O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

10 de setembro de 2013

A Graça transformada em libertinagem

A GRAÇA TRANSFORMADA EM LIBERTINAGEM
 
Pr. Gilson Soares dos Santos
 
Somos conscientes que as profecias bíblicas cumprir-se-ão, não da maneira que queremos ou imaginamos, mas do modo como o Senhor descreve em Sua Palavra. O apóstolo Paulo, num tom profético, alerta: “1 Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, 2  pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, 3  desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, 4  traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, 5  tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” (II Timóteo 3.1-5). Sentimos que estamos vivendo os “tempos difíceis” citados pelo apóstolo. Presenciamos a graça sendo transformada em libertinagem, e, mesmo sabendo que isso é cumprimento da Palavra, é difícil presenciar tamanho descaso com as coisas de Deus.
 
Quero transcrever, na íntegra, o conteúdo da página 24, da Revista Ultimato, Número 295, Julho-Agosto de 2005, que trata sobre “A graça transformada em libertinagem”.
 
 
 
 
A graça transformada em libertinagem
 
Quem põe a boca no trombone para fazer uma das mais sérias de todas as denúncias é Judas, “servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago” (Jd 1). É o único escritor do Novo Testamento que menciona sua ligação com Jesus Cristo e com mais alguém. Em vez de se apresentar como Judas-não-o-Iscariotes para se diferenciar do outro Judas, aquele que traiu o Senhor (Mt 10.4), o autor do terceiro menor e penúltimo livro da Bíblia prefere citar seu parentesco com Tiago.

A denúncia de Judas não poderia ser mais explícita: “[Certos homens] transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único Soberano e Senhor” (Jd 4). Em outras palavras: “Eles torcem a mensagem a respeito da graça do nosso Deus a fim de arranjar uma desculpa para a sua vida imoral” (NTLH). A Comunidade de Taizé prefere afirmar que certas pessoas “abusam da graça do nosso Deus para levar uma vida dissoluta”.

Esse estrago está sendo cometido por alguns intrusos que já se infiltraram sorrateiramente no meio da comunidade e agora participam de suas festas de fraternidade (Jd 12) e usam de desavergonhada bajulação (Jd 16). No decorrer da epístola, Judas chama os prostituidores da maravilhosa graça de “sonhadores” (v. 8), “rochas submersas” (v. 12), “pastores de si mesmos” (v. 12), “nuvens sem água”, “árvores de outono [mas] sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas pela raiz” (v. 12), “ondas bravias do mar, espumando seus próprios atos vergonhosos” (v. 13) e “estrelas errantes [a caminho das] mais densas trevas” (v. 13).

O que essas “rochas submersas” estão fazendo é muito grave. Quais icebergs, que escondem 90% do seu volume debaixo do nível do mar, elas realizam um trabalho de corromper a maravilhosa graça, declarando temerariamente que, depois de termos nos tornado cristãos, “podemos andar como quisermos, sem medo da ira divina” (Jd 4, BV)

Ora, a distância entre a graça divina e a libertinagem humana é imensurável. A graça é a manifestação maior do amor, da misericórdia, da compaixão e da paciência de Deus. E a libertinagem é a manifestação maior do pecado, da provocação, da maldade e da baixeza do homem. A graça de Deus parece não ter sinônimo perfeito (nem definição plenamente satisfatória). Mas os sinônimos da libertinagem são licensiosidade, dissolução, devassidão, depravação. Remover a maravilhosa graça do seu pedestal e colocá-la na mesma prateleira da libertinagem é uma violência que precisa ser denunciada em alto e bom som.

Essa fabulosa indústria de transformação, que pretende acalmar a consciência dos vencidos pela carne e enriquecer os intrusos, os advogados do diabo, os profetas da pecaminosidade e a mídia sedenta de ibope e ouro — existe há muito tempo e transforma não apenas graça em libertinagem. As outras transformações aparecem nas demais matérias de capa.