcançar?

“O professor, precisa ter percepção clara e bem definida do propósito de seu ensino. Só assim poderá ter êxito em seu trabalho.” (PEARMAN, 1995, p.6-7).  “Depois de considerar bem o assunto, o verdadeiro professor espiritual chega à conclusão de que seu trabalho principal e o fim primordial de seu esforço, serão a aplicação das verdades bíblicas para guiar seus alunos a um conhecimento experimental de Cristo.” (idem).

SEGUNDA: A quem ensinarei? Que tipo de alunos receberá meu ensino?

“Seu talento e suas condições pessoais, como professor, revelarão se lhe convém mais ensinar aos adultos, aos jovens, aos adolescentes, aos intermediários, aos primários ou às criancinhas.” (idem).

TERCEIRA: Que ensinarei? Que conhecimento do assunto possuo?

“O objetivo principal de seu ensino será, é claro, a Bíblia; por isso deve fazer o máximo que puder para dominar as histórias, as doutrinas, a geografia e os costumes mencionados na Bíblia.” (idem).

            Pearlman (1995, p.7), ainda diz:

O professor não pode compartilhar o que não sabe, não pode explicar o que não compreende, nem pode falar com autoridade se não tiver um conhecimento completo da matéria que ensinará. Se você tem intenção de entregar-se à dura tarefa de ensinar, estude "sem cessar", leia diligentemente acerca de tudo o que a Bíblia ensina em diversos níveis, e faça um estudo sistemático da Palavra de Deus. Certamente este programa significa trabalho duro, mas não se alcança um ensino eficaz e eficiente sem esforço. O verdadeiro professor tem que alcançar os frutos de seu ensino com o suor de seu rosto. No entanto, todo esforço árduo é rico em recompensas.

QUARTA: Como ensinarei?

“Não importa quanto conhecimento o professor possua, falhará se não possuir também a arte de ensinar, isto é, se não souber transmitir esses conhecimentos a seus alunos.” (idem). “Será que alguém pode, na verdade, aprender a ensinar? Podemos imaginar você, leitor, dizendo: "Eu pensei que ensinar fosse um dom que algumas pessoas têm por natureza!"É verdade que certos indivíduos possuem capacidade especial para ensinar, mas é também acertado dizer-se que esta arte pode ser adquirida.” (idem).
“O ensino é uma arte que pode ser adquirida porque é governada por leis definidas. Estude e domine estas leis, aplique-as com paciência, e você descobrirá que está ensinando bem. O bom êxito depende de "saber como fazê-lo".” (idem, p.8).

3 – Perguntas que o Professor deve fazer antes de ministrar uma aula

            Quem nos guia a essas perguntas que o professor deve fazer antes de ministrar uma aula para seus alunos é Donald Griggs em seu Livro “Manual do Professor eficaz” (GRIGGS, 1997, p.13-15):

1. O que vou ensinar?

·         O currículo é um ponto de partida, mas pode conter material demais.
·         Preciso selecionar conceitos-chave para focalizar no ensino.
·         Os conceitos são palavras que se usam para apresentar experiências, pensamentos, objetos, etc.
·         Os conceitos são o enfoque de todo ensino.
·         É importante relacionar os conceitos com a experiência dos alunos.

2. O que os alunos vão aprender?

·         É importante que os professores tenham em mente objetivos específicos, dentro dos quais dirijam seu planejamento e ensino.
·         Os objetivos expressam o que os professores querem que os alunos atinjam durante o período de aula.
·         Os objetivos são específicos em termos da ação do aluno.
·         objetivos ajudam os professores a avaliar o que aconteceu.

3. Quais atividades de ensino vou planejar para a aula?

·         Uma variedade de atividades que envolverá a maioria dos alunos e a maior parte do tempo.
·         As atividades devem representar diferentes níveis de interesse e de habilidades.
·         Novas atividades devem ser apresentadas e experimentadas com regularidade.

4. Quais recursos usaremos na sala de aula?

·         Os recursos não são apenas truques.
·         Os recursos são meios através dos quais os alunos envolvem na aprendizagem.
·         Os recursos devem ser selecionados com cuidado.
·         Os recursos são para alunos e professores.
·         Uma ampla variedade de recursos deve ser usada.

5. Que estratégia usarei para motivar os alunos a se envolverem?

·         E preciso uma estratégia bem planejada para engajar os alunos no estudo, com interesse e propósito.
·         Há pelo menos cinco elementos na estratégia: abertura, apresentação, exploração, criatividade e encerramento.

6. Como arrumarei a sala?

·         O arranjo da sala, decoração e apresentação dos recursos ensinam tanto quanto as palavras.
·         Deixe que os materiais permaneçam visíveis e que haja espaço para os alunos se movimentarem facilmente.
·         Mude com regularidade o arranjo dos móveis, equipamentos, exposições e materiais.

7. Que perguntas vou fazer?

·         As perguntas são uma atividade importante e necessária.
·         Facilitará muito planejar as perguntas de antemão.
·         Há pelo menos três níveis de perguntas: informativas, analíticas e pessoais.

8. Que escolhas farão os alunos durante a aula?

·         Escolhas que os levem a maior motivação e envolvimento.
·         Para cada passo do plano de aula devem ser consideradas as suas opções.
·         As opções precisam ser discutidas e avaliadas.

9. Que instruções darei?

·         O êxito dos alunos nas atividades de aprendizagem é determinado, com frequência, pelas
·         instruções o professor dá.
·         Os alunos são guiados na sua participação pelas instruções do professor.
·         As instruções devem ser tanto visuais como verbais.
·         As instruções devem ser dadas passo a passo.

10. Como deverei reagir quando o aluno se manifestar?

·         O apoio ao aluno da parte do professor leva-o a maior participação.
·         Os alunos precisam receber retorno ou respostas do professor.
·         O professor pode desenvolver um repertório de respostas.


BIBLIOGRAFIA

GANGEL, Kenneth O. HENDRICKS, Howard G. Manual de Ensino Para o Educador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD. 1999.

GRIGGS, Donald. Manual do Professor Eficaz. 3ed. São Paulo: Cultura Cristã. 1997.

PEARLMAN, Myer. Ensinando com Êxito na Escola Dominical. São Paulo: Vida. 1995.