OS PRIMEIROS FILÓSOFOS
Gilson
Soares dos Santos
Na postagem de hoje, vamos aprender um poucos
sobre os primeiros filósofos.
1 – Os
filósofos pré-socráticos (antes de Sócrates)
Os primeiros filósofos são chamados de
pré-socráticos ou filósofos da natureza, porque tinham grande interesse pela
natureza e pelos processos naturais.
1.1 – Tales de Mileto (séc. VII a séc. VI
a.C): É considerado o primeiro filósofo. Natural da colônia grega de Mileto, na
Ásia Menor. Ele considerava a água a
origem de todas as coisas. Com isso, talvez, ele quisesse dizer que toda
forma de vida surge na água e a ela retorna quando se desfaz. Ele afirmou que
“todas as coisas estão cheias de deuses”. É claro, ele não pensava aqui nos
deuses da mitologia grega.
1.2 – Anaximandro (séc. VII a.C. séc. VI. a.
C.) : Provavelmente discípulo de Tales. Ele sustenta que a água já é algo
derivado e que, ao contrário, o "principio" (arché) é o
infinito, ou seja, uma natureza (physis) in-finita e in-definida, da
qual provém todas as coisas que existem. O termo usado por Anaximandro é a-peiron,
que significa aquilo que está privado de limites.
1.3 – Anaxímenes (séc. VI a.C.): Também viveu
em Mileto. Para ele, o elemento que deu
origem a todas as coisas é o ar. Mas esse ar é o ar infinito. Ele disse que: “Exatamente como a nossa alma (ou seja,
o principio que dá a vida), que é ar, se sustenta e se governa, assim também o sopro e o ar abarcam o cosmo
inteiro.”.
1.4 – Heráclito de Éfeso (séc. VI ao V a.C.):
Heráclito indicou o fogo como "principio" fundamental, e considerou
todas as coisas como transformações do fogo. Também é evidente por que
Heráclito atribuiu ao fogo a "natureza" de todas as coisas: o fogo
expressa de modo exemplar as características de mudança continua, do contraste
e da harmonia. Entre os principais ensinos de Heráclito estão: 1) Tudo escorre,
tudo se move, tudo flui (muda): para ele, tudo está em movimento e nada dura
para sempre. Por esta razão, dizia ele, “não podemos entrar duas vezes no mesmo
rio”. Porque quando entramos pela segunda vez no rio, tanto nós quando o rio já
estamos mudados. 2) A harmonia dos contrários: Para ele, o mundo está
impregnado por constantes opostos. Se nunca ficássemos doentes, não saberíamos
o que significa saúde. Se nunca houvesse guerra, não saberíamos o valor da paz.
O devir é a passagem de um contrário a outro. as coisas frias se aquecem, as
quentes se resfriam, as úmidas secam, as secas tornam-se úmidas, o jovem
envelhece, o vivo morre.
1.5 – Pitágoras (séc. V): Nasceu em Samos.
Com clara mudança de perspectiva, Pitágoras e os Pitagóricos indicaram o numero
(e os componentes do numero) como o "principio", ao invés da agua, do
ar ou do fogo. Todas as coisas derivam dos números. Os números são o princípio
de todas as coisas.
Outros
filósofos pré-socráticos de grande importância foram: Xenófanes de Cólofon,
Parmênides, Zenão, Melisso de Samos, Empédocles, Anáxagoras, etc.
2 –
Sócrates, Platão e Aristóteles
2.1 – Sócrates: Nasceu em Atenas em 470/469
a.C. e morreu em 399 a.C. Era filho de um escultor e de uma obstetra. Nunca
fundou uma escola, nunca escreveu algo. Realizava seu ensinamento em locais
públicos. O que sabemos sobre ele vem dos escritos de Platão e de outros
filósofos. Seus principais ensinos: 1) Liberdade: Entendida como liberdade
interior, e, em última análise como “autodomínio”. “Uma vez que a alma é
racional, ela alcança sua liberdade quando se livra de tudo o que é irracional,
ou seja, das paixões e dos instintos. 2) Felicidade: “A felicidade assume valência
espiritual e se realiza quando na alma prevalece a ordem. Tal ordem se realiza
justamente mediante a virtude. Dessa forma, afirma-se o principio ético que a
virtude é prêmio para si mesma, e deve ser buscada por si mesma” (Reale &
Antiseri, 2007, p. 92). 3) Teologia: Sócrates também teve uma particular
concepção de Deus, deduzida da constatação de que o mundo e o homem são
constituídos de modo tal - isto é, segundo tal ordem e tal finalidade - que
exige uma causa adequada. Esta Causa é justamente Deus, entendido como
inteligência ordenadora e providência. 4) O método socrático: O método
usado por Sócrates no seu ensinamento foi o do diálogo articulado em dois
momentos: o irônico-refutatório e o maiêutico. Sócrates foi condenado à morte,
acusado de não crer nos deuses da cidade, e de corromper os jovens, teve que
tomar um cálice de cicuta.
