O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

15 de outubro de 2015

O Educador Cristão

O EDUCADOR CRISTÃO

Pr. Gilson Soares dos Santos

            Queremos estudar um pouco sobre o educador cristão.

1 – A prática educacional do professor

            No Manual de Ensino para o Educador Cristão (GANGEL & HENCRICKS, 1999, p.282-283), encontramos três ingredientes que nos influenciam a ação no ensino:

Tem de estar atrelado ao processo. Os professores devem deixar de ser executores e tornarem-se alunos. Eles devem ser pessoas que fazem as coisas melhores, mas — e isto e o mais importante — devem ser os que equipam outros a fazer as coisas melhores. Quando o processo e a meta principal, o professor não limita os outros pelas limitações dele. Ele lança o aluno numa jornada que pode e, frequentemente, vai muito alem de sua própria jornada. [...].
Ensino de qualidade requer tempo. Na época do tudo instantâneo, os educadores ousam não entrar no sistema. Nossa tarefa como professor é equipar nossos alunos para esse processo perpetuo de aprendizagem. Os professores, na maioria das vezes erroneamente, veem-se como distribuidores de informação em vez de aperfeiçoadores de vida. Escolas não procriam lideres; a vida, sim.

Tem de estar atrelado às pessoas. A aprendizagem é um processo em sua maior parte intricadamente pessoal. Ela não pode ser produzida para as massas. Churchill expressou o conceito muito bem: “Amo aprender; odeio ser ensinado”. [...]. Visto que a aprendizagem e tão interativa, quem o professor é determina o que ele faz. Os alunos não estão meramente interessados no que você sabe e no modo como obteve o que aprendeu, mas principalmente em quem você é. [...] Modelar torna-se de importância vital na pratica do ensino. Mas a maioria dos professores encontra-se muito distante dos alunos a quem tentam causar impacto. Não ha comunicação quando existe um abismo entre o professor e os alunos. Você causa impacto na proporção direta do envolvimento. Ha muito tempo me convenci de que as quatro paredes são os maiores preventivos contra o ensino eficiente. Às vezes a melhor aprendizagem acontece fora da sala de aula em situações informais.

Tem de estar atrelada a vida. A vida e inacreditavelmente desordenada, impossível de predizer e em constante mutação. Não pode ser acondicionada em bonitos pacotes. Não se apresenta da maneira como somos ensinados na escola. Invariavelmente não concorre com os devaneios de castelos no ar com os quais somos confrontados. Às vezes nos, como professores, não apenas sabemos as respostas, mas nem mesmo conhecemos os problemas. Fomos treinados numa época que nem mais existe. Isto explica porque os estudantes frequentemente reclamam: “Minha educação respondeu perguntas que ninguém está fazendo, mas para as questões que estão destruindo as vidas das pessoas, nunca nos reunimos para discutir”.

2 – Perguntas que o professor deve fazer a si mesmo

PRIMEIRA: Por que ensino? Qual é o meu propósito? Que objetivo quero alcançar?

“O professor, precisa ter percepção clara e bem definida do propósito de seu ensino. Só assim poderá ter êxito em seu trabalho.” (PEARMAN, 1995, p.6-7).  “Depois de considerar bem o assunto, o verdadeiro professor espiritual chega à conclusão de que seu trabalho principal e o fim primordial de seu esforço, serão a aplicação das verdades bíblicas para guiar seus alunos a um conhecimento experimental de Cristo.” (idem).

SEGUNDA: A quem ensinarei? Que tipo de alunos receberá meu ensino?

“Seu talento e suas condições pessoais, como professor, revelarão se lhe convém mais ensinar aos adultos, aos jovens, aos adolescentes, aos intermediários, aos primários ou às criancinhas.” (idem).

TERCEIRA: Que ensinarei? Que conhecimento do assunto possuo?

“O objetivo principal de seu ensino será, é claro, a Bíblia; por isso deve fazer o máximo que puder para dominar as histórias, as doutrinas, a geografia e os costumes mencionados na Bíblia.” (idem).

            Pearlman (1995, p.7), ainda diz:

O professor não pode compartilhar o que não sabe, não pode explicar o que não compreende, nem pode falar com autoridade se não tiver um conhecimento completo da matéria que ensinará. Se você tem intenção de entregar-se à dura tarefa de ensinar, estude "sem cessar", leia diligentemente acerca de tudo o que a Bíblia ensina em diversos níveis, e faça um estudo sistemático da Palavra de Deus. Certamente este programa significa trabalho duro, mas não se alcança um ensino eficaz e eficiente sem esforço. O verdadeiro professor tem que alcançar os frutos de seu ensino com o suor de seu rosto. No entanto, todo esforço árduo é rico em recompensas.

