A MORTE DO HUMORISTA SHAOLIN: O CÉU NÃO FICOU “MAIS
ALEGRE”.
Pr.
Gilson Soares dos Santos
O ator e comediante Francisco Josenilton
Veloso, o Shaolin, faleceu neste dia 14 de Janeiro de 2016, aos 44 anos de
idade, após uma parada cardiorrespiratória, em Campina Grande – PB. O humorista,
em Janeiro de 2011, sofreu um acidente na BR-230, em Campina Grande. Foi
socorrido para um hospital da cidade, depois passou cinco meses internado no
Hospital das Clinicas, em São Paulo e, posteriormente, passou a receber cuidados
médicos em casa, o que acontecia desde 2011. O comediante passou a se comunicar
e interagir com a família apenas com os olhos e expressões faciais. Na
madrugada desta quinta-feira, 14 de Janeiro de 2016, faleceu.
Eu poderia falar muitas coisas sobre Shaolin.
Poderia “garimpar” nos noticiários e encontrar recursos para ornamentar esse
pequeno artigo, falando sobre o talentoso comediante paraibano que, certamente,
faz falta ao mundo do humor. Sei que encontraria muitas coisas enriquecedoras
para um artigo que pretendesse falar diretamente do humorista. Porém, quero falar
do céu.
Quero tratar sobre uma frase que ouvi de um
radialista, o qual afirmava que a terra amanhecera mais triste, e o céu, mais
alegre. Será que o céu fica mais alegre quando chega lá um humorista? É verdade
que cantores, humoristas, sanfoneiros, atores e demais pessoas do mundo
artístico ao chegarem no céu o tornam mais alegre? Sempre que morre um artista,
virou “clichê” recorrer à ideia de que tal personagem tornará o céu mais
alegre, pois usará seus talentos artísticos.
A partida de alguém para a eternidade pode
deixar tristes os habitantes da terra, mas não tornará o céu mais alegre. O céu
é o lugar da mais perfeita comunhão com Deus. O céu é completo. Ninguém o torna
mais alegre, pois a alegria do céu é o próprio Senhor. Infelizmente, as pessoas
perderam o senso de importância do céu, e se satisfazem tanto com a vida aqui
na terra que não conseguem imaginar um céu sem as coisas daqui. A glória do céu
não consegue entrar na mente dos que estão presos às coisas desta vida. O céu é
um lugar espiritual totalmente marcado pela comunhão com Deus. O céu não é um
lugar onde os artistas estarão trajando vestes brancas, com memórias e
lembranças inteiramente terrenas, tocando sanfona, guitarras, zabumba e
padeiros, cantando, dramatizando e pulando de nuvem em nuvem, para torná-lo
menos monótono ou mais alegre.
Recorro ao sermão pregado por Jonathan
Edwards, teólogo e filósofo congregacional, sobre “a visão beatífica de Deus”. Ele
diz:
“Os santos no céu
vislumbrarão uma glória exterior por estarem na natureza humana de Cristo. Esta
natureza está unida a natureza divina, pois é o corpo daquela pessoa que é
Deus. E, sem duvida, haverá manifestações de uma glória divina e inimitável no
corpo glorificado de Cristo, corpo este que será de fato algo revigorante e
abençoado de se ver. Mas a beleza do corpo de Cristo, tal qual se vê com os olhos
do corpo, será atraente e encantadora, principalmente por expressar sua glória
espiritual. A majestade que se verá no corpo de Cristo expressará e tomará visível
a grandeza espiritual e a majestade da natureza divina. A pureza e a beleza
daquela luz e glória expressarão a perfeição da santidade divina. A doçura e
atraente suavidade de seu semblante expressarão o amor e a graça divinos e
espirituais.” (Jonathan Edwards, “The pure in heart blessed”, p. 906.).
Outro chavão que, à luz das Escrituras
Sagradas, precisa ser corrigido é aquele que dá a ideia de que a pessoa que
morreu está lá no céu contemplando os outros aqui na terra e, portanto, feliz
pelas homenagens. Biblicamente, não há nenhum contanto entre os mortos e os
vivos. Ninguém que tenha morrido consegue contemplar o que se passa aqui na
terra com seus familiares e amigos.
Concluo afirmando que a morte de Shaolin deixa
a terra mais triste, mas o céu continua o mesmo, pois o céu é estar na presença
gloriosa de Deus. E como sabemos pela Palavra, Deus não aumenta nem diminui. Não
melhora nem sofre declínio. O céu, portanto, é estar na presença eterna de
Deus. Sendo assim, o céu não aumenta nem diminui sua alegria. Não contempla
mais alegria com a chegada de alguém, pois nunca houve diminuição em sua
alegria. O Céu é estar para sempre com o SENHOR!