O
EDUCADOR CRISTÃO
Pr.
Gilson Soares dos Santos
Queremos
estudar um pouco sobre o educador cristão.
1 – A prática educacional do professor
No Manual de Ensino para o Educador
Cristão (GANGEL & HENCRICKS, 1999, p.282-283), encontramos três
ingredientes que nos influenciam a ação no ensino:
Tem de estar atrelado ao processo. Os professores
devem deixar de ser executores e tornarem-se alunos. Eles devem ser pessoas que
fazem as coisas melhores, mas — e isto e o mais importante — devem ser os que
equipam outros a fazer as coisas melhores. Quando o processo e a meta
principal, o professor não limita os outros pelas limitações dele. Ele lança o aluno
numa jornada que pode e, frequentemente, vai muito alem de sua própria jornada.
[...].
Ensino de qualidade
requer tempo. Na época do tudo instantâneo, os educadores ousam não entrar no
sistema. Nossa tarefa como professor é equipar nossos alunos para esse processo
perpetuo de aprendizagem. Os professores, na maioria das vezes erroneamente,
veem-se como distribuidores de informação em vez de aperfeiçoadores de vida.
Escolas não procriam lideres; a vida, sim.
Tem de estar atrelado às pessoas. A aprendizagem é um
processo em sua maior parte intricadamente pessoal. Ela não pode ser produzida para
as massas. Churchill expressou o conceito muito bem: “Amo aprender; odeio ser
ensinado”. [...]. Visto que a aprendizagem e tão interativa, quem o
professor é determina o que ele faz. Os alunos não estão meramente
interessados no que você sabe e no modo como obteve o que aprendeu, mas
principalmente em quem você é. [...] Modelar torna-se de importância vital na
pratica do ensino. Mas a maioria dos professores encontra-se muito distante dos
alunos a quem tentam causar impacto. Não ha comunicação quando existe um abismo
entre o professor e os alunos. Você causa impacto na proporção direta do
envolvimento. Ha muito tempo me convenci de que as quatro paredes são os maiores
preventivos contra o ensino eficiente. Às vezes a melhor aprendizagem acontece
fora da sala de aula em situações informais.
Tem de estar atrelada a vida. A vida e
inacreditavelmente desordenada, impossível de predizer e em constante mutação.
Não pode ser acondicionada em bonitos pacotes. Não se apresenta da maneira como
somos ensinados na escola. Invariavelmente não concorre com os devaneios de
castelos no ar com os quais somos confrontados. Às vezes nos, como professores,
não apenas sabemos as respostas, mas nem mesmo conhecemos os problemas. Fomos
treinados numa época que nem mais existe. Isto explica porque os estudantes frequentemente
reclamam: “Minha educação respondeu perguntas que ninguém está fazendo, mas
para as questões que estão destruindo as vidas das pessoas, nunca nos reunimos
para discutir”.
2 – Perguntas que o professor deve fazer a si
mesmo
PRIMEIRA: Por
que ensino? Qual é o meu propósito? Que objetivo quero alcançar?
“O professor, precisa
ter percepção clara e bem definida do propósito de seu ensino. Só assim poderá
ter êxito em seu trabalho.” (PEARMAN, 1995, p.6-7). “Depois de considerar bem o assunto, o
verdadeiro professor espiritual chega à conclusão de que seu trabalho principal
e o fim primordial de seu esforço, serão a aplicação das verdades bíblicas para
guiar seus alunos a um conhecimento experimental de Cristo.” (idem).
SEGUNDA: A quem ensinarei?
Que tipo de alunos receberá meu ensino?
“Seu talento e suas
condições pessoais, como professor, revelarão se lhe convém mais ensinar aos
adultos, aos jovens, aos adolescentes, aos intermediários, aos primários ou às
criancinhas.” (idem).
TERCEIRA: Que ensinarei? Que
conhecimento do assunto possuo?
“O objetivo principal
de seu ensino será, é claro, a Bíblia; por isso deve fazer o máximo que puder
para dominar as histórias, as doutrinas, a geografia e os costumes mencionados
na Bíblia.” (idem).
Pearlman
(1995, p.7), ainda diz:
O professor não pode
compartilhar o que não sabe, não pode explicar o que não compreende, nem pode
falar com autoridade se não tiver um conhecimento completo da matéria que
ensinará. Se você tem intenção de entregar-se à dura tarefa de ensinar, estude "sem
cessar", leia diligentemente acerca de tudo o que a Bíblia ensina em
diversos níveis, e faça um estudo sistemático da Palavra de Deus. Certamente
este programa significa trabalho duro, mas não se alcança um ensino eficaz e
eficiente sem esforço. O verdadeiro professor tem que alcançar os frutos de seu
ensino com o suor de seu rosto. No entanto, todo esforço árduo é rico em recompensas.
