UM POUCO DA HISTÓRIA DA ALIANÇA DAS IGREJAS EVANGÉLICAS
CONGREGACIONAIS DO BRASIL
Pr.
Gilson Soares dos Santos
O congregacionalismo no Brasil fará no dia 19
de Agosto, deste ano de 2016, 161 anos de existência. Chegamos aqui em 1855 e,
pela graça de Deus, os cristãos congregacionais, herdeiros da Reforma
Protestante, têm pregado o Evangelho com seriedade e dedicação em nossa pátria.
Um dos segmentos do congregacionalismo no
Brasil é a Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB),
que este ano completa 49 anos de atividades. Estaremos comemorando, em nosso
distrito, 2º Distrito da 1ª Região Administrativa, os 161 anos do
congregacionalismo e os 49 anos da Aliança, conforme consta no cartaz acima.
Para tanto, estou publicando um pouco da
história da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB),
denominação na qual sou pastor desde Julho de 1995. O conteúdo a seguir pode
ser encontrado no site da Aliança, conforme consta na fonte, no final da
postagem.
Parabéns congregacionais, parabéns Aliança
Congregacional, Deus abençoe a todos!
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ALIANÇA DAS IGREJAS EVANGÉLICAS CONGREGACIONAIS DO BRASIL
Em 1959, o
ano está no começo. A Igreja Evangélica Congregacional em João Pessoa/PB está
em festa, é uma comemoração das senhoras, e o Pr. Dorival Rodrigues Bewke é o
preletor do evento. As pregações causam um grande despertar espiritual, muitas
decisões acontecem e a experiência do batismo com o Espírito Santo entendida
também como um evento após a conversão é vivenciada. A partir daí, uma nova
atmosfera espiritual toma conta da igreja.
Com a realização do 1° Encontro Nacional de Renovação
Espiritual,em Belo Horizonte/MG, que teve a participação do pastor da igreja,
Jônatas Ferreira Catão, a Igreja Congregacional em João Pessoa é destaque no
cenário de avivamento espiritual. Pouco depois, se juntam a esta visão a Igreja
Congregacional em Campina Grande/PB (Pr. Raul de Souza Costa), 2ª Igreja
Congregacional em Campina Grande/PB (Pr. João Barbosa de Lucena), Igreja
Congregacional de Patos/PB (Pr. José Quaresma de Mendonça), Igreja Congregacionalem
Alagoa Grande/PB (dirigida à época pelo presbítero Dr. Guimarin Toledo Sales),
Igreja Congregacional em Totó, Recife/PE (Pr. Isaías Correia dos Santos),
Igreja Congregacional em Casa Amarela, Recife/PE (Pr. Roberto Augusto de
Souza), igreja Congregacional no Pina, Recife/PE (Pr. Moisés Francisco de Melo)
e uma congregação em Caruaru/PE, dirigida à época pelo Pr. Jônatas Catão.
Corre o ano de 1967, uma onda de renovação espiritual se
alastra pelas igrejas evangélicas históricas do país. No mês de junho, na
cidade de Patos/PB, acontecem os congressos femininos e de mocidade
congregacionais, estes eventos foram de muito impacto e tiveram muita
repercussão. A liderança da denominação no país (na época o órgão se chamava
União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil – UIECB e o seu
Presidente era o Reverendo Inácio Cavalcanti Ribeiro, pastor da III Igreja
Evangélica Congregacional de Campina Grande), não concordando com os rumos que
essas igrejas estavam tomando, convocou um Concílio Geral Extraordinário para
os dias 20 e 21 de julho, na Igreja Congregacional em Feira de Santana/BA.
Não sabemos se por engano, mas na emissão dos Ofícios de
Convocação do Concílio houve um direcionamento desagradável, todas as igrejas
que não aceitavam o Movimento de Renovação Espiritual receberam ofício para um
Concílio nos dias 20 e 21 de julho e as igrejas que abraçavam a Renovação
Espiritual, receberam ofícios para um Concílio nos dias 21 e 22, no mesmo local
e com a mesma destinação. Quando os representantes destas igrejas chegaram ao
Concílio ele já estava instalado, em pleno funcionamento, com Comissões
instaladas e recebendo documentos e emitindo pareceres. Logo na primeira
Assembleia foi lido um desses documentos e com parecer formalizado,
recomendando a exclusão de Igrejas (Igreja Evangélica Congregacional em João
Pessoa, Igreja Evangélica Congregacional de Campina Grande, II Igreja
Evangélica Congregacional de Campina Grande, Igreja Evangélica Congregacional
de Patos, Igreja Evangélica Congregacional em Tegipió, Igreja Evangélica
Congregacional de Casa Amarela e Igreja Evangélica Congregacional do Pina) e a
eliminação dos pastores destas igrejas (Jônatas Ferreira Catão, Raul de Souza
Costa, João Barbosa de Lucena, José Quaresma de Mendonça, Isaias Correia dos Santos,
Roberto Augusto de Sousa e Moisés Francisco de Melo). O Moderador dos
trabalhos, Reverendo Inácio Cavalcanti Ribeiro, numa atitude anticristã e
anticongregacional, cassou o direito de defesa das igrejas acusadas de
heréticas e os seus pastores de desordeiros e falsos profetas, porque
renovados; e, num ambiente de muito tumulto, pôs o assunto em votação sem
qualquer discussão.
