O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

6 de novembro de 2013

O dom de línguas na visão de John Piper e o dom de línguas na visagem do Padre Jonas Abib

O DOM DE LÍNGUAS NA VISÃO DE JOHN PIPER E O DOM DE LÍNGUAS NA VISAGEM DO PADRE JONAS ABIB
Pr. Gilson Soares dos Santos

Queridos e queridas, leitores e leitoras, seguidores e seguidoras deste blog. Há muito se discute na igreja sobre o dom de línguas. A questão é: o dom de línguas ainda é para o nosso tempo? O dom de línguas se restringe apenas aos dias do Novo Testamento? Como o dom de línguas se manifesta?

Estou trazendo hoje dois vídeos: o primeiro é uma entrevista com o Pastor e Teólogo Reformado, John Piper, que nos presenteia com uma visão bíblica sobre o dom de línguas. O segundo, trata-se de um vídeo do Padre Católico Carismático Jonas Abib, que nos faz rir, ao ensinar como falar em línguas (estranhas).

Vejam primeiro a entrevista com John Piper, que transcrevo em seguida, conforme as legendas do vídeo:



ENTREVISTADOR
Talvez, falar em línguas seja o dom espiritual mais polêmico de todos. E ao longo do seu ministério pastoral na igreja Bethlehem você sempre estimulou as pessoas a buscar todos os dons espirituais. Como você define o “falar em línguas”, e como ”línguas” tem operado ou não no seu pastorado?

JOHN PIPER
Nós passamos por diferentes fases na Bethlehem, em que nós enfatizamos esses dons, ora mais, ora menos. Parece que se você não fala a respeito disso no púlpito e não ensina sobre isso, ao menos no contexto, esses dons tendem a desvanecer. Por isso nós passamos por diferentes fases, e eu diria que na maior parte do tempo eles não estão em evidência. Me refiro aos dons sobrenaturais como o “falar em línguas”.

Não tenho problemas com isso porque entendo que Paulo não desejava colocar esse dom em destaque. Na verdade, ele estava um pouco aborrecido pela evidência que o dom havia ganhado quando escreveu I Coríntios 12. Ele teve que colocar limites ao invés de promover o dom. Ele disse: “Eu prefiro falar cinco ou dez mil palavras com minha boca e com minha mente do que cinco palavras com minha mente e dez mil palavras em línguas.”. Isso parece dizer: “Ok, não se preocupe demasiadamente se essa experiência não for muito evidente”.

Não acredito na doutrina histórica dos pentecostais de que você tem que falar em línguas como sinal de que você está cheio do Espírito ou até mesmo de que você é um cristão. O papel desse fenômeno é o seguinte: é um dom, ele está ali, e não vejo nenhuma razão para afirmarmos que algo mudou na história da Redenção e que entre a era dos apóstolos e a nossa era esse dom tenha desaparecido. Se Deus quiser que ele desapareça, ele o fará desaparecer, mas não vejo nenhum mandamento para que não o busquemos. Na verdade, vejo versículos que nos encorajam a fazê-lo. De modo que há, pelos menos, dois tipos de manifestações: a primeira é a elocução, uma língua inteligível. Já ouvi testemunhos de pessoas que, sem saber o que estavam fazendo, falaram coisas em uma outra língua que foi compreendida por alguém de outra nacionalidade. Esse é um ensinamento.

Mas ao ler I Coríntios 12, penso que não era isso que estava acontecendo lá. Era mais uma expressão de êxtase que não tinha um significado comum aos homens. Eram línguas de homens e de anjos. O texto parece se referir a línguas de anjos. É um tipo de expressão que acontece quando o seu coração está cheio, transbordando no Espírito Santo. Ele solta sua língua para expressar estas sílabas com um valor espiritual para você, e se houver alguém com o dom de interpretação, elas adquirem um valor especial para os demais. Por isso Paulo ensina que se não houver intérprete presente, não fale em línguas em público. É justamente por isso que penso que as línguas não têm tanta proeminência em público. Eu encorajaria aqueles que creem ter esse dom que o usem nos pequenos grupos da igreja, para que as pessoas que têm o dom de interpretar possam operar.