QUARTA: Como ensinarei?
“Não importa quanto
conhecimento o professor possua, falhará se não possuir também a arte de
ensinar, isto é, se não souber transmitir esses conhecimentos a seus alunos.”
(idem). “Será que alguém pode, na verdade, aprender a ensinar? Podemos imaginar
você, leitor, dizendo: "Eu pensei que ensinar fosse um dom que algumas
pessoas têm por natureza!"É verdade que certos indivíduos possuem
capacidade especial para ensinar, mas é também acertado dizer-se que esta arte
pode ser adquirida.” (idem).
“O ensino é uma arte
que pode ser adquirida porque é governada por leis definidas. Estude e domine
estas leis, aplique-as com paciência, e você descobrirá que está ensinando bem.
O bom êxito depende de "saber como fazê-lo".” (idem, p.8).
3 – Perguntas que o Professor deve fazer antes de
ministrar uma aula
Quem nos guia a essas perguntas que
o professor deve fazer antes de ministrar uma aula para seus alunos é Donald
Griggs em seu Livro “Manual do Professor eficaz” (GRIGGS, 1997, p.13-15):
1. O que vou ensinar?
·
O
currículo é um ponto de partida, mas pode conter material demais.
·
Preciso
selecionar conceitos-chave para focalizar no ensino.
·
Os
conceitos são palavras que se usam para apresentar experiências, pensamentos,
objetos, etc.
·
Os
conceitos são o enfoque de todo ensino.
·
É
importante relacionar os conceitos com a experiência dos alunos.
2. O que os alunos vão aprender?
·
É
importante que os professores tenham em mente objetivos específicos, dentro dos
quais dirijam seu planejamento e ensino.
·
Os
objetivos expressam o que os professores querem que os alunos atinjam durante o
período de aula.
·
Os
objetivos são específicos em termos da ação do aluno.
·
objetivos
ajudam os professores a avaliar o que aconteceu.
3. Quais atividades de ensino vou planejar para a aula?
·
Uma
variedade de atividades que envolverá a maioria dos alunos e a maior parte do
tempo.
·
As
atividades devem representar diferentes níveis de interesse e de habilidades.
·
Novas
atividades devem ser apresentadas e experimentadas com regularidade.
4. Quais recursos usaremos na sala de aula?
·
Os
recursos não são apenas truques.
·
Os
recursos são meios através dos quais os alunos envolvem na aprendizagem.
·
Os
recursos devem ser selecionados com cuidado.
·
Os
recursos são para alunos e professores.
·
Uma
ampla variedade de recursos deve ser usada.
5. Que estratégia usarei para motivar os alunos a se
envolverem?
·
E
preciso uma estratégia bem planejada para engajar os alunos no estudo, com
interesse e propósito.
·
Há
pelo menos cinco elementos na estratégia: abertura, apresentação, exploração,
criatividade e encerramento.
6. Como arrumarei a sala?
·
O
arranjo da sala, decoração e apresentação dos recursos ensinam tanto quanto as
palavras.
·
Deixe
que os materiais permaneçam visíveis e que haja espaço para os alunos se
movimentarem facilmente.
·
Mude
com regularidade o arranjo dos móveis, equipamentos, exposições e materiais.
7. Que perguntas vou fazer?
·
As
perguntas são uma atividade importante e necessária.
·
Facilitará
muito planejar as perguntas de antemão.
·
Há
pelo menos três níveis de perguntas: informativas, analíticas e pessoais.
8. Que escolhas farão os alunos durante a aula?
·
Escolhas
que os levem a maior motivação e envolvimento.
·
Para
cada passo do plano de aula devem ser consideradas as suas opções.
·
As
opções precisam ser discutidas e avaliadas.
9. Que instruções darei?
·
O
êxito dos alunos nas atividades de aprendizagem é determinado, com frequência,
pelas
·
instruções
o professor dá.
·
Os
alunos são guiados na sua participação pelas instruções do professor.
·
As
instruções devem ser tanto visuais como verbais.
·
As
instruções devem ser dadas passo a passo.
10. Como deverei reagir quando o aluno se manifestar?
·
O
apoio ao aluno da parte do professor leva-o a maior participação.
·
Os
alunos precisam receber retorno ou respostas do professor.
·
O
professor pode desenvolver um repertório de respostas.
BIBLIOGRAFIA
GANGEL,
Kenneth O. HENDRICKS, Howard G. Manual
de Ensino Para o Educador Cristão. Rio de Janeiro: CPAD. 1999.
GRIGGS, Donald. Manual do Professor Eficaz. 3ed. São Paulo: Cultura Cristã. 1997.
PEARLMAN,
Myer. Ensinando com Êxito na Escola
Dominical. São Paulo: Vida. 1995.