KARL BARTH E O RELACIONAMENTO ENTRE FÉ E RAZÃO
Pr. Gilson
Soares dos Santos
Karl Barth foi um teólogo alemão (1886-1968),
tendo estudado em Berna, Berlim, Tübingen e Marburgo. Foi professor em Genebra
de 1901 a 1911. Sofreu influência de Immanuel Kant, Soren Kierkgaard, Fiodor
Dostoievski e outros. Sobre a questão “fé e razão”, Barth assumiu a posição que
admite a superioridade da revelação sobre a razão.
Nesta postagem, quero transcrever o que
escrevem Norman Geisler e Paul D. Feinberg, na obra Introdução à Filosofia Cristã: Uma perspectiva cristã, sobre a posição de Karl Barth.
Veja o texto a seguir, transcrito das páginas 203-204.
Eis o Texto de Geisler e Feinberg:
Um dos teólogos mais famosos da
Igreja Cristã contemporânea é Karl Barth. Como Kierkegaard, Barth argumentava
que Deus é “Totalmente Outro” e que pode ser conhecido somente pela revelação
divina.
A
necessidade da revelação sobrenatural
Barth, também, acreditava que o
homem caído é incapaz de conhecer um Deus transcendentemente santo. Barth
sustentava que todas as tentativas de se chegar a Deus mediante a razão eram
fúteis. É por isso que Barth se sentia confortável ao escrever uma introdução a
um livro escrito pelo ateu Ludwig Feuerbach (1804-1872), que argumentava que
Deus não é nada mais que uma projeção da imaginação humana. Barth, no entanto,
sustentava que aquilo que o homem não pode fazer “de baixo para cima” mediante
a razão, Deus fez “de cima para baixo” mediante a revelação sobrenatural. Para
Barth, a Bíblia é a localidade da revelação de Deus. É o instrumento através do
qual Deus fala. De si só, a Bíblia é apenas o registro proposicional da
revelação pessoal de deus ao Seu povo, mas a Bíblia fica sendo a Palavra de Deus para nós à medida em que Deus fala
através das suas palavras humanas.
O
“não” de Barth à revelação natural
Deus não nos fala através da
natureza, porque o homem está caído e, portanto, obscureceu e distorceu
completamente a revelação de Deus na natureza. Até mesmo a “imagem de Deus” no
homem não é um “ponto de contato”mas, sim, um ponto de conflito entre Deus e o
homem. Barth era enfático no sentido de a mente não ter capacidade alguma para
conhecer a Deus. Na realidade, Barth respondeu à pergunta de se o homem
porventura tem a capacidade para receber a revelação sobrenatural de Deus, com
um livro chamado Nein [Não!]. A razão
humana não tem a capacidade ativa nem passiva para a revelação divina. Deus tem
de dar sobrenaturalmente a capacidade de entender sua revelação, assim como dá
a própria revelação.
(GEISLER, Norman L.
FEINBERG, Paul D. Introdução à
Filosofia – uma perspectiva cristã.São Paulo: Vida Nova, 1989. p. 203-204.)