NOTA PÚBLICA SOBRE DEBATES
ENTRE CALVINISTAS E ARMINIANOS
Diante da
recorrência de discussões e ataques pessoais realizados no âmbito eclesiástico,
na internet e nas redes sociais, especialmente entre calvinistas e arminianos
para a defesa de posições teológicas, NÓS, abaixo subscritos, vimos a público
emitir a presente nota:
Reconhecemos a importância e a historicidade do debate teológico dentro da
tradição cristã como meio de defesa e salvaguarda da verdade e,
consequentemente, da ortodoxia bíblica.
Apoiamos a produção e a reflexão teológica realizada no ambiente da
internet, em virtude de seu caráter democrático e do livre curso de ideias,
como corolário da Reforma Protestante.
Repudiamos, todavia, que para a defesa de posições teológicas haja discussões e ataques
pessoais realizados em nome da fé, que promovem dissensões, inimizades e
escândalo ao nome de Cristo. Rejeitamos, assim, todo e qualquer conteúdo
difamatório, ofensivo e jocoso, ainda que a pretexto do humor, produzido contra
irmão de vertente religiosa diversa, que atente contra sua honra e imagem.
Entendemos incompatíveis com os preceitos que devem reger a conduta dos
discípulos do Mestre posturas antiéticas que estimulam a zombaria, o
desrespeito e o escárnio, baseado em dolo, distorções e mentiras.
Discordamos das publicações anônimas, especialmente quando realizadas com o
objetivo de provocar animosidade e discórdia entre os cristãos. Além de ser
proibido constitucionalmente (Art. 5o, IV), o anonimato atenta contra os
princípios bíblicos da transparência (2Co 3.18), sinceridade (Tt 2.7) e
honestidade (1Tm 2.2).
Relembramos que a calúnia, a injúria e a difamação são crimes contra a honra,
de acordo com o Código Penal Brasileiro, os quais não se coadunam com o caráter
do verdadeiro cristão, que deve expressar o fruto do Espírito (amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança), conforme
Gálatas 5.22.
Aconselhamos os cristãos piedosos a não dar audiência a páginas e grupos que
promovam tais ofensas.
Defendemos e incentivamos a exposição de convicções cristãs, bem como o
debate teológico na internet e nas redes sociais, de modo irênico,
ou seja, de espírito pacífico (Rm 12.18), com cordialidade e respeito. A
discordância e a confrontação das ideias alheias, quando for o caso, devem ser
conduzidas com ética, honestidade intelectual e de maneira objetiva, sem
denegrir e atacar o oponente.
Asseveramos que a produção teológica é, sobretudo, um ato de glorificação a
Deus. Discussões, pois, que se desenvolvem com o único propósito de vencer
desavenças intelectuais, baseadas em disputas do ego, estão longe de honrar o
nome de Cristo. A determinação bíblica de “falar o que convém à sã doutrina”
(Tt 2.1) exige coragem, mas também responsabilidade, para os cristãos em geral
e os pastores em particular, os quais devem ser, dentre outras coisas,
“irrepreensíveis, honestos, moderados, aptos a ensinar, não contenciosos…” (1
Tm 3.2,3).
Citamos, a propósito, as palavras de J.I. Packer: “Se a nossa teologia não nos
reaviva a consciência nem amolece o coração, na verdade endurece a ambos; se
não encoraja o compromisso da fé, reforça o desinteresse que é próprio da
incredulidade; se deixa de promover a humildade, inevitavelmente nutre o
orgulho. Assim, aquele que expõe teologia em público, seja formalmente, no
púlpito ou pela imprensa, ou informalmente, em sua poltrona, deve pensar muito
sobre o efeito que seus pensamentos terão sobre o povo de Deus e outras
pessoas”.
Recomendamos, assim, a importância da constante elevação bíblica e espiritual do
nível dos debates teológicos. E caso nos deparemos com um irmão em Cristo com
postura inadequada e não condizente com a ética e pratica cristãs, que ele seja
repreendido, mas que em tal ato não falte educação e principalmente amor.
Reconhecemos as diferenças marcantes historicamente existentes entre as
tradições calvinistas e arminianas, notadamente em referência à doutrina da
salvação. Todavia, tais divergências teológicas não suplantam a comunhão cristã
que deve haver entre os irmãos dessas duas vertentes da cristandade. Em
uníssono, à luz das Escrituras Sagradas, enfatizamos que a salvação somente se
alcança em Cristo somente, mediante a graça somente, pela fé somente (Rm 3.24;
Ef 2.8; Tt 2.11).
