MUNDANISMO: TÃO ANTIQUADO, TÃO ATUAL
Pr.
Gilson Soares dos Santos
Fui educado em um lar cristão, segundo os
preceitos bíblicos. Lembro que em minha infância se usava muito, entre os
crentes, o termo “mundanismo”. A expressão era usada para designar o pecado de
permitir que os desejos, as ambições, os sonhos ou o comportamento de alguém
sejam moldados pelos valores do mundo, isto é, pela orientação do sistema
depravado deste mundo. Aquilo que o apóstolo Paulo chama em sua carta aos
Efésios 2.2 de “segundo o curso deste mundo”.
Não era raro ouvir os irmãos dizendo:
“Misericórdia, o mundo tá entrando
na igreja!”. Ou escutar expressões como “Vai te converter, tu és muito mundano.”. Havia até uma canção que
dizia: “Desse jeito não vai, desse jeito não vai. Vivendo igual ao mundo, desse jeito não vai!”. Mundo, mundano, mundanismo eram
expressões que denotavam alguma ligação com o pecado, a carnalidade ou a
subserviência aos caprichos do diabo, do mundo e da carne.
Os crentes da minha infância estavam certos.
Sempre estiveram. Porque à luz das Escrituras o cristão não pode, nem deve, nem
será moldado por este mundo. Escrevendo aos Romanos, Paulo, o apóstolo dos
gentios, diz: “não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente.” (Rm 12.2)
O termo pode ter caído em desuso, mas a
prática de ser moldado e levado pelos valores do mundo continua dominando muita
gente que se diz crente. Uma dessas práticas mundanas é a maneira de se vestir. A maneira como alguém se veste revela o
quanto essa pessoa é mundana. Vejo pessoas alegando adoração a Deus, porém com
roupas mundanas. Com roupas lascivas. A Bíblia condena a lascívia, que é a
sensualidade. Basta ler Gl 5.19; I Ts 4.5 e outros textos para perceber o combate
das Escrituras à lascívia.
A maneira vulgar de apresentar o corpo,
independente da roupa que está usando (calça ou vestido), independente do
gênero (homem ou mulher), faz parte do mundanismo que se apossou de muitos que
frequentam igrejas. Mundanismo tão combatido pelas Sagradas Escrituras quando
alertam “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o
mundo, o amor do Pai não está nele”. (I Jo 2.15). Mundo aqui refere-se à
humanidade caída, corrompida, depravada e que se rebela contra Deus.
Não estou dizendo que todos os que estão numa
igreja (homens e mulheres), que vestem roupas adequadas, têm uma alma contrita
com Deus, pois todos sabemos que Jesus também falou dos “sepulcros caiados”. Uma boa aparência exterior também pode esconder
uma péssima alma. Tampouco estou dizendo que mundanismo se refere somente a
práticas escandalosas no uso de roupas e acessórios. Mundanismo refere-se a
toda e qualquer adesão aos ditames deste mundo tenebroso. O que quero frisar
aqui é que todo aquele que é nascido de Deus jamais vestirá uma roupa que
desonre a Deus e manche o Evangelho.
O termo mundanismo pode ser obsoleto para
alguns, mas é a realidade vivenciada na vida de muitos que se declaram crentes
e não são, mas mentem. Por isso, a Bíblia dá o ultimato: parem de amar o mundo!
(I Jo 2.15).