EVANGELIZAÇÃO REFORMADA NA PRÁTICA
Começarei com esse texto uma
série de estudos que desenvolverão o tema da Evangelização. Pretendo trabalhar
com assuntos práticos, em como aplicar a Teologia
Reformada da Evangelização em métodos evangelísticos, e usá-los de
fato! Peço a sua compreensão para um uso que creio ser correto: 'Missões' e
Evangelização são palavras sinônimas, na perspectiva bíblica, e assim eu usarei.
1. O OBJETIVO DA IGREJA
Em um primeiro momento, precisamos deixar claro que
evangelização é uma obrigação de todos os cristãos. O
texto base dessa afirmação é I Pedro 2.9. A passagem diz que o que a Igreja é;raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus,
ela o é para um fim especifico:“proclamar as virtudes daquele que nos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”
Tudo o que a Igreja é, ela o é para evangelização.
Nesse ponto, a Igreja só glorifica a Deus corretamente se ela for uma igreja evangelizadora.
Fora desse foco, a Igreja vira clube, ‘roda de amigos’, lugar de religiosos,
menos A Igreja de Jesus Cristo.
2. OBJETIVO NÃO COMPARTILHADO
O problema de muitas igrejas é que essa consciência
não é primeiramente compartilhada pelos líderes. Depois, não compartilhada
pelos membros, ou vice versa. Compartilhar não é apenas passar para frente algo
que você recebeu, subentende que você ‘partilhou’ daquilo também – “compartilhar”.
Existem pessoas fãs
de missões, falam de missões, divulgam missões, mas não mais que isso. Não se
envolvem de maneira prática e integral. Talvez financiem, talvez orem, mas
nunca fazem missões. A evangelização é algo que sabem que existe e que é
necessária, mas este saber resulta em nada. Alguns até sabem que é uma ordem,
mas preferem viver em desobediência (I Co 9.16,17)
O Cristão, que não evangeliza pode roubar e trair
a cônjuge a qualquer hora, visto que é infiel em uma parte, poderá
ser infiel em outras. Isso é duro, e é para ser mesmo. Se após dizer ‘todo
poder foi me dado, ide portanto’, Jesus continua sendo desobedecido pelo
cristão e pastor local, que diferença fará desobedecer o ‘não roubarás ou não
adulterarás’?
Nem vem achar que ficar atrás de blogs, falando e
participando de encontros de missões, fará você ser um evangelista. Na época
dos apóstolos nunca o envio de uma carta substituía a comunicação pessoal na
evangelização. Era isso TAMBÉM... [a não ser que perseguição o impeça]. Se o
pastor deixar de evangelizar em seus sermões, em suas visitas, nas programações
de evangelismo, em seus textos, etc. ele continua sendo um pastor incompleto.
Portanto, compartilhe o objetivo (a visão, a filosofia ministerial, qualquer
que seja o termo!).
3. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS COERENTES COM A BÍBLIA
É difícil encontrar um método evangelístico que se
encaixe perfeitamente no sistema Reformado. Em um ou outro ponto haverá um
entrave com o sistema, visto que o método está, por várias vezes, comprometido
com a ‘teologia’ do que o inventou. Mas creio que todo método que pregue o
Evangelho (At 20.27) pode ser usado por um Reformado. E é possível adaptar todo
o método ao sistema Reformado de maneira satisfatória.
O método deve incluir: A Soberania de Deus, o estado do Homem e seu destino diante da
Pessoa e Obra de Cristo, a saber: céu ou inferno. Podemos garantir que a
1) evangelização pessoal, 2) o programa de discipulados, 3) a pregação
tradicional e 4) os grupos pequenos, são ambientes que proporcionam
seguramente, sob o poder do Espírito, a inclusão daquilo que é essencial na
evangelização.
Desses métodos e estratégias, o mais difícil é a evangelização pessoal. Não
tentarei ‘produzir’ uma conversa fictícia evangelística, visto que essas talvez
nunca acontecerão em seu caso. Por isso, tenha sempre em mente algumas coisas:
·
Conduza
qualquer conversa a uma reflexão diante de Deus. Por exemplo: quando seu amigo
te falar das diversões imorais, pergunte a ele "o que ele acha do
que Deus acha dessas diversões imorais!?" Pronto!!! Você
iniciou uma evangelização Reformada. Daí para frente é só entrar nos outros
pontos essenciais da evangelização – Homem e Cristo, visto que já mostrou a
Soberania de Deus, entrando em detalhe diante de alguma lei divina.
·
Memorize três textos Bíblicos: Não existe necessidade de você usar um exemplar
da Bíblia. Também não é proibido! Diga um texto a respeito do assunto, e
desenvolva o tema: Deus – Homem - Cristo. Evite palavras que identifiquem o
autor humano. Por exemplo: ‘Paulo disse’. Diga a 'Palavra de Deus diz',
'Deus diz em Sua Palavra', 'Está escrito na Bíblia', etc.
·
Você deve forçar,
por meio de argumentação Bíblica, que ele tome uma decisão. Nenhuma
evangelização deve deixar o claro aspecto de que o evangelizado está diante de
um confronto, em que ele continuará ou não sendo inimigo de Deus (II Co 5.20).
Quando eu disse tomar uma decisão, não é por um sim ou por um
passo. Mas uma decisão de se submeter ao Deus Soberano mediante
Cristo. Sabemos que essa decisão só será tomada positiva e corretamente,
se o Espírito assim o quiser (I Co 12.3). Mas como diz um professor do IBEL – “a
administração do Reino é com o Espírito, o marketing é nosso!”.
Extraído
do Blog: http://mcapologetico.blogspot.com.br/2013/06/evangelizacao-reformada-na-pratica.html.