2.2 – Platão: Nasceu em Atenas, em 428
a.C. Seu verdadeiro nome era Arístocles.
Foi discípulo de Sócrates. Seus principais ensinos: 1) Ideias inatas: Platão
acreditava em ideias inatas, que a
mente contemplara no mundo das Formas, antes do nascimento. Elas foram
contempladas pela alma no estado pré-encarnado, só era necessário recordá-las. 2)
Eternidade do universo: Acreditava que o universo é eterno. O mundo físico é um
mundo de sombras, o mundo real é o mundo espiritual das formas puras. 3)
Metempsicose: Defendia a metempsicose, ou seja, a transmigração das almas, que
conhecemos por reencarnação. 4) Sobre Deus: Deus não era a Forma absoluta (agathos), mas o Formador (o demiurgo). O formador não pode fazer
boas formas sem uma Forma do bem como padrão. 5) Imortalidade da alma: Platão
defendeu o que todo cristão ortodoxo acredita, a imortalidade da alma, ou seja,
que os seres humanos têm uma dimensão espiritual em sua composição, que é
imortal.
2.3 – Aristóteles: Nascido em Estagira
(384-322 a.C.). Entrou para a Academia de Platão em 367 a.C. Foi instrutor de
Alexandre, o grande. As obras principais de Aristóteles podem ser divididas em:
lógica, estudos físicos, psicologia e filosofia. Seus principais ensinos: 1)
Epistemologia (teoria do conhecimento): Era um empirista e acreditava que todo
conhecimento começa nos sentidos. Quando um objeto é percebido por um ou mais
dos cinco sentidos, a mente começa a agir sobre ele com seus poderes de
abstração. Ele via três ações do intelecto: apreensão
(entendimento), predicação
(declarações) e raciocínio logístico (lógica).
2) Sobre Deus: O conceito de Deus em Aristóteles não é o mesmo do Deus do
judaísmo. Para ele, Deus é o motor imóvel.
Mas esse motor imóvel também não era um deus pessoal que amava e se preocupava
com a criação. Na verdade, o deus de Aristóteles não tem significado religioso
ou de adoração. Sua concepção sobre Deus está nos seus estudos sobre
metafísica. Para ele, a física estuda a realidade que pode ser experimentada
pelos sentidos. A metafísica estuda a realidade fora da percepção sensorial. 3)
Sobre a alma: Ao contrário de Platão, Aristóteles negou a imortalidade da alma
ou vida após a morte. Para ele, a alma morre junto com o corpo. Ele era
monista, enquanto Platão era dicotomista.
3 –
Outros filósofos importantes
Vejamos
outros nomes da Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia
Contemporânea:
– Filosofia Medieval
a) Agostinho (bispo de Hipona – 354-430
d.C.). Teólogo e filósofo.
b) Anselmo de Cantuária.
c) Abelardo.
d) Tomás de Aquino. (1224-1274). Teólogo e
filósofo.
e) João Duns Scotus.
– Filosofia Moderna
a) René Descartes.
b) Baruch Spinoza.
c) John Locke.
d) David Hume.
e) Blaise Pascal.
f) Immanuel Kant.
– Filosofia Contemporânea
a) Schleiemarcher.
b) Hegel.
c) Sören Kierkegaard.
d) Martin Heidegger.
f) Wittgenstein.
f) Karl Barth
g) Karl Marx.
Esta
é uma pequena lista de filósofos cristãos, agnósticos e ateus.
BIBLIOGRAFIA
PARA APROFUNDAMENTO
ARANHA, Maria Lúcia A. MARTINS, Maria Helena
Pires. Temas de Filosofia. 3Ed. São Paulo: Moderna. 2005.
REALE, Giovane. ANTISERI, Dario. História
da Filosofia. Vol. 1. 3ed. São Paulo: PAULUS. 2007.