Finalizamos com a menção ao episódio em que o calvinista George Whitefield foi
perguntado se esperava ver o arminiano John Wesley nos céus. Sua resposta foi:
“Não. John Wesley estará tão perto do Trono da Glória, e eu tão longe, que
dificilmente conseguirei dar uma olhadela nele”. Assim se tratam verdadeiros cristãos
que discordam em questões de soteriologia, mas que não fazem nada por contenda
ou vanglória, e consideram os outros superiores a si mesmos (Fp 2.3). E,
sobretudo, estes sabem o preço custoso com que foram comprados por Cristo
Jesus.
18 de janeiro de 2015.
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Augustus Nicodemus Lopes, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia-GO.
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Altair Germano, pastor da Assembleia de Deus – Itália, escritor.
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Carlos Kleber Maia, pastor da Assembleia de Deus – RN, escritor de obra arminiana.
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César Moisés de Carvalho, pastor da Assembleia de Deus, teólogo, escritor.
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Ciro Sanches Zibordi, pastor da Assembleia de Deus na Ilha da Conceição em Niterói – RJ,
escritor e articulista.
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Clóvis José Gonçalves, membro da igreja O Brasil para Cristo e editor do blog Cinco Solas.
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Davi Charles Gomes, Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie-SP.
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Euder Faber Guedes Ferreira, pastor, presidente da VINACC (Visão Nacional para a Consciência
Cristã).
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Solano Portela Neto, presbítero da Igreja Presbiteriana do Brasil, conferencista e autor
reformado.
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Franklin Ferreira, pastor batista, diretor geral do Seminário Martin Bucer-SP.
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Geremias do Couto, pastor da Assembleia de Deus, escritor.
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Glauco Barreira Magalhães
Filho, pastor batista – CE, professor universitário,
escritor.
· Gutierres Fernandes Siqueira, membro da Assembleia de Deus – SP, editor do blog Teologia
Pentecostal.
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Helder Cardin, pastor batista, reitor do Seminário Palavra
da Vida-SP.
·
Jamierson Oliveira, pastor batista, teólogo, escritor.
·
Jonas Madureira, pastor batista, editor de Edições Vida Nova e
professor do Seminário Martin Bucer.
·
José Gonçalves, pastor da Assembleia de Deus – PI, teólogo,
escritor.
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Magno Paganelli, pastor da Assembleia de Deus – SP, teólogo, escritor.
·
Marcos Antônio Moreira
Guimarães, professor de teologia,
obreiro da Assembleia de Deus – MT.
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Mauro Fernando Meister, diretor do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper-SP.
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Norma Cristina Braga Venâncio, escritora, membro da Igreja Presbiteriana do Pirangi, Natal-RN.
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Paulo Romeiro, pastor, teólogo, escritor.
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Renato Vargens, pastor da Igreja Cristã da Aliança de Niterói-RJ.
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Solon Diniz Cavalcanti, pastor, teólogo, presidente do CEAB Transcultural.
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Thiago Titillo, pastor batista, professor, escritor.
· Tiago José dos Santos Filho, pastor batista, editor-chefe da Editora Fiel, diretor pastoral do
Seminário Martin Bucer-SP.
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Uziel Santana, presidente da Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos).
· Valdeci do Carmo, obreiro da Assembleia de Deus, teólogo, coordenador do curso de
Teologia das Faculdades Feics, Cuiabá/MT.
· Valmir Nascimento Milomem
Santos, teólogo da Assembleia de Deus, professor
universitário, editor da revista Enfoque Teológico.
· Wallace Sousa, evangelista da Assembleia de Deus, DF, escritor, pós-graduado em
teologia, coordenador da União de Blogueiros Evangélicos.
·
Wellington Mariano, pastor da Assembleia de Deus, escritor e tradutor de obras arminianas.
·
Wilson Porte Junior, pastor batista e professor do Seminário Martin Bucer.
· Zwinglio Rodrigues, pastor batista, escritor de obra arminiana.
FONTE:
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/01/nota-publica-sobre-debates-teologicos-entre-calvinistas-e-arminianos/?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+voltemosaoevangelho+%28Voltemos+ao+Evangelho%29.