Assim, de forma abrupta, fomos expulsos naquele Concílio
da União das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil. Sequer tivemos
direito a hospedagem no Concílio e na mesma manhã que ali chegamos tivemos de
voltar às nossas igrejas, tristes pelas falta de comunhão com aqueles irmãos,
entretanto, fortalecidos pelas promessas de Deus para a continuação do trabalho
que estávamos desenvolvendo.
Ainda em Feira de Santana, na saída da cidade, quando
paramos para o almoço, o Pr. Jônatas Ferreira Catão sugeriu a possibilidade de
reunir os excluídos em um grupo com características denominacionais e, como
líder do grupo, dividiu tarefas para contatos com igrejas e pastores visando
essa possibilidade. Na viagem de volta, a nossa Caravana (Jônatas Ferreira
Catão, José Quaresma de Mendonça, Euclides Cavalcanti Ribeiro, José Severino de
Araújo, Eloy Eneas de Souza, Calistrato Hypólito Soares e Osmar de Lima
Carneiro) visitou o Pastor Servílio Benício de Sales, na Igreja Evangélica
Congregacional em Aracajú/SE, obtendo a sua adesão à criação do novo órgão
denominacional.
Igrejas foram visitadas, pastores contatados e convocado
um Concílio para a fundação do novo órgão denominacional, com instalação no dia
13/08/1967, no Templo da Igreja Evangélica Congregacional de Campina Grande.
Em todas as negociações prévias, visitas a pastores e
sugestões de direção, o trabalho do Pr. Jônatas Ferreira Catão foi de um valor
inestimável, ele foi um grande líder.
No dia 13 de agosto de 1967, num domingo, as delegações
das igrejas foram recebidas na Igreja Evangélica Congregacional de Campina
Grande, muitos líderes acorreram ao evento. E no dia 14/08/1967 foi aberta a
primeira reunião administrativa onde foi fundada a ALIANÇA DE IGREJAS
EVANGÉLICAS CONGREGACIONAIS DO BRASIL e eleita por aclamação a sua primeira
diretoria:
Pres. Raul de Souza Costa
1° Vice-Pres. Jônatas Ferreira Catão
2º Vice-Pres. Geraldo Batista dos Santos
1º Sec. Presb. Euclides Cavalcanti Ribeiro
2º Sec. Presb. Euclides Gomes da Costa
1º Tes. Osmar de Lima Carneiro
2º Tes. Presb. Caitano Antônio da Silva.
Os presentes encerram os trabalhos de mãos dadas felizes
e realizados. No dia 19 de agosto de 1967, em grande festa em Caruaru/PE, é
instalada a Igreja Evangélica Congregacional naquela cidade, e é empossado como
seu pastor visitante Jônatas Ferreira Catão. Essa foi a primeira igreja
emancipada da recém-formada ALIANÇA, e daí por diante o evangelho do reino foi
sendo espalhado por todo Brasil.
Hoje, temos uma denominação forte e vibrante com 91
igrejas, 26 campos missionários, muitos pastores e milhares de membros com
muitas expectativas de crescimento em todas as áreas, sem fugir da ortodoxia
evangélica e entrar nos modismos atuais.
Agora, mais do que nunca, as palavras do hino que foi um
marco naquela época se fazem valer:
“Obra Santa do Espírito
Esta causa é
do Senhor.
Como um
vento impetuoso
Como fogo
abrasador
Estamos
sobre terra santa
Reverente e
muito amor
Esta hora é
decisiva
Vigilante e
de temor.
Ninguém
detém! É obra santa”.
*Muitas das informações do texto seguem testemunho do
Presb. Osmar de Lima Carneiro, participante ativo dos eventos.