O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

6 de novembro de 2012

Diálogo Com o Pastor Gilson Sobre Igreja Emergente


DIÁLOGO COM O PASTOR GILSON SOBRE IGREJA EMERGENTE

Pr. Gilson Soares dos Santos

Muitos estão confusos sobre o assunto “igreja emergente”. Não tenho aqui a pretensão de ensinar e explicar tudo, mas gostaria de, em forma de diálogo, passar algumas orientações, ou informações, sobre o que é o movimento de igreja emergente.

MARK: O que é Igreja Emergente?

PR. GILSON: Numa primeira definição podemos dizer que igreja emergente é um movimento característico da pós-modernidade que está em expansão dentro da igreja evangélica nas duas últimas décadas. Porém não é fácil definir Igreja Emergente. Um dos próprios adeptos do movimento define que “a igreja emergente é um movimento da igreja protestante, iniciado por americanos e ingleses, com a finalidade de alcançar a geração pós-moderna.”.

MARK: Então, igreja emergente não é uma igreja?

PR. GILSON: É e não é. Não existe uma igreja com uma placa IGREJA EMERGENTE. Igreja emergente não é uma igreja em si mesma. É um movimento que tenta uma conversação com as igrejas evangélicas. Muitos autores não gostam de chamar de movimento. Até os próprios adeptos ou envolvidos preferem chamar de conversação emergente. Poderíamos definir esse movimento como a reinvenção da igreja ou uma igreja que se reinventa.

MARK: Certamente, houve um momento que esse nome surgiu, ou melhor, que esse movimento surgiu. Quando?

PR. GILSON: Pelo menos, o termo igreja emergente foi usado pela primeira vez por Karen Ward, da Igreja dos Apóstolos em Seattle. É claro, naquele momento não havia intenção de se criar um movimento. Havia apenas uma inquietação e frustração com a igreja evangélica no início dos anos 90. Em anos posteriores, Brian McLaren, que é um dos nomes mais conhecidos dentro do movimento, passou a usar o termo igreja emergente.

MARK: Quais os principais nomes do movimento de igreja emergente?

PR. GILSON: Os nomes que estão mais em evidência dentro do movimento são: Karen Ward, Brian McLaren, Dan Kimball, Tony Jones...

MARK: Rick Warren?

PR. GILSON: Rick Warren prefaciou o livro de Dan Kimball Emerging Church.

MARK: Qual a proposta do movimento de Igreja Emergente? Vamos chamar de movimento.

PR. GILSON: Dentre muitas coisas, o movimento de igreja emergente prega:

- A igreja precisa aprender a falar uma linguagem totalmente nova, com o fim de alcançar a geração pós-moderna.

- É preciso formar um novo tipo de cristão, o cristão pós-moderno.

- Para que a igreja prossiga é preciso se adaptar à maneira pós-moderna de pensar.

- Se o que predomina no pós modernismo é o relativismo, então, a igreja não pode ter uma “confissão de fé”. Para os envolvidos no movimento, ter uma “Declaração de Fé” é andar por um caminho no qual não queremos seguir.

- O cristianismo tornou-se arcaico e não é funcional para a geração pós moderna.

- A proposta da igreja emergente é que haja uma quebra do continuísmo que existe dentro da igreja evangélica. Para o movimento de igreja emergente o importante não é a estrutura da igreja, mas o alvo a ser alcançado. Segundo McLaren é como se uma pessoa estivesse em uma jornada a cavalo, e o cavalo não aguentasse mais. Qual o ideal, forçar o cavalo? Para ele, é mais importante conseguir outro meio para concluir a jornada, pois não adianta forçar o cavalo, ele vai morrer.

MARK: A teologia da igreja emergente é liberal?

PR. GILSON: Se segue os ditames da pós-modernidade, é liberal. É claro, os adeptos da teologia liberal não se acham teólogos liberais. Os que estão envolvidos com o movimento de igreja emergente não se acham liberais. Os liberais, assim como os pós modernos, entendem que assim como um mesmo texto pode ter várias interpretações, a realidade também.

MARK: E a Bíblia também?

PR. GILSON: Sim.

MARK: O movimento de igreja emergente faz alguma crítica ao pós-modernismo?

PR. GILSON: As maiores críticas do movimento são feitas ao modernismo. Quando faz alguma crítica ao pós modernismo, e isso detectamos em suas próprias literaturas, o faz de maneira superficial e pouco convincente.

MARK: Existe alguma coisa boa no movimento?

PR. GILSON: Todo movimento tem seus pontos positivos. Mas é bom lembrar que qualquer movimento que busque relativizar a verdade e prejudicial.

MARK: Poderia recomendar algum livro para leitura?

PR. GILSON: Recomendo o livro “Igreja Emergente: o movimento e suas implicações”, da autoria de D. A. Carson. Editora Vida Nova. Um artigo muito bom para leitura é Igreja Emergente, a igreja do pós-modernismo? Uma avaliação provisória, de Mauro Meister. Pode ser encontrado na internet.