Acho que a maneira como esse dom é normalmente usado em público, como uma espécie de êxtase coletivo, não tem base no Novo Testamento. Na verdade, acho que Paulo desencoraja tal prática, porque ele diz que as pessoas vão chegar e dizer: “vocês estão loucos!”. Mas se todos profetizarem, se estiverem proclamando uma Palavra de Deus, um de cada vez, dando testemunho de algo que Deus lhes revelou nas Escrituras, ou por meio de uma experiência, então as pessoas se prostrarão e dirão: “Deus está nesse lugar!”.

Quanto à minha experiência pessoal, não acredito que já tenha verdadeiramente falado em línguas algum dia. Lembro que em uma destas fases... é engraçado que você me pergunte isso hoje, dezembro... hoje mesmo pela manhã, eu estava caminhando pela sala de estar, memorizando algumas palavras de Judas 1.20-22, que diz: “Mantenham-se no amor de Deus” juntamente com esses três imperativos: edifiquem-se na sua santíssima fé, orando no Espírito Santo, mantenham-se no amor de Deus, esperem que a misericórdia do Senhor Jesus Cristo os leve para a vida eterna. Esses três imperativos definem como você se mantém no amor de Deus. Por alguma razão, isso veio à minha mente. Não penso que “orar no Espírito” signifique falar em línguas. Talvez tenha sido por isso que lembrei da passagem. Acho que orar no Espírito é estar em sintonia com o Espírito Santo na nossa maneira de orar. Mas eu lembrei do dom de línguas, e pensei: “Há muito tempo não oro para receber o dom de línguas.” E então pausei. Eu estava caminhando de um lado para outro na minha sala de estar, não havia ninguém mais ali: A Talitha estava no quarto, o Noel estava na academia. E eu orei: “Senhor, eu ainda desejo muito falar em línguas. O Senhor me daria esse dom?”. Nessa hora você pode até tentar dizer “banana” de trás paz frente, se quiser. Eu costumava ficar no carro, no estacionamento da igreja, cantando em “línguas”. Mas eu sabia que não eram línguas, eu estava inventando. E eu dizia: “Não é isso”. Eu sabia que não eram línguas. Mas isso é o que eles querem que você faça em alguns grupos.

Eu fiz tudo o que podia para me abrir a esse dom, e Deus sempre me disse sem usar palavras: “Não.”. Mas Ele nunca disse somente “Não!”, Ele disse: “John Piper, eu te dei um dom: o de ensinar, de pregar, de pastorear. Pastoreie os profetas, pastoreie os que falam em línguas. Eu não vou lhe dar o dom de línguas. Não estou dizendo que essa seja sua última palavra, então, de vez em quando eu peço de novo, e como criança digo: “Muitos de meus irmãos e irmãs têm esse “brinquedo”, esse dom. Posso ter também?”. E se ele diz: “Não. Porque vai subir à sua cabeça” ou “Não. Você abusará do dom”. ou por qualquer outra razão, eu respeito a sua decisão.

Então não penso que o dom de línguas seja o dom mais proeminente ou o dom principal. Ele tende a ocupar esse lugar por ser tão estranho, tão raro, tão extraordinário. Mas não penso que seja algo normativo no Novo Testamento. Aliás, no final de I Coríntios 12, Paulo pergunta: “Todos vocês falam em línguas? Todos profetizam? Todos operam milagres?”. Não, nem todos fazem essas coisas. Então não me sinto mal por não possuir esse dom. Sinto que estou me submetendo ao meu Pai Celestial.

Agora vejam o Padre Jonas ensinando como falar em línguas:



Quem estuda a Bíblia sabe que essas "línguas estranhas" do Padre Jonas Abib não têm apoio na Sagrada Escritura.