O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

18 de novembro de 2013

Karl Barth e o relacionamento entre fé e razão

KARL BARTH E O RELACIONAMENTO ENTRE FÉ E RAZÃO

Pr. Gilson Soares dos Santos

Karl Barth foi um teólogo alemão (1886-1968), tendo estudado em Berna, Berlim, Tübingen e Marburgo. Foi professor em Genebra de 1901 a 1911. Sofreu influência de Immanuel Kant, Soren Kierkgaard, Fiodor Dostoievski e outros. Sobre a questão “fé e razão”, Barth assumiu a posição que admite a superioridade da revelação sobre a razão.

Nesta postagem, quero transcrever o que escrevem Norman Geisler e Paul D. Feinberg, na obra Introdução à Filosofia Cristã: Uma perspectiva cristã, sobre a posição de Karl Barth. Veja o texto a seguir, transcrito das páginas 203-204.

Eis o Texto de Geisler e Feinberg:

Um dos teólogos mais famosos da Igreja Cristã contemporânea é Karl Barth. Como Kierkegaard, Barth argumentava que Deus é “Totalmente Outro” e que pode ser conhecido somente pela revelação divina.

A necessidade da revelação sobrenatural

Barth, também, acreditava que o homem caído é incapaz de conhecer um Deus transcendentemente santo. Barth sustentava que todas as tentativas de se chegar a Deus mediante a razão eram fúteis. É por isso que Barth se sentia confortável ao escrever uma introdução a um livro escrito pelo ateu Ludwig Feuerbach (1804-1872), que argumentava que Deus não é nada mais que uma projeção da imaginação humana. Barth, no entanto, sustentava que aquilo que o homem não pode fazer “de baixo para cima” mediante a razão, Deus fez “de cima para baixo” mediante a revelação sobrenatural. Para Barth, a Bíblia é a localidade da revelação de Deus. É o instrumento através do qual Deus fala. De si só, a Bíblia é apenas o registro proposicional da revelação pessoal de deus ao Seu povo, mas a Bíblia fica sendo a Palavra de Deus para nós à medida em que Deus fala através das suas palavras humanas.

O “não” de Barth à revelação natural

Deus não nos fala através da natureza, porque o homem está caído e, portanto, obscureceu e distorceu completamente a revelação de Deus na natureza. Até mesmo a “imagem de Deus” no homem não é um “ponto de contato”mas, sim, um ponto de conflito entre Deus e o homem. Barth era enfático no sentido de a mente não ter capacidade alguma para conhecer a Deus. Na realidade, Barth respondeu à pergunta de se o homem porventura tem a capacidade para receber a revelação sobrenatural de Deus, com um livro chamado Nein [Não!]. A razão humana não tem a capacidade ativa nem passiva para a revelação divina. Deus tem de dar sobrenaturalmente a capacidade de entender sua revelação, assim como dá a própria revelação.

(GEISLER, Norman L. FEINBERG, Paul D. Introdução à Filosofia – uma perspectiva cristã.São Paulo: Vida Nova, 1989. p. 203-204.)