CARROSSEL DOS EXCLUÍDOS: CONFESSO QUE CHOREI, ADMITO QUE AINDA CHORO
Pr. Gilson Soares dos Santos
Depois de muitos meses, venho aqui confessar que chorei quando ouvi pela primeira vez a música “Carrossel dos Excluídos”, do CD/DVD Acústico do cantor Sérgio Lopes.
Meu choro não foi pela descrição que o mesmo faz da infância inocente, onde "tudo era tão suave", para a fase indecente, quando o pecado lhe surge, quando descobre a barganha dos homens.
Também não chorei por ser lembrado que fugimos de tudo: da dor, do
patrão, da polícia, de blitz e até de bala perdida... isso, embora seja chocante, talvez nem me faça
mais chorar, pois "todos os adultos são culpados".
Eu nem chorei quando o cantor fala da realidade de sua fase de transição,
do seu pai sendo excluído do emprego, de sua mãe chorando nervosa, eu nem chorei.
Até deu vontade de chorar quando ouvi dos excluídos, desempregados, que
o cantor encontra às 5 horas da tarde na Central do Brasil. Me fez lembrar a exclusão includente,
onde o poderoso mecanismo de exclusão passa pela inclusão de determinados
indivíduos. Aqueles que a Previdência diz que não devem receber benefício
porque podem trabalhar e o mercado de trabalho diz que eles são inempregáveis. Gente que foi excluída do emprego que quis. No entanto... eu nem chorei, pois isto é a realidade com a qual convivemos nesse país.
Eu chorei mesmo foi quando o cantor começou a falar
da Igreja. Ah, a igreja! “Ainda bem que existe a igreja”. "A igreja de Deus nos perdoa". "Setenta vezes sete" ela nos perdoa.
Vou deixar que você escute a música, e
espero que entenda o que entendi, e se toque com eu me toquei...
Ainda bem que existe a igreja...
“A igreja não exclui ninguém. Que Alívio!”
Chorei e ainda choro. Veja o vídeo: