DIÁLOGO DO PASTOR GILSON SOBRE:
C. S. LEWIS
“C. S. Lewis é com razão o teísta e
apologista cristão mais influente do século XX pelo fato de a maior parte de
seu trabalho ter sido feito na mídia popular, inclusive em transmissões de
rádio e por meio de histórias infantis”. (Norman Geisler)
Quero
aqui, em forma de diálogo, trazer algumas informações sobre este renomado
cristão do século passado.
RÚBEN: Qual o nome
verdadeiro de C. S. Lewis?
PR. GILSON: Clive Staples Lewis.
PR.
GILSON: Não.
C. S. Lewis nasceu em 1898 e morreu em 1963.
RÚBEN: Antes de sua
conversão ao cristianismo qual a religião de Lewis?
PR.
GILSON: Ele
era ateu.
RÚBEN: Ele era teólogo ou
filosofo?
PR.
GILSON: Lewis
negou ser filósofo ou teólogo, mas era considerado um apologista e comunicador
muito importante. Foi professor na Universidade de Oxford.
RÚBEN: É verdade que C. S.
Lewis era panteísta? Ouvi falar que ele cria na imanência de Deus.
PR.
GILSON: Não.
De forma alguma. Lewis cria no Deus que é transcendente e imanente.
Transcendente porque transcende espaço e tempo. Imanente por está presente e
operante na criação. Porém ele não era panteísta, ao contrário, escreveu
que aquele que tenta encontrar Deus pela
exploração espacial é semelhante ao homem que lê ou assiste as peças de
Shakespeare tentando encontrá-lo numa das personagens.
RÚBEN: Quanto à criação,
parece-me que Lewis era evolucionista, isto procede?
PR.
GILSON: Na
verdade, Lewis aceitava uma forma teísta de evolução, mas não era evolucionista darwinista. Embora acreditasse que a
criação surgiu a partir do nada, ou seja, a criação do mundo não foi a partir
de matéria preexistente, Lewis também acreditava na evolução teísta.
RÚBEN: Li certa vez que C.
S. Lewis considerava algumas partes da Bíblia como sendo mitologia. Até que
ponto isto é verdade e como pode seus ensinamentos ser compatível com o
cristianismo evangélico?
PR.
GILSON: De
fato, alguns ensinamentos de Lewis não se encaixam com o cristianismo
evangélico, porém são poucos. Vou citar alguns aqui:
1)
Ele
cria em todos os milagres do Novo Testamento, literalmente, porém negava a
natureza literal de muitos milagres do Antigo Testamento. Ele admitia, no entanto,
que podia estar errado quanto aos milagres do Antigo Testamento.
2)
Ele
chegou a afirmar que os hebreus também tinham mitologia, como os outros povos,
porém, para ele, os hebreus eram o povo escolhido, logo, sua mitologia também
era a mitologia escolhida.
3)
Para
ele, as memórias da corte de Davi são menos históricas do que o evangelho de
Marcos e o Livro de Atos.
4)
Ele
questionou a historicidade do Livro de Jó. Achava que o Livro de Jó começava
com um homem desligado da história, vivendo num país do qual a Bíblia não diz
nada. Ele diz isso em cristianismo puro e
simples.
5)
Lewis
tinha uma posição bastante negativa com relação a vários salmos. Ele chega a
chamar alguns salmos de “diabólicos” em reflexões
sobre os salmos. Rejeitou a autoria davídica de todos os salmos, exceto do
salmo 18.
RÚBEN: Quais são as
principais obras de C. S. Lewis?
PR.
GILSON: Vejamos
as principais obras de Lewis:
1)
As
Crônicas de Nárnia. São sete livros de ficção: O leão, a feiticeira e o
guarda-roupa; O príncipe na Ilha mágica; A viagem do peregrino da alvorada; O
sobrinho do feiticeiro; O cavalo e seu menino; A cadeira de prata; A última
batalha.
2)
Uma
trilogia especial que trata da batalha de Deus contra o mal. Longe
do planeta silencioso; Perelandra; Aquela força hedionda.
3)
História
de ficção sobre a ação diabólica e rebelião contra Deus: Cartas do Diabo ao seu aprendiz.
4)
Um
série de programas de rádio na BBC que se transformou num clássico apologético Cristianismo
Puro e Simples.
5)
Obras
de apologética e filosofia. Deus no banco dos réus; Estudos em
literatura medieval e renascentista; A abolição do homem; O problema do
sofrimento.
6)
Sua
autobiografia. Surpreendido pela alegria.
7)
A
história comovente de sua crise de fé, após a morte de sua esposa. Uma
dor observada.
8)
Muitas
correspondências pessoais. Cartas a uma senhora americana.
O que podemos dizer é
que C. S. Lewis foi um grande apologista que expressou verdades profundas em
linguagem simples e atingiu o coração de milhões de pessoas
(Para quem quer saber mais sobre C. S. Lewis
recomendo a ENCICLOPÉDIA DE APOLOGÉTICA, Norman Geisler, Editora Vida.)