O ANEL DE GIGES E O CARÁTER DO HOMEM
Rev. Gilson Soares dos Santos
Há uma lenda, transcrito por Platão no Livro II
de sua obra A República, sobre um
personagem chamado Giges, que era pastor a serviço do rei da Líbia. Certa vez,
se deparou com um enorme buraco. Lá dentro encontrou o corpo de um homem, que
trazia em um dos dedos um anel. Giges se apoderou deste anel e percebeu que ele
lhe conferia o poder de se tornar invisível. Toda vez que virava o engaste do
anel para a parte interna da mão, Giges ficava invisível. Com essa proteção
afastada da ética e do escrúpulo, Giges pratica uma série de más ações, seduziu
a rainha, tramou com ela a morte do rei e tomou o poder.
Se existisse um anel desse e você se apoderasse
dele, o que você faria?
É exatamente nos confrontando com uma situação
dessa que descobrimos nosso verdadeiro caráter. Pois muitos agem bem se forem
recompensados ou para parecerem bons e justos ao olhar do outro. Quantas vezes
nossa ação depende do medo da punição. É por isso que se faz necessário
fazermos a distinção entre reputação e caráter. Porque seu caráter é o que você
realmente é, enquanto a reputação é apenas o que os outros pensam que você é.
Vale citar o que disse Jesus sobre a questão das
aparências:
“25 Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes,
por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! 26 Fariseu cego, limpa
primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo! 27 Ai
de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de
ossos de mortos e de toda imundícia! 28 Assim também vós exteriormente pareceis
justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de
iniqüidade.” (Mt 23.25-28).
Assim busquemos um viver de santidade interior,
certamente refletida no exterior.