QUARTA: Como ensinarei?

“Não importa quanto conhecimento o professor possua, falhará se não possuir também a arte de ensinar, isto é, se não souber transmitir esses conhecimentos a seus alunos.” (idem). “Será que alguém pode, na verdade, aprender a ensinar? Podemos imaginar você, leitor, dizendo: "Eu pensei que ensinar fosse um dom que algumas pessoas têm por natureza!"É verdade que certos indivíduos possuem capacidade especial para ensinar, mas é também acertado dizer-se que esta arte pode ser adquirida.” (idem).
“O ensino é uma arte que pode ser adquirida porque é governada por leis definidas. Estude e domine estas leis, aplique-as com paciência, e você descobrirá que está ensinando bem. O bom êxito depende de "saber como fazê-lo".” (idem, p.8).

3 – Perguntas que o Professor deve fazer antes de ministrar uma aula

            Quem nos guia a essas perguntas que o professor deve fazer antes de ministrar uma aula para seus alunos é Donald Griggs em seu Livro “Manual do Professor eficaz” (GRIGGS, 1997, p.13-15):

1. O que vou ensinar?

·         O currículo é um ponto de partida, mas pode conter material demais.
·         Preciso selecionar conceitos-chave para focalizar no ensino.
·         Os conceitos são palavras que se usam para apresentar experiências, pensamentos, objetos, etc.
·         Os conceitos são o enfoque de todo ensino.
·         É importante relacionar os conceitos com a experiência dos alunos.

2. O que os alunos vão aprender?

·         É importante que os professores tenham em mente objetivos específicos, dentro dos quais dirijam seu planejamento e ensino.
·         Os objetivos expressam o que os professores querem que os alunos atinjam durante o período de aula.
·         Os objetivos são específicos em termos da ação do aluno.
·         objetivos ajudam os professores a avaliar o que aconteceu.

3. Quais atividades de ensino vou planejar para a aula?

·         Uma variedade de atividades que envolverá a maioria dos alunos e a maior parte do tempo.
·         As atividades devem representar diferentes níveis de interesse e de habilidades.
·         Novas atividades devem ser apresentadas e experimentadas com regularidade.

4. Quais recursos usaremos na sala de aula?

·         Os recursos não são apenas truques.
·         Os recursos são meios através dos quais os alunos envolvem na aprendizagem.
·         Os recursos devem ser selecionados com cuidado.
·         Os recursos são para alunos e professores.
·         Uma ampla variedade de recursos deve ser usada.

5. Que estratégia usarei para motivar os alunos a se envolverem?

·         E preciso uma estratégia bem planejada para engajar os alunos no estudo, com interesse e propósito.
·         Há pelo menos cinco elementos na estratégia: abertura, apresentação, exploração, criatividade e encerramento.

6. Como arrumarei a sala?

·         O arranjo da sala, decoração e apresentação dos recursos ensinam tanto quanto as palavras.
·         Deixe que os materiais permaneçam visíveis e que haja espaço para os alunos se movimentarem facilmente.
·         Mude com regularidade o arranjo dos móveis, equipamentos, exposições e materiais.

7. Que perguntas vou fazer?

·         As perguntas são uma atividade importante e necessária.
·         Facilitará muito planejar as perguntas de antemão.
·         Há pelo menos três níveis de perguntas: informativas, analíticas e pessoais.

8. Que escolhas farão os alunos durante a aula?

·         Escolhas que os levem a maior motivação e envolvimento.
·         Para cada passo do plano de aula devem ser consideradas as suas opções.
·         As opções precisam ser discutidas e avaliadas.

9. Que instruções darei?

·         O êxito dos alunos nas atividades de aprendizagem é determinado, com frequência, pelas
·         instruções o professor dá.
·         Os alunos são guiados na sua participação pelas instruções do professor.
·         As instruções devem ser tanto visuais como verbais.
·         As instruções devem ser dadas passo a passo.

10. Como deverei reagir quando o aluno se manifestar?

·         O apoio ao aluno da parte do professor leva-o a maior participação.
·         Os alunos precisam receber retorno ou respostas do professor.
·         O professor pode desenvolver um repertório de respostas.


BIBLIOGRAFIA

GANGEL, Kenneth O. HENDRICKS, Howard G. Manual de Ensino Para o Educador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD. 1999.

GRIGGS, Donald. Manual do Professor Eficaz. 3ed. São Paulo: Cultura Cristã. 1997.

PEARLMAN, Myer. Ensinando com Êxito na Escola Dominical. São Paulo: Vida. 1995.