APRENDENDO SOBRE A SANTA CEIA DO SENHOR
Pr.
Gilson Soares dos Santos
INTRODUÇÃO
A Ceia
do Senhor é uma das duas ordenanças do Senhor Jesus. A primeira é o Batismo, a
segunda, a Ceia do Senhor.
01 O
QUE É A CEIA DO SENHOR?
A Ceia do Senhor, junto com o batismo, é uma
das duas ordenanças ou sacramentos propostos pelo próprio Senhor. É observado,
portanto, por todos os corpos cristãos, exceto por alguns grupos como os Quakers.
02 QUANDO
FOI INSTITUIDA A CEIA DO SENHOR?
A Ceia do Senhor foi instituída pelo próprio Cristo
(Mt 26.26-29; Mc 14.23-26). Paulo diz claramente que foi o Senhor Jesus em I Co
11.23.
A origem da Ceia do Senhor é relatada nos
Evangelhos sinóticos e na II Carta de Paulo aos Coríntios.
03 COMO
A CEIA DO SENHOR É CHAMADO?
Existem vários nomes bíblicos para a Ceia do
Senhor:
A – A
Ceia do Senhor:
Nos círculos protestantes, este é o nome mais comum. Subentende-se que na
passagem indicada o apostolo quer fazer aguda distinção entre o sacramento e as
agapae que os coríntios relacionavam com ele e nas quais cometiam abusos, deste
modo tornando ambos incompatíveis. A ênfase especial recai no fato de que a
Ceia é do Senhor não é uma ceia para a qual os ricos convidam os pobres e
depois os tratam mesquinhamente, mas uma festa na qual o Senhor oferece
provisão a todos com abundância.
B – A
Mesa do Senhor:
Nome que se acha em 1 Co 10.21.
C – O
Partir do Pão: Expressão
utilizada em At 2.42; cf. também At 20.7. Embora seja uma expressão que, com
toda a probabilidade, não se refere exclusivamente à Ceia do Senhor, mas também
às festas do amor, certamente inclui também a Ceia do Senhor.
D –
Ação de graças:
Termos derivados de 1 Co 10.16; 11.24. Em Mt 26.26, 27 lemos que o Senhor tomou
um pão e abençoou, e tomou um cálice e deu graças. Com toda a probabilidade, as
duas palavras foram usadas uma pela outra e se referiam a uma bênção e a uma
ação de graças combinadas. O cálice da ação de graças e da bênção é o cálice
sagrado.
03
TODOS OS GRUPOS QUE CELEBRAM A CEIA DO SENHOR TÊM O MESMO ENTENDIMENTO?
Não. Existem pensamentos diferentes com
relação à Ceia do Senhor, vejamos:
A – A
Doutrina da Transubstanciação
Esse ensino é defendido pelos Católicos
Romanos.
Para a Igreja Católica, o pão, nas mãos do
sacerdote, se transforma em corpo e sangue do Senhor Jesus. Quando o católico
engole a hóstia, segundo o catolicismo, ele está engolido o corpo de Cristo,
uma espécie de “teofagia”.
B – A
Doutrina da Consubstanciação
Foi ensinada por Lutero.
Segundo ele, o pão é mesmo pão. O vinho é
mesmo vinho. Mas uma vez consagrados, e o fiel os tomando, de alguma maneira
eles se transformam em Jesus.
Segundo os luteranos, há na Ceia do Senhor
uma misteriosa e miraculosa presença real da pessoa completa de Cristo, corpo e
sangue, nos elementos, sob eles e junto deles. Para eles, o corpo de Cristo
estão “em, com e sob” o pão da Ceia do Senhor.
C – A
Teoria da Presença Espiritual (reformada)
O ensino dos reformadores, atribuído a
Calvino, parte do seguinte princípio:
C1 – O pão e o vinho
simbolizam o corpo e o sangue de Cristo;
C2 – O pão e o vinho são
um sinal visível e físico da presença invisível e espiritual do Senhor.
C3 – Calvino se referia
aos elementos (pão e vinho) como símbolos da presença real e espiritual de
Cristo.
04 QUAL
A POSIÇÃO DOS CONGREGACIONAIS SOBRE A CEIA DO SENHOR?
Nossa posição é bíblica. Expressamos nosso
pensamento sobre a ceia do Senhor na Declaração de Savoy:
“Os que comungam com dignidade, participando
externamente dos elementos visíveis deste sacramento, também então internamente
pela fé, realmente e de fato, se bem que não carnal e fisicamente, mas
espiritualmente, recebem e se alimentam do Cristo crucificado e de todos os
benefícios de sua morte; então o corpo e o sangue de Cristo não estão, corporal
ou carnalmente, nos elementos, pão ou vinho, nem com eles, nem sob eles, mas
presentes nessa ordenança espiritualmente à fé dos crentes de modo tão real
como os próprios elementos estão presentes aos seus sentidos.” (Declaração de
Savoy Cap XXX).
Sobre a Doutrina Católica da
Transubstanciação, a igreja congregacional expressa também o que está na
Declaração de Savoy:
“A doutrina que defende uma transformação da
substância do pão e do vinho na substância do corpo e do sangue de Cristo
(comumente chamada Transubstanciação), por meio da consagração por um
sacerdote, ou por algum outro meio, é repugnante não somente à Escritura, mas até
mesmo ao senso comum e à razão; destrói a natureza do sacramento, e tem sido a
causa de infindáveis superstições, e de idolatrias até grosseiras.”
05 QUEM
PODE PARTICIPAR DA CEIA DO SENHOR?
A – Todos aqueles que são
nascidos de novo, batizados, que estão em comunhão com Deus, seguindo os
mandamentos e princípios da Palavra de Deus.
B – A Declaração de Savoy
diz: “Todas as pessoas ignorantes e ímpias, como são incapazes de desfrutar de
comunhão com o Senhor, são também indignas de sua mesa, e não podem, sem grave
pecado contra Cristo, participar desses santos mistérios nem a eles ser
admitidas, enquanto permanecerem nesse estado; outrossim, quem receber
indignamente torna-se réu do corpo e do sangue do Senhor, comendo e bebendo
para sua própria condenação.”
06 O
QUE MAIS PODEMOS APRENDER SOBRE A CEIA DO SENHOR?
A – Existem igrejas cuja
Ceia do Senhor é Restrita: Somente os membros daquela denominação podem
participar.
B – Existem igrejas onde
a Ceia do Senhor é Ultra-Restrita: Somente os membros daquela Igreja Local
podem participar. A celebração da Ceia é feita à portas fechadas e num horário
especial.
C – Existem igrejas onde
a Ceia do Senhor é Livre. Crente de qualquer denominação, genuinamente
evangélica, que seja batizado, membro de igreja e esteja em plena comunhão com
Deus e com sua igreja, pode participar.
D - Recorrendo ao Texto
de I Co 11.23-34, podemos encontrar o seguinte:
D1 – Não devemos
participar da Ceia do Senhor indignamente.
D2 – Quem participa da
Ceia do Senhor indignamente, contrai sobre si juízo e enfermidades.
D3 – Participar
indignamente significa estar em pecado.
D4 – A Ceia lembra a morte
do Senhor, até que Ele venha.
CONCLUSÃO
A Ceia
do Senhor deve ser celebrada sempre com muita reverência, seriedade e
compromisso no Evangelho do Senhor